pdcarrico Escreveu:Aliás, a minha única crítica em relação ao meu método do heidje era que não procurava ir a fundo na avaliação o mais rigorosa possível desses mesmos CF's futuros, e se baseava em apenas uns critérios de contabilidade financeira que por razões de mercado podem estar desajustados com o que acontecerá no futuro.
Eu não fiz avaliações de Cash Flows futuros... eu não avaliei empresas e investimentos. Apenas avaliei a margem de segurança, no seu conceito mais puro, que é simples por natureza. Benjamin Graham, na sua abordagem mais clássica, avaliava apenas o passado (não descurando algumas situações especiais onde se avaliavam os lucros futuros). Há inclusive muitas empresas value (para não dizer a maioria), que são desconhecidas, principalmente as de baixa capitalização. Como tal, não têm projecções e a cobertura da análise das casas de investimento é escassa ou inexistente.
O desfasamento valorativo entre "contabilidade" e "realidade" é suportado pela margem de segurança. Mais uma vez repito - a margem de segurança e a diversificação são os dois grandes elementos de protecção contra a maquilhagem financeira e contabilística, perdas de valor ao longo do tempo e maus resultados.
A critica que me fazes pelo facto de eu não fazer uma avaliação rigorosa dos CF´s Futuros é uma crítica ao sistema value. Graham acreditava que uma empresa financeiramente saudável não iria produzir lucros futuros muito abaixo das médias de lucros do passado. E mesmo que eles descessem substancialmente ao longo do tempo, havia o suporte da margem de segurança e da diversificação. Como ele dizia, não interessa se a empresa XPTO vai ter grandes lucros no futuro, quando a compra é efectuada a preços muito elevados. Se o investidor comprar uma empresa cujos lucros não sobem ao longo do tempo, ou até diminuem, desde que a compra seja efectuada a preços muito baixos, com uma ampla margem de segurança, essa compra poderá ser bem sucedida. À excepção das situações em que não há valor, o que interessa é o preço que se paga pelo valor, não o valor em si.
Paradigma: É melhor pagar 1 cêntimo por uma pastilha elástica, do que $300 pela Apple.