Taxas de juro da Irlanda a caminho dos 9%
11 Novembro 2010 | 10:45
Eva Gaspar -
egaspar@negocios.pt
A escalada de agravamento das taxas de juro associadas às obrigações irlandesas parece imparável.
As taxas de juro implícitas aos títulos da dívida pública irlandesa a dez anos dispararam a meio da manhã para a casa dos 8,9% (8,915%, às 10h29, segundo os preços genéricos da Bloomberg), estando a caminho de quebrar mais uma barreira até há pouco impensável: a dos 9%. Na mesma maturidade, os títulos portugueses estão a ser negociados com uma taxa de 7,16%.
As taxas irlandesas ultrapassaram ontem à tarde a fasquia dos 8,5%, rompendo um novo máximo histórico, depois de terem acumulado doze sessões em alta.
A crise económica e financeira na Irlanda tem vindo a agravar-se dia após dia, com reflexos tremendos no mercado da dívida pública que tornam cada vez mais provável a possibilidade de o Governo irlandês ter de pedir ajuda à comunidade internacional.
“A situação irlandesa está pior a cada dia que passa. Estas taxas são insustentáveis. O país está perto de perder a credibilidade junto dos investidores, se é que não a perdeu já”, diz Don Smith, economista do Icap, um dos maiores “brokers” de Londres, em declarações ao Financial Times, que faz hoje manchete com o “disparar” dos custos de financiamento da Irlanda.
A União Europeia está pronta a ajudar a Irlanda "em caso de necessidade", afirmou já hoje em Seul o presidente da Comissão Europeia. "Acompanhamos a situação (...) e, em caso de necessidade, a União Europeia (UE) está pronta a apoiar a Irlanda", assegurou Durão Barroso numa conferência de imprensa, à margem da cimeira do G20, que hoje se inicia na capital sul-coreana.
O ministro irlandês das Finanças, Brian Lenihan (na foto), tem vindo a garantir que a Irlanda não precisa de ajuda externa, lembrando que o país se encontra plenamente financiado até meados do próximo ano.