Por Luís Lavoura
Sexta, 26/02/2010 - 11:10
Tenho lido muitas opiniões segundo as quais os problemas de finanças públicas de alguns Estados membros da Zona Euro, como a Grécia e Portugal, não poderão deixar de levar ao fim do euro ou, pelo menos, ao abandono da utilização do euro por parte desses países.
Muitas dessas opiniões deixam-me suspeitoso por serem assinadas por autores ingleses ou norte-americanos. É sabido que o pessoal desses países nunca gostou do euro porque essa nova moeda colocou em risco a supremacia internacional do dólar americano e da libra esterlina. O pessoal desses países tem um desejo mais ou menos secreto de que a Zona Euro se desmembre. Eles estão portanto a expôr como inevitável aquilo que, de facto, mais desejam.
Eu gostaria que esses autores comparassem a situação da Grécia, ou de Portugal, com a situação do Estado americano da Califórnia. Esse Estado está ainda mais falido do que a Grécia. Com a importante diferença de que, enquanto os políticos gregos estão relativamente de acordo sobre o que fazer para acabar com a situação de falência do seu país, os políticos californianos andam há anos às voltas com a situação de falência do seu Estado sem conseguirem chegar a acordo sobre o que fazer.
Repare-se que, enquanto que a Grécia ou Portugal são economias marginais e relativamente pequenas dentro da Zona Euro, a Califórnia forma uma parte muito substancial da economia dos EUA. Portanto, os problemas financeiros do Estado e República da Califórnia são muito mais importantes, no contexto dos EUA, do que os problemas financeiros da Grécia e de Portugal o são no contexto da Zona Euro.
Há uma agravante no caso da Califórnia. Se o Estado da Califórnia fale, ele tem pouco sítio onde cortar as suas despesas. O Estado da Califórnia não fornece aos seus cidadãos serviços de saúde, nem serviços de educação básica, nem serviços de defesa militar. Não pode, portanto, cortar nesses serviços. O Estado da Grécia, pelo contrário, paga uma enorme variedade de serviços aos seus cidadãos, pelo que tem uma larga margem de discricionariedade na escolha de quais os serviços em que irá cortar as suas despesas. Enquanto que o Estado da Califórnia se vê automaticamente obrigado a cortar nas despesas da Universidade da Califórnia, que é uma das poucas coisas que ele paga, o Estado da Grécia pode perfeitamente decidir cortar apenas um pouco nas universidades mas mais nos gastos com a defesa ou com a saúde, por exemplo.
Ora, o certo é que ninguém diz que, por a Califórnia falir, isso porá em risco o dólar americano como moeda. Ninguém diz que a Califórnia poderá deixar de utilizar o dólar como sua moeda. É para todos evidente que, se a Califórnia não tem dinheiro para pagar aos seus funcionários, então terá que passar a pagar menos - mas que a moeda utilizada nos pagamentos continuará a ser o dólar americano. Ora, se isto é assim com a Califórnia, por que motivos não há-de também ser assim com a Grécia? Ou com Portugal? É para mim evidente que, se o Estado português está com dificuldades de tesouraria, terá que passar a pagar menos aos seus funcionários - e até poderá optar entre pagar menos aos soldados, ou aos médicos do SNS, ou aos professores universitáios, ou aos empregados das repartições. Mas nada disso implica que os pagamentos deixem de ser efetuados em euros. Da mesma forma que o Estado e República da Califórnia está a cortar nos salários dos professores da Universidade da Califórnia, mas continua a pagar-lhes em dólares.
Estava pra falar na Grécia, mas este amigo aqui escreveu já "hácanos!" este artigo que elucida em parte a questão .
Se "a Grécia vái à falencia" , porque não vái " a California tambem " ? E se a Europa vái atrás da Grécia na desgraça , porque não foram os EUA pelo mesmo caminho , uma vez que a Califórnia já anda enterradinha até às narinas faz aí, pelo menos, uma data de tempo . E já nem falo nos "Estados-Fantasma" que eles têm pra lá...O Mississipi é uma especie de ..éh pa´...aquilo é como um pais cuja população é uma claque de futebol de um clube do Norte
* , todos desdentados ,cabelito rapado ,camisas aos quadrados encarnados ,barba por fazer e a média de uma gaja por cada 50 orcs , o que os obriga a enterrarem-se no vinho e bagaço barato que fazem nos alambiques espalhados pelas montanhas ...é um país muito!...eh pá...aquilo é mau ...
Ao menos os Gregos tem gajas giras , que tocam harpa e andam de vestidos brancos drapeados ,enquanto lhes servem uvas .
Eu sou aliás da opinião que um pais se mede pela média relativa de gajas per capita ( ainda sou do tempo em que se dizia que por cada Português, haviam 7 Portuguesas ). Isso do rendimento per capita já está muito visto e é coisa do passado .
Resumindo, nem a Grécia está bem, nem a Europa está assim tão mal ou dependente da Grécia .
Um abraço ,
The Mechanic
*_ se a este pobre cenário humano , acrescentássemos que eram individuos que puxavam amiude a culatra atrás pra pregar uma série de galhetas nas respectivas conjugues , estaríamos por sua vez ,na presença de uma claque de futebol do Sul . 6 milhões deles , aliás...