Elias Escreveu:É difícil dizer o que é escandaloso ou não, mas certamente concordarás comigo que não é barato. Para uma grande parte das famílias portuguesas, 83 euros por mês por telemóvel, seria um valor incomportável (para uma família de 4 pessoas isso daria mais de 300 euros!). Por isso questiono-me sobre a necessidade de realizar tantas chamadas.
Barato? Não estamos a ver se é barato ou caro, mas sim se justifica-se ou não. Já agora a tua familia de 4 pessoas, tem quantos adultos?....
A questão é que não tens informação para afirmar se justifica-se ou não, mas já estás a criticar, porque mesmo sem conheceres os gastos em detalhe achas muito, mas só porque sim. Ainda por cima utilizas um termo de comparação infeliz que é as chamdas de um telemovel de serviço com um particular. Eu tenho 2 telemoveis, um em que uso para as chamadas privadas e outro que é da empresa, assim quando vem a factura para eu conferir, não perco tempo e digo que são todas de serviço. Os custos do telemovel de serviço são 4 vezes o pessoal e no pessoal tenho acesso à internet. Tentemos ser sérios na nossa argumentação.
Verifica-se que todos os telemoveis estão atribuidos a funcionários do governo regional dos açores, excepto 3, destes 3, 2 são cartões GSM de 2 paineis de informação numa variante (estrada) e outro está atribuido ao laboratório regional de engenharia civil. O custo anual destes telemoveis é 137,40€ para os dos paineis de informação e 712,34 para o que está no laboratorio. É com satisfação que verifico não há telemoveis atribuidos à tia, mulher, filho, etc...dos membros do governo regional e afins.
Elias Escreveu:
Houve uma altura em que eu também tinha telemóvel pago pela empresa e posso dizer sem qualquer problema que fazia as chamadas que queria, dentro das regras e plafonds que me estavam atribuídos (e como eu, assim era a maioria dos meus colegas). Hoje pago a totalidade das minhas comunicações e posso também dizer que o meu gasto com telemóvel caiu para menos de 10 euros por mês. E porquê? Porque ao pagar as minhas próprias comunicações, rapidamente cheguei à conclusão, como qualquer pessoa chegaria na minha situação, que uma percentagem muito substancial das chamadas de telemóvel podem ser evitadas, porque:
- podem ser feitas pela rede fixa, que em muitos casos é de borla
- podem ser feitas mais tarde, a uma hora em que o tarifário é mais favorável
- podem ser substituídas por um SMS ou por um e-mail
Foi o que passei a fazer e hoje apenas utilizo o telemóvel quando é realmente necessário (não dá para enviar e-mail ou SMS e não tenho rede fixa à mão).
Ou seja, quando há racionalização de recursos e quando cada qual é responsável por pagar as comunicações que efectua, as despesas caem a pique.
Há dezenas, centenas de situações, em que o telemóvel é um "nice to have" e não um "need to have". Face ao exposto, temo que os 83 euros por mês gastos por telemóvel nos Açores reflictam o efeito que acima descrevi, ou seja, quando as comunicações são pagas pelo "serviço", há uma grande tendência para se fazer chamadas que não são realmente necessárias, aproveitando as "borlas".
Presumo que o que faças agora não é o mesmo que fazias quando trabalhavas para essa empresa.Eu quando estava no emprego anterior tinha um cargo e funções em que necessitava de usar imenso o telemovel. Agora mudei de emprego e uso muito menos o telemovel porque não preciso.
É obvio que no meio de tantos telemoveis deve haver alguns abusos, mas como é que os evitas, sem sacrificar a operacionalidadee aumentar os custos de uma forma indirecta?
Elias Escreveu:De qualquer forma, os gastos com telemóveis explicam apenas 10% da despesa total, fica por esclarecer onde estão os outros 90%... não acredito que sejam tudo comunicações de dados, imagino que haja um grande número de chamadas fixo-móvel a contribuir para a "festa"... (é isto que se passa em inúmeros serviços e empresas, públicas e privadas, quando as chamadas são pagas por alguém que não o chamador...)
Se tivesses lido o relatorio com atenção verificavas que na amostragem que o tribunal fez é possivel verificar essa relação, assim naquele serviço, os dados representam 78,5% e os custo com chamadas da rede fixa 21,5%, no mês de Março.
Elias Escreveu:
Uma última nota: o relatório refere por mais de uma vez o facto de as facturas não serem controladas e a necessidade de esse controlo passar a ser feito.
É um facto que refere isso, mas considerando o relatorio na totalidade não me choca, porque a maior parte das despesas correspondem ao contratado, existindo uma parte que deverá ser melhor controlada e assumida pelo GRA:
A falta de detalhe das facturas impede a verificação do cumprimento das condições contratuais, situação que poderá ser corrigida, conforme manifestação expressa pela entidade auditada. Nas situações onde se consegue apurar os custos detalhados, confirmou-se a correcção dos pagamentos;
Já agora mais uma achega, em 2008 o GRA gastou 1.055.017.240,14 € (fonte:
http://www.tcontas.pt/pt/actos/parecer- ... a-2008.pdf ), o custo com os telemoveis foi
0,026% do total da despesa efectuada. Assim se por hipotese o GRA proibisse a utilização dos telemoveis, a despesa diminuiria em uns fantasticos em
0,026%!
Estas noticias são demagogia pura! Como se pode verificar pelos comentários, as pessoas estão preocupadas com a folha do 3º ramo a contar de cima, da arvore que está no meio da floresta, enquanto à volta está tudo a arder!
Enquanto não mudarem de atitude não vamos lá, olhem para a floresta, esqueçam a folha!