
N. Escreveu:Ou pôr o dinheiro indexado um índice composto por várias classes de activos? (esta última seria a melhor solução a meu ver)
Regra geral: Esta última é sempre a melhor solução.

Fórum dedicado à discussão sobre os Mercados Financeiros - Bolsas de Valores
http://teste.caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/
http://teste.caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=74128
N. Escreveu:Ou pôr o dinheiro indexado um índice composto por várias classes de activos? (esta última seria a melhor solução a meu ver)
N. Escreveu:Acho que dependerá sempre da quantidade de experiência e conhecimento real que se atinge nos primeiros anos.
por Ricardo Reis, Publicado em 31 de Julho de 2010
E se houvesse necessidade de tirar uma carta para gerir o dinheiro, igual à que existe para conduzir?
É que os riscos não estão só na estrada
Não é novidade que as capacidades mentais declinam com a idade. Talvez fique mais surpreendido por saber que o declínio começa cedo, por volta dos 25 anos. Um simples teste de memória, visualização espacial, raciocínio e rapidez perceptual, revelam uma relação decrescente entre a idade e os resultados dos testes. A relação é aproximadamente linear entre os 25 e os 75 anos, ou seja, a perda entre os 25 e os 26 anos é quase a mesma que a perda entre os 55 e os 56 anos. Só a partir dos 75 anos é que o declínio é mais acelerado.
Ao mesmo tempo, a experiência tem valor. Aumenta com a idade, provavelmente a um ritmo acelerado no início, quando se sabe pouco, e depois a um ritmo progressivamente mais lento, com o acumular de sabedoria. Porque tomar boas decisões e resolver problemas depende quer da capacidade mental, quer da experiência, o declínio da primeira e o aumento da segunda com a idade levam a supor o seguinte padrão: aos mais novos falta experiência e aos mais velhos capacidade mental. Uns e outros são os piores decisores. Algures no meio estão os mais sábios.
Para testar esta hipótese podemos considerar uma actividade partilhada pela maioria dos adultos: conduzir. O número de mortes na estrada por quilómetro conduzido nos EUA é menor quando o condutor tem entre 45 e 60 anos. Entre os 18 e os 25 anos, o número médio de mortes é três vezes maior e entre os 70 e os 80 anos é quase cinco vezes maior.
Um grupo de economistas olhou para as taxas de juro que os americanos pagam nos cartões de crédito, nas hipotecas e nos empréstimos para comprar carro, assim como na frequência com que pagam taxas nos cartões de crédito por pagarem a conta tarde ou excederem o limite de crédito. Em todos os casos, as pessoas entre os 50 e os 55 anos pagam significativamente menos. O mesmo acontece com os juros nas hipotecas em Espanha e com o rácio entre o retorno e o risco dos investidores na bolsa em Itália. A idade mais sábia está entre os 50 e os 55 anos.
Nalguns casos, as pessoas fazem mesmo asneiras claras. Um dos exemplos é ter uma conta de poupança que rende 1% e ao mesmo tempo uma dívida de cartão de crédito que cobra 20%. Outra é ter mais de um cartão de crédito e pagar primeiro as dívidas do cartão que tem a taxa de juro mais baixa. Novamente, os erros concentram-se entre os mais novos e os mais velhos.
Em reacção a estes dados, alguns economistas sugerem que devia haver uma carta para investir o próprio dinheiro, tal como existe uma carta para conduzir. As pessoas teriam de ter aulas, passar um exame e renová-lo mais frequentemente a partir de certa idade. Da mesma maneira que os riscos de conduzir não estão só na estrada, nas finanças não estão só nos bancos. Educados, os consumidores podiam evitar os maiores riscos.