
Elias Escreveu:Bem, mas então no futuro como vês a rede ferroviária em termos de infra-estrutura?
Bem, como eu gostaria de ver seria algo como isto:
Um eixo Norte Sul (Faro a Vigo) em bitola Europeia, velocidades máximas de 250 km/h para usar com velocidades comerciais de 160 km/h (ou seja, Porto-Lisboa em 2h, Lisboa - Faro em menos de 2h). Usada essencialmente para passageiros de longo e medio curso, incluindo o internacional e obviamente mercadorias, pois tocaria todos os portos principais do litoral. Deste modo, e só deste modo, seria possível encaminhar as mercadorias com destino à EU para as plataformas logísticas que depois as encaminhariam para um dos 2 eixos transversais.
Entroncando neste eixo vertical teríamos 2 eixos transversais.
a) Aveiro Irún/França teria um duplo objectivo:
Escoar/ receber mercadorias de mais de metade do país, de Lisboa para cima, tirando vantagem das plataformas logísticas intermodais que se estão a construir (Exemplo - Cacia). Este eixo atravessa Valladolid, onde está situada uma das mais importantes plataformas logísticas espanholas: Medina del Campo.
O outro objectivo deste eixo, paralelo à A-25, é ligar, para passageiros, o Porto e a região das Beiras a Espanha, incluindo Madrid.
Para cumprir estes objectivos, bastaria velocidade moderada, Vmax de 220km/h, velocidades comerciais de 170km/h já seria óptimo.
b) Eixo Lisboa-Madrid com trafego misto, Vmax de 250km/h e com plataforma logistica no Poceirão ou Pinhal Novo. Aqui seria um bom cruzamento com o eixo vertical, tudo em bitola UIC, ligando assim o Porto de Sines com bitola Europeia, sem necessidade de um grande troço dedicado. Esta arquitectura permitiria também que o Porto de Sines pusesse mercadorias no Norte do País ou Galiza.
Quanto à linha do Norte actual: como é de bitola Ibérica e existe muito mercado no eixo Norte-Sul (linha está saturada), ficaria dedicada a tráfego de passageiros e mercadorias local/Nacional, que não necessite de sair das fronteiras. Aliviava assim o eixo vertical em UCI, permitindo que este último fosse também para trafego misto, mas mais vocacionado para trafego internacional de mercadorias ou passageiros longo curso.
Os eixos transversais antigos são um problema para resolver. Penso que o eixo Aveiro-Irun deveria utilizar parte da actual linha da Beira Alta, pois esta irá ficar obsoleta (no que toca a trafego internacional) assim que o lado espanhol migrar de bitola.
Outras linhas nacionais de bitola ibérica poderão continuar assim por mais tempo, mas nunca se deverá perder de vista o essencial - uma visão de rede, estruturada, ou seja, ter pontos de confluência, se possível intermodais, de modo a que umas linhas alimentem as outras, tal como o trafego automóvel e aeroportos. A tónica deveria ser REDE, logistica, intermodalidade e não velocidades tipo... F1.