Fitch insiste que bancos portugueses têm maior risco de corte de "rating"
26 Julho 2010 | 19:48
Nuno Carregueiro -
nc@negocios.pt
A agência de notação financeira cortou o "rating" de cinco bancos portugueses dias antes de serem publicados os resultados dos testes de "stress". Agora continua a destacar as instituições portuguesas pela negativa.
O facto de os quatro bancos portugueses terem tido um resultado positivo nos resultados dos testes de "stress" publicados na sexta-feira não foi suficiente para a Fitch alterar a opinião negativa que tem para os bancos portugueses.
A agência de notação financeira tinha cortado o "rating" de cinco bancos portugueses dias antes de serem publicados os resultados dos testes de stress, o que gerou criticas do Governo português e também da banca, nomeadamente do presidente do BES.
Hoje, num relatório onde analisa os resultados dos testes de stress a 91 bancos europeus, a Fitch diz que a sua publicação não requer uma alteração imediata dos "ratings" que tem para os bancos analisados.
"A principal preocupação da Fitch continua a incidir no acesso a dívida e ao mercado interbancário por parte de certos bancos em Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia", afirma o relatório da Fitch.
Se os bancos gregos e irlandeses tem já os seus "ratings" a reflectir esta situação, há bancos "em Espanha (excepto o Santander e o BBVA) e em Portugal que apresentam o maior risco de verem os seus ratings [IDR] revistos em baixa", acrescenta a mesma fonte, acrescentando que os receios só acalmarão, se "o acesso ao mercado interbancário melhorar rapidamente".
Quanto aos bancos europeus que apresentaram um Tier 1 apenas ligeiramente acima dos 6%, a Fitch estima que terão que realizar aumentos de capital ou apresentar planos de desalavancagem. Quanto aos 17 bancos que passaram os testes mas apresentaram um Tier 1 abaixo de 7%, bem como os que falharam os testes, a Fitch estima que terão que aumentar capital em 12 mil milhões de euros.