Elias Escreveu:Por exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa tentou fazer isso mesmo com os radares que colocou pela cidade - a ideia era acabar com os excessos na zona urbana. Ao fim de algum tempo chegou à conclusão de que não tinha capacidade de processamento para tanta multa (que eram, segundo julgo saber, às centenas de milhares). E agora as multas não estão de todo a ser cobradas, conforme notícia que saiu no Público há duas semanas. Há radares avariados e que nem captam qualquer imagem.
Não fazia ideia, pensava que a experiência tinha sido positiva.
As multas podiam ser às centenas de milhares, mas seria só no inicio pois quando as pessoas começassem a receber todas as semanas uma multa para pagar, de certeza que acabavam por se vergarem e aquando da passagem pelos radares, já começavam a reduzir a velocidade. E se houvesse radares de km a km, então as coisas começavam a andar nos eixos.
Se não têm capacidade de processamento então façam os upgrades necessários.
O custo de manutenção no curto prazo pode ser grande, mas com a quantidade de multas e a queda de custos relativamente a todos os intervenientes aquando de acidentes (bombeiros, INEM, hospitais, reboques), estou certo que esse custo seria quase nulo.
Como já disse, se não vai pelo bom senso então vai à força, ao sitio que mais dói, à carteira.
Elias Escreveu:Entendo a tua argumentação, mas estás a atirar para debaixo do tapete o facto de teres cometido uma irregularidade. Por outras palavras, recorres a adjectivos como "ridículo" e "incompetência" para não pagares aquilo que deves, argumentando com o atraso do processo para fazeres juízos de valor sobre a entidade autuante (o Estado) e justificares o teu eventual não pagamento.
Não, não, não! Eu não estou a fugir à minha responsabilidade. Lá por contestar, chamar de incompetentes aos serviços responsáveis pela emissão da multa e até ir ao limite de meter os responsáveis em tribunal devido à sua incompetência, em nada retira a minha obrigação em pagar a dita multa. Se realmente cometi a infracção terei que a pagar.
Sendo eu culpado pela infracção, não me impede de pedir responsabilidades pela falta de celeridade da mesma.
5 anos depois poderei estar numa posição cuja multa me poderá arruinar a minha carreira, por exemplo. Como é? Quem é que se responsabiliza?
Elias Escreveu:Caro arnie, a situação que sugeri foi propositadamente exagerada, com o intuito de fazer mexer as tuas emoções, e teve o efeito que eu pretendia: deu-te imediatamente "ganas" de contestares a situação, deixando para segundo plano o facto de teres cometido uma infracção que nunca chegaste a pagar.
Naturalmente que passa para segundo plano pois nós damos importância ao imediato e não ao que aconteceu à 5 anos atrás.
Cometeste uma infracção à 5 anos atrás, ninguém te disse nada, segues com a tua vida e 5 anos depois alguém que diz que deixaste uma multa por pagar? E se for preciso vais ter que pagar juros desses 5 anos e pior ainda, tens dia limite de pagamento?
É natural, é humano que a multa em si passa para 2º plano. Sentes que estão a brincar contigo.
A questão aqui é que tu não quiseste pagar a multa. A questão aqui é que tu não sabias que tinhas uma, e agora aparecem como se nada fosse a exigir que a mesma seja paga senão.....
Elias Escreveu:Por favor nota não estou a fazer juízos sobre se deverias pagar ou não. O que eu tenho defendido é exactamente isto: todos os cidadãos devem ter direito à sua defesa perante qualquer acusação, seja ela de que natureza for. É um princípio de justiça do qual não abdico. Sou contra o pagamento compulsivo de qualquer multa sem hipótese de defesa para o acusado.
Eu acredito que todos temos o direito à defesa, até o pior dos assassinos, mas nos casos em que aqui temos falado, passaste um sinal vermelho, ultrapassaste o limite de velocidade. Há registos, há fotos. Que raio de contestação queres tu fazer?
Elias Escreveu:Não sei o que entendes por tempo útil (este conceito é por demais subjectivo).
Eu concordo que falta eficácia ao sistema de cobrança de multas e que isso pode ser melhorado. Mas não concordo que isso passe por pagamentos compulsivos sem hipótese de defesa (embora o Estado já esteja a fazer isso na prática com as famosas "cauções" que na minha óptica são equivalentes a "extorsões").
Como já disse atrás, tempo útil por exemplo seria a multa ser enviada nos 3 dias úteis seguintes à mesma ter sido registada.
OK. És multado, pedes para que a mesma seja revista pois não concordas com ela. Vais aonde de direito para fazer essa contestação, perdes como é obvio 1 dia de trabalho, chegas, o policia mostra-te uma foto ou lá o que for onde está lá a tua matricula escarrapachada, hora, dia e sitio. Ah sr. guarda... sabe... estava atrasado para uma reunião, daí ter pisado um pouco mais no pedal.
Era esta a tua defesa?
Diz-me com os dados acima, que tipo de defesa farias?