Ferreira Leite contra cortes salariais em gabinetes
15h53m
A deputada do PSD Manuela Ferreira Leite manifestou-se hoje, quarta-feira, "absolutamente contra" cortes nos vencimentos de assessores, afirmando não entender "o benefício em termos financeiros e morais" da medida e criticando o PS por a querer estender a mais gabinetes.
"Eu sou absolutamente contra este tipo de medidas", afirmou a parlamentar e antiga líder social democrata durante a comissão de Orçamento e Finanças, enquanto se discutia a proposta do CDS-PP para reduzir em 5 por cento os salários dos gabinetes da Presidência da República, do Governo, dos Governos Regionais, dos presidentes e vereadores de Câmaras Municipais e Governadores Civis e depois de o PS ter apresentado uma proposta para abranger novos gabinetes.
O deputado do PS Vítor Baptista disse "subscrever integralmente as palavras" de Ferreira Leite, mas lembrou que o diploma foi aprovado na generalidade e deixou um desafio à antiga líder 'laranja': "Se convencer o PSD a não aprovar isto, nós retiramos a nossa proposta de alteração".
A deputada admitiu poder estar a intervir "tardiamente", mas considerou que a redução destes ordenados "é incongruente do ponto de vista orçamental" e defendeu que "do ponto de vista moral vai sempre faltar alguém".
"Se há um agravamento do IRS que é genérico e abrange toda a gente, não consigo entender qual o benefício [desta medida] em termos financeiros e morais", disse.
"Considero que este tipo de medidas não resolve em nada os problemas do país, são profundamente demagógicas e em termos orçamentais têm o efeito contrário", acrescentou.
Já em declarações aos jornalistas, Manuela Ferreira Leite considerou a proposta do PS, para alargar o corte aos assessores dos grupos parlamentares, da Provedoria de Justiça, da Presidência da Assembleia da República e dos representantes das Regiões Autónomas, "uma desonestidade política sem dimensão".
"Aquilo que o PSD propôs é [aplicável] aos titulares de cargos políticos", referiu, considerando que os 5 por cento de redução são "simbólicos" mas fazem sentido numa altura em que se aplicam medidas de austeridade a toda a população.
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