Nobel da Paz conduz a guerra de palavras entre China e Noruega
08 Outubro 2010 | 16:35
Diogo Cavaleiro
Mulher do laureado foi levada à força de sua casa após a entrega do prémio, num dia em que as televisões estrangeiras viram o seu sinal ser cortado.
A China está no meio de uma “guerra cambial” e agora está numa guerra de palavras com a Noruega. O país asiático já criticou a entrega do Prémio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo e classificou-a de uma “obscenidade”, adiantando que as relações entre os dois países vão sofrer com a entrega do galardão. A Noruega defende que o comité do Nobel é independente do Executivo.
Em comunicado, o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, salientou que o prémio para Xiaobo violava os princípios do Nobel. “O dissidente é um criminoso condenado pelo sistema judicial chinês por infringir as leis chinesas”, dizia o documento.
O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Jonas Gahr Stoere referiu que a nação dava “os parabéns a Liu pelo seu trabalho na promoção da democracia e dos direitos humanos”.
“É importante sublinhar o óbvio, a clara distinção entre o comité Nobel independente, que toma as decisões independentes a 100%, e o governo da Noruega, que desenvolve e aprecia as relações bilaterais com a China”, disse Stoere. Concluiu que, por isso, o país “não tem de pedir perdão”, adianta o “El País”.
Mulher de Xaobo foi forçada a deixar a sua casa pelos polícias chineses
A mulher do vencedor do Prémio Nobel da Paz 2010 foi forçada a sair da sua casa em Pequim por polícias à paisana. Liu Xia falou à Reuters durante uma entrevista telefónica após a entrega do prémio.
Liu Xia deverá ser levada para a prisão em Jinzhou, na província de Liaoning, onde o marido está preso. Esta é uma tentativa de também a manter afastada dos jornalistas estrangeiros.
Além disso, um apagão pouco depois do anúncio do prémio Nobel por Oslo teve lugar na China. As cadeias internacionais como a CNN e a BBC, que já estão restritas a complexos de apartamentos e a hotéis de luxo, viram os seus sinais serem interrompidos para alguns residentes da capital chinesa.
in
www.negocios.pt