Brasil - País de Oportunidades
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Brasil - País de Oportunidades
Esta proposta de compra da parte da vivo que pertence à PT é intrigante a dois níveis - o preço oferecido sugere um prémio de mais 100% sobre o valor de mercado, e a resposta da administração, tão rápida e quase insolente, parece um convite à auto-demissão face ao possível conflito de interesses com os accionistas que na generalidade estariam bem confortáveis com uma injecção de liquidez e valorização imediata dos seus activos (acções da PT).
Porque será então que a administração da PT avalia a vivo em valor tão acima do que o mercado Brasileiro avalia e porque será que eles pensam que conseguem mobilizar accionistas importantes para a sua causa que pode significar uma de duas coisas - aumento da parada ou manutenção de 50% da vivo na esfera de consolidação da PT.
Em primeiro lugar, há que dizer que a vivo parece finalmente ter deixado para trás equívocos de gestão que comprometeram a sua performance financeira nos primeiros anos de joint-venture. Começaram por manter a tecnologia CDMA, que acreditavam ser melhor que a GSM, mas que não criou ganhos de escala e na questão de mercado foi solução que não deu certo. Deixaram este percalço para trás. Depois estabilizaram valores de dívida a níveis bem comportáveis (o custo da dívida é mais do dobro que na europa mesmo com emissões internacionais, que no efeito de cobertura de risco, ganham de novo o custo financeiro Brasileiro). Hoje é uma de quatro operadoras nacionais (a que tem maior quota de mercado), de um mercado de 200 milhões de pessoas.
O ARPU da vivo é sensivelmente metade do da TMN, e há quem diga que tendo, a penetração chegado a praticamente 100% da população, há pouco por onde crescer. A trajectória começa por ser ARPU alto mas para uma franja de clientes de alto rendimento e depois diminui porque o produto estende-se ao resto. Mas talvez seja um erro pensar que o ARPU no Brasil vai continuar em metade do que é Portugal. Na verdade esta relação deve ter correlação com o PIB per capita, e sendo certo que todos os dados macroeconómicos apontam para a manutenção de um crescimento forte dos chamados BRIC’s, é lícito pensar que um cliente vivo venha a valer quase tanto quanto um cliente TMN num futuro próximo. Há também um efeito de aumento marginal por efeito demográfico que fará algum sentido no Brasil e menos em Portugal.
A questão então é, por comparação à TMN, qual é o valor futuro potencial da vivo? Se tem 10/12 vezes o número de clientes? É difícil de responder, mas não se pode aceitar que a PT tome apenas como base a cotação das acções da vivo para dizer que a proposta é ou não generosa.
O Brasil mudou muito nos últimos 10 anos. Contituiu uma reserva de moeda estrangeira que deu conforto a potenciais investidores que entraram no mercado aliciados por um diferencial muito alto de retornos exigidos. Não por acaso se formaram fortunas na base deste inflow de investimento para o Brasil. O Eike Batista, que ganhou um fortuna vendendo direitos sobre minas de metais a uma mineradora Britânica, acrescentou uns zeros ao património vendendo projectos de petróleo, construcção naval e outros, sem ainda ter feito coisa alguma. E porque houve gente a comprar esses projectos? Porque os níveis de retorno sem risco para esses projectos eram aliciantes por comparação a uma euribor ou a uma libor, mas menos por comparação a um CDI.
Aqui entra a questão para o investidor externo: e o risco Brasil? E se o real se desvalorizar. Pode acontecer, mas não será um movimento dramático como o foi há 10 anos atrás e por duas razões. Em primeiro lugar porque há um efeito tampão que decorre do volume das reservas do banco central (10/15 vezes o que eram há 10 anos) e em segundo porque a balança de pagamentos continua positiva (apesar de agora estar mais sustentada pela corrente de investimentos do que pelas transacções correntes), mas mesmo quando passar a negativa (e vai passar proximamente) isso não chega a ser um problema porque a economia está maior e continuará a crescer, o que induz um efeito de maior liquidez o que permite a realização de investimentos com uma garantia de desinvestimento com perdas controladas.
Agora existem características no Brasil que o tornam um País difícil. Fiscalmente é um País atrasado, não só pela quantidade da carga fiscal, mas pela sua complexidade e a rede de infraeestruturas tem ainda muito investimento pela frente. Mas é inegável que seja uma potência industrial e principalmente agrícola e com uma classe média com cada vez mais poder de compra.
Porque será então que a administração da PT avalia a vivo em valor tão acima do que o mercado Brasileiro avalia e porque será que eles pensam que conseguem mobilizar accionistas importantes para a sua causa que pode significar uma de duas coisas - aumento da parada ou manutenção de 50% da vivo na esfera de consolidação da PT.
Em primeiro lugar, há que dizer que a vivo parece finalmente ter deixado para trás equívocos de gestão que comprometeram a sua performance financeira nos primeiros anos de joint-venture. Começaram por manter a tecnologia CDMA, que acreditavam ser melhor que a GSM, mas que não criou ganhos de escala e na questão de mercado foi solução que não deu certo. Deixaram este percalço para trás. Depois estabilizaram valores de dívida a níveis bem comportáveis (o custo da dívida é mais do dobro que na europa mesmo com emissões internacionais, que no efeito de cobertura de risco, ganham de novo o custo financeiro Brasileiro). Hoje é uma de quatro operadoras nacionais (a que tem maior quota de mercado), de um mercado de 200 milhões de pessoas.
O ARPU da vivo é sensivelmente metade do da TMN, e há quem diga que tendo, a penetração chegado a praticamente 100% da população, há pouco por onde crescer. A trajectória começa por ser ARPU alto mas para uma franja de clientes de alto rendimento e depois diminui porque o produto estende-se ao resto. Mas talvez seja um erro pensar que o ARPU no Brasil vai continuar em metade do que é Portugal. Na verdade esta relação deve ter correlação com o PIB per capita, e sendo certo que todos os dados macroeconómicos apontam para a manutenção de um crescimento forte dos chamados BRIC’s, é lícito pensar que um cliente vivo venha a valer quase tanto quanto um cliente TMN num futuro próximo. Há também um efeito de aumento marginal por efeito demográfico que fará algum sentido no Brasil e menos em Portugal.
A questão então é, por comparação à TMN, qual é o valor futuro potencial da vivo? Se tem 10/12 vezes o número de clientes? É difícil de responder, mas não se pode aceitar que a PT tome apenas como base a cotação das acções da vivo para dizer que a proposta é ou não generosa.
O Brasil mudou muito nos últimos 10 anos. Contituiu uma reserva de moeda estrangeira que deu conforto a potenciais investidores que entraram no mercado aliciados por um diferencial muito alto de retornos exigidos. Não por acaso se formaram fortunas na base deste inflow de investimento para o Brasil. O Eike Batista, que ganhou um fortuna vendendo direitos sobre minas de metais a uma mineradora Britânica, acrescentou uns zeros ao património vendendo projectos de petróleo, construcção naval e outros, sem ainda ter feito coisa alguma. E porque houve gente a comprar esses projectos? Porque os níveis de retorno sem risco para esses projectos eram aliciantes por comparação a uma euribor ou a uma libor, mas menos por comparação a um CDI.
Aqui entra a questão para o investidor externo: e o risco Brasil? E se o real se desvalorizar. Pode acontecer, mas não será um movimento dramático como o foi há 10 anos atrás e por duas razões. Em primeiro lugar porque há um efeito tampão que decorre do volume das reservas do banco central (10/15 vezes o que eram há 10 anos) e em segundo porque a balança de pagamentos continua positiva (apesar de agora estar mais sustentada pela corrente de investimentos do que pelas transacções correntes), mas mesmo quando passar a negativa (e vai passar proximamente) isso não chega a ser um problema porque a economia está maior e continuará a crescer, o que induz um efeito de maior liquidez o que permite a realização de investimentos com uma garantia de desinvestimento com perdas controladas.
Agora existem características no Brasil que o tornam um País difícil. Fiscalmente é um País atrasado, não só pela quantidade da carga fiscal, mas pela sua complexidade e a rede de infraeestruturas tem ainda muito investimento pela frente. Mas é inegável que seja uma potência industrial e principalmente agrícola e com uma classe média com cada vez mais poder de compra.
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