Re: Alhos e bugalhos

Marco Martins Escreveu:moppie85 Escreveu:Marco Martins Escreveu:jorgemmc Escreveu:EALM, o que têm os IC e os transportes públicos a ver com as SCUTs? És capaz de explicar a ligação entre uma coisa e a outra?
Se a melhor forma de aumentar e modernizar as infraestruturas de transportes seria através de auto-estradas entregues a privados ou com ICs feitos com dinheiro público é outra discussão.
Neste tópico discutia-se o fim das SCUT no norte. A minha opinião, mais uma vez, é simples. Em Portugal, a regra é: auto-estrada paga-se. Havia estas excepções, que vão acabar. Quanto a mim bem. Continua a haver excepções? Acabem-se com elas.
Se alguma vez o país estiver em condições de subsidiar portagens, subsidiem-se todas. Se fosse por mim, até se começava justamente pela 25 de Abril, porque não? Mas só quando o país puder, financeiramente, fazê-lo.
Sou a favor do utilizador-pagador, mas isso dever-se-ia aplicar a tudo... metros, caris, stcp, comboios, televisões, escolas, etc.
Em relação às pontes fazem parte da responsabilidade das câmaras.... se Lisboa precisa das pontes que custam 50 vezes mais do que uma do Porto, então alguém tem de as pagar e não pode ser o resto do país.
(pessoalmente acho que a 25 de Abril, já está mais que paga, mas quando se constrói algo tem de se ver todos os benefícios e custos que isso acarreta e isso apenas pode ser distribuído por todos se for do benefício de todos...)
Em relação aos cortes de investimentos também temos de ser coerentes, se cortam no norte também têm de cortar no centro.
Em relação aos dinheiros comunitários que são dirigidos a outras cidades também não podem ser desviados para a cidade que já está acima de determinados nível e que não tem direito a esses fundos...
É tudo uma questão de transparência... não podemos é andar todos a pagar para poucos.
Tens noção que a grande lisboa tem 2 milhões de habitantes? É uma estranha definição de "poucos" quando se fala em 20% da população...
Tens noção que nenhuma camara tem capacidade financeira para fazer aquelas pontes?
Sabes quem pagou as pontes no Porto?
Por fim, o que farias para teres "pontes" no interior? É que aí as camaras nem 10% das receitas de lisboa e porto têm.
Também não entendi a tua outra afirmação:
"Sou a favor do utilizador-pagador, mas isso dever-se-ia aplicar a tudo... metros, caris, stcp, comboios, televisões, escolas, etc."
Escolas? Queres que alguém que recebe 900€ de ordenado (2 pais), tenha 2 filhos e ainda pague a escola?
Só faltou dizeres que também queres que paguem quando vão a um hospital o que gastam...
Em relação às escolas existem meios para que as pessoas com menos possibilidades não tenham de pagar livros e alimentação... é questão de se aplicar o mesmo a uma eventual mensalidade.
O facto das escolas serem pagas levara a que os pais se preocupem mais com aquilo que muitos miúdos andam a fazer nas escolas públicas e não fazem nas privadas, que é andaram anos sem fazer cheta e apenas a prejudicar os outros que andam na mesma turma.
Em relação às pontes creio que fomos todos nós a paga-las... mas não se pode andar a fazer pontes à toa tendo em conta que custam mais do que fazer 4 em todos os distritos...
Em relação a grande Lisboa ter 20% da população, quer dizer que 80% estarão no resto do país... como tal os investimentos deveria tender a ser 20% do total... (tendo em consideração o quanto já foi gasto em Lisboa e não foi no resto do país)...
Tens noção que aqueles que mais recebem são também aqueles que mais contribuem? É minha opinião que neste país quando é para pagar os ricos que paguem, não interessa se já são os que mais contribuem e que, portanto, devem ter condições de acesso iguais aos outros todos. O que estás a propor é que os "ricos" (note-se que em Portugal já se considera rico alguém que ganhe brutos 1500 euro mensais) paguem duplamente - paguem mais do que os outros todos em sede de IRS (porque não basta pagarem mais como a percentagem é agravada) e ainda vá pagar uma sobretaxa por ter filhos a andar na escola. Relembra-me sempre aquela história do "socialismo na escola" que não há muito foi colocada aqui no fórum.
Quanto ao "terem mais atenção ao que os filhos fazem na escola", é pura e simplesmente fantasioso, visto que, a grande maioria dos alunos problemáticos nas escolas provém dessa mesma classe que te propões a isentar, pois são os menos protegidos, menos avançados culturalmente e os que têm menos condições em casa (quer ambiente cultural familiar quer condições de estudo) que provocam maiores problemas - basta veres o sucesso das escolas situadas em zonas ditas "problemáticas".
Quanto ao investimento, não o podes pôr dessa forma. Os 20% que coloquei foi para te mostrar que 20% não são exactamente "uns poucos". Terias mais sorte se apontasses as ilhas (especialmente a Madeira) - aí é que são "uns poucos" e recebem mais do que os da grande Lisboa per capita. E com isto não estou a dizer que não seja natural que recebam mais do que a % da população que representam - é normal que assim seja.
De igual forma, se fores colocar no Alentejo o dinheiro correspondente à percentagem da população, ainda agora andavam por estradas de terra batida pois de certeza que a sua percentagem não chegava para pagar ICs ou AEs ou sequer manter hospitais.
Também gostaria de obter um "mapa" do investimento em Lisboa - acho natural que seja investido mais do que noutras zonas do país - p.e. eu em Faro não preciso de um Metro, nem preciso de autoestradas de 3 faixas, não preciso de eléctrico nem de autocarros... e tudo isto tem de ser pago. Para "ajudar" à festa, quer queiram reconhecer quer não, Lisboa é a capital. Não é o Porto, Gaia, Faro, Beja ou outra cidade qualquer. É Lisboa e, como é natural (acontece em todos os países, não é exclusivo nosso), há certos investimentos que têm de ser realizados lá (p.e. todo o tipo de investimento ligado ao corpo diplomático, ligado aos diferentes ministérios, ligado às sedes de diferentes empresas nacionais e internacionais, etc, etc). Querer ser igual à capital quando nao se é nem em importância, nem em população, nem no tipo de distribuição em sectores (primário, secundário e terceário) é querer tapar o sol com a peneira.
E isto digo eu que sou Algarvio e que não vejo qualquer investimento de jeito nos Algarves há anos - não vejo metros, não vejo autocarros, não vejo auto-estradas (sim porque a via do Infante não foi feita como auto-estrada mas como via rápida (até há 3 ou 4 anos era apenas IP1 IC1 - o separador central de betão, as larguras de faixa, algumas curvas "apertadas" para auto-estrada, assim o comprovam), etc. O que vejo é "beleza cosmética" para quando os Lisboetas e os Nortenhos vêem cá passar o Verão acharem tudo muito bonito e as praias "mto fixes". Também quero essas condições todas que têm no Porto e eu não!