CALDEIRÃO DE BOLSA

[b]Millennium IB prevê que PT pague um dividendo extraordinário de 1,50 euros
03 Setembro 2010 | 11:53
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt

Depois do investimento na Oi, e de reduzir o nível de endividamento, a operadora fica com 1,3 mil milhões para distribuir pelos accionistas.
O Millennium IB acredita que a Portugal Telecom poderá vir a distribuir um dividendo extraordinário, resultante do encaixe com a venda dos 50% que detinha na Brasilcel, a “holding” através da qual partilhava o controlo da Vivo com a Telefónica. A remuneração poderá ascender a 1,50 euros por acção.

“A nossa análise conclui que considerando um objectivo de ter um rácio de dívida sobre o EBITDA de 1,9 vezes, em 2011, a PT ficará com 1,3 mil milhões de euros para remunerar os seus accionistas (1,50 euros por acção)”, refere a analista Alexandra Delgado, numa nota a que o Negócios teve acesso.

Este é o valor que a administração da operadora liderada por Zeinal Bava poderá entregar aos accionistas, depois de realizar também o investimento de 3,7 mil milhões na Oi, de acordo com as previsões do Millennium IB. Recorde-se que a PT encaixou 7,5 mil milhões com a venda da operadora brasileira Vivo.

A analista Alexandra Delgado, que manteve a avaliação em 11,10 euros e uma recomendação
Se a PT transaccionar a 5,2 vezes o EBITDA, isto implica um valor de 9,40 euros ou 10,90 euros, antes e depois do pagamento do dividendode “comprar” para a PT, acrescenta que “de forma a aumentar a flexibilidade financeira, acreditamos que a PT possa vir a combinar o pagamento desta remuneração extraordinária com um programa de recompra de acções”.

Uma questão “importante é a que múltiplos irá negociar a PT depois de concluída a operação” de venda da Vivo e entrada na Oi. “Se a PT transaccionar a 5,2 vezes o EBITDA, isto implica um valor de 9,40 euros ou 10,90 euros, antes e depois do pagamento do dividendo”.

É com base nesta análise que o Millennium IB refere que “os preços actuais subavaliam a PT em 1,80 euros por acção” e deixam-na a negociar a 4,55 vezes o EBITDA. “Isto significa que a PT ficará a desconto [após as transacções] face às pares, o que é injustificado dado o expectável nível de dívida da PT”.