
<iframe title="YouTube video player" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/QQ2nKxkGy4s" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
Fórum dedicado à discussão sobre os Mercados Financeiros - Bolsas de Valores
http://teste.caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/
http://teste.caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=72878
Saqueadores sofisticados
por Paul Krugman, Publicado em 23 de Abril de 2010
A criação de produtos financeiros com a intenção de os fazer cair mais tarde, agora associada ao Goldman, não fez a crise mas agravou-a. A reforma do sector tem de impedir este tipo de fraude
Em Outubro passado vi uma banda-desenhada de Mike Petersin em que um professor pedia a um aluno que construísse uma frase contendo o tempo verbal "sacks", de saquear, pilhar. O aluno respondeu: "Goldman Sachs."
Nem de propósito, a semana passada, a Securities and Exchange Commission acusou os elegantes tipos da Goldman de praticarem o que não passa de saques de colarinho branco.
Estou a usar o termo "saque" no sentido que lhe atribuem os economistas George Akerlof e Paul Romer num relatório de 1993 intitulado "Looting: The Economic Underworld of Bankruptcy for Profit". Esse documento, escrito no período que se seguiu à crise dos bancos comerciais, os savings and loans, da era Reagan, afirmava que muitas das perdas ocorridas nessa crise resultavam de fraude deliberada. Passar-se-á o mesmo com a actual crise financeira?
A maioria dos debates acerca do papel da fraude na presente crise tem-se centrado em dois tipos de impostura: os empréstimos predatórios e a comunicação incorrecta dos riscos. Não há dúvida que muitas pessoas foram convencidas a contrair empréstimos complexos e dispendiosos cujas implicações não compreendiam - um processo facilitado pela actuação dos reguladores federais da era Bush, que, por um lado, não conteve a concessão abusiva de empréstimos e, por outro, impediu os estados de tomarem medidas próprias. Em larga medida, quem concedia empréstimos subprime não ficou com o correspondente título de dívida na mão. Em vez disso, vendeu os empréstimos a investidores, em alguns casos não podendo deixar de saber que o potencial de perdas futuras era maior do que imaginavam as pessoas que compravam esses empréstimos (ou títulos cobertos por tais empréstimos).
Aquilo a que agora estamos a assistir são acusações de um terceiro tipo de fraude.
Há muito que sabemos que o Goldman Sachs e outras instituições similares comercializavam títulos cobertos por hipotecas, apesar de procurarem obter lucros apostando que o valor desses mesmos títulos iria cair. Todavia, essa prática, embora moralmente condenável, não era ilegal. Mas agora a SEC está a acusar o Goldman de ter criado e comercializado títulos deliberadamente concebidos para caírem, de modo que um cliente importante pudesse lucrar com essa queda. Ora a isso eu chamo saque.
E o Goldman não é a única instituição financeira a ser acusada de o fazer. De acordo com o website de jornalismo de investigação ProPublica, detentor de um prémio Pulitzer, vários bancos ajudaram a comercializar investimentos destinados ao fracasso por conta do hedge fund Magnetar, que apostava nesse fracasso.
Então qual o papel da fraude na crise financeira? Não foram os empréstimos predatórios nem a venda de hipotecas com falsas expectativas que causaram a crise. Mas não há dúvida que a agravaram, quer por terem ajudado a inflacionar a bolha imobiliária, quer por terem criado um conjunto de activos que se transformariam inapelavelmente em bens tóxicos assim que a bolha rebentasse.
Quanto à alegada criação de investimentos destinados a caírem, é possível que tenham ampliado as perdas dos bancos que estavam do lado perdedor desses negócios, agravando a crise bancária que transformou a bolha imobiliária numa catástrofe que atingiu a totalidade da economia.
A questão fulcral é saber se uma reforma financeira como a que está presentemente a ser debatida poderia evitar, no todo ou em parte, esse tipo de fraude que parece ter prosperado na última década. E a resposta é afirmativa.
Antes de mais, a existência de um organismo independente de protecção do consumidor poderia limitar os empréstimos predatórios. Outra disposição da proposta de lei do Senado, que exige que os credores retenham 5% do valor dos empréstimos que concedem, limitaria a prática de conceder empréstimos tóxicos e vendê-los rapidamente a investidores desavisados.
Já não é tão claro que as propostas para a reforma dos produtos derivados - que envolve sobretudo a exigência de instrumentos financeiros como os credit default swaps serem transaccionados abertamente e com transparência, como se de vulgares acções e títulos se tratasse - evitariam os alegados abusos do Goldman (embora, provavelmente, evitassem que a seguradora AIG se desmoronasse e pedisse um resgate federal). O que se pode dizer com certeza é que a redacção final da reforma financeira deve ser de molde a evitar este tipo de saques - em particular, deve bloquear a criação de "CDO sintéticos" [obrigações de dívida com colateral], cocktails de credit default swaps que permitem que os investidores apostem fortemente em activos que não são de facto propriedade sua.
Todavia, a principal lição moral a extrair das acusações feitas ao Goldman não tem a ver com as minúcias da reforma; tem a ver, sim, com a necessidade urgente de mudar Wall Street. A crer nos grupos de pressão do sector financeiro e nos políticos do Partido Republicano que têm andado de conluio com eles, poder-se-ia pensar que tudo ficará resolvido desde que o governo federal prometa não resgatar mais nenhuma empresa. Mas isso é completamente errado - e não só porque tal promessa não seria credível.
A questão está no facto de grande parte do sector financeiro se ter tornado uma máfia, um jogo em que um punhado de pessoas têm salários principescos para enganarem e explorarem os consumidores e os investidores. E se não pusermos um travão a essas práticas essa máfia sobreviverá.
Economista Nobel 2008
Exclusivo i/The New York Times
Pata-Hari Escreveu:e, se avancarem com esse tipo de argumentação, também concordo com o outro comentário:
“Under theories of vicarious liability, if you can find Tourre liable, it’s going to be hard for Goldman to escape.” .
Byron Georgiou, a member of a U.S. panel that’s investigating the financial crisis, said he doubts Goldman Sachs could make a convincing case that Tourre acted alone and without the full support of his superiors.
“It’s hard to imagine that there wasn’t some supervision of a 27-year-old, at that time, trader structuring a billion- dollar transaction on which Goldman made a $15 million fee,” Georgiou, who serves on the Financial Crisis Inquiry Commission, said in a Bloomberg Television interview.
By Christine Harper and David Scheer
April 21 (Bloomberg) -- Goldman Sachs Group Inc. said the U.S. fraud case against the firm hinges on the actions of the employee it placed on paid leave this week.
Fabrice Tourre, the 31-year-old Goldman Sachs executive director who was accused of misleading investors about a mortgage-linked investment in 2007, will also be de-registered from the Financial Services Authority, a spokeswoman at the firm in London said yesterday.
“It’s all going to be a factual dispute about what he remembers and what the other folks remember on the other side,” Greg Palm, Goldman Sachs’s co-general counsel, said in a call with reporters yesterday, without naming Tourre. “If we had evidence that someone here was trying to mislead someone, that’s not something we’d condone at all and we’d be the first one to take action.”
By characterizing the case as a dispute involving a single employee, Goldman Sachs may be taking its first steps to publically distance itself from Tourre in the case, some lawyers said. That could reduce bad publicity and ultimately make it easier for the company to settle the case.
Goldman Sachs may also want to separate itself from Tourre if it’s concerned he will cooperate with the SEC or implicate more senior employees, said Onnig Dombalagian, a professor at Tulane University Law School in New Orleans and former attorney fellow at the SEC.
‘Vicarious Liability’
“If Tourre says, ‘Goldman’s board knew what we were doing,’ you can imagine Goldman will want to portray him as disgruntled,” or willing to lie to avoid punishment, the professor said. That may not help the firm itself, he added. “Under theories of vicarious liability, if you can find Tourre liable, it’s going to be hard for Goldman to escape.”
Pamela Chepiga, a lawyer for Tourre at Allen & Overy LLP in New York, didn’t return a call seeking comment. The New York- based bank has previously denied wrongdoing and said it will fight the SEC’s case because it is “completely unfounded in law and fact.”
The SEC sued Goldman Sachs and Tourre for misleading two investors in a collateralized debt obligation about the role played by hedge fund Paulson & Co. ACA Management LLC, which served as the CDO’s selection agent, didn’t realize that Paulson planned to bet against the deal even though the fund was advising ACA on the portfolio, the SEC alleged. IKB Deutsche Industriebank AG, an investor in the CDO, didn’t know about Paulson’s role at all, the SEC said.
‘He Said-She said’
The SEC complaint “clearly revolves a little bit around ‘he said-she said,’ ” Palm said, and hinges on whether Tourre misled ACA into believing that Paulson was investing in the deal instead of betting against it.
Byron Georgiou, a member of a U.S. panel that’s investigating the financial crisis, said he doubts Goldman Sachs could make a convincing case that Tourre acted alone and without the full support of his superiors.
“It’s hard to imagine that there wasn’t some supervision of a 27-year-old, at that time, trader structuring a billion- dollar transaction on which Goldman made a $15 million fee,” Georgiou, who serves on the Financial Crisis Inquiry Commission, said in a Bloomberg Television interview.
Palm said Tourre “believes that he indicated” to ACA that Paulson was interested in taking a “short” position on the deal, meaning he was betting against it, Palm said. “Our employee certainly knows that he did not represent to ACA or indicate in any way that Paulson was going to be an equity investor in this transaction.”
Goldman Sachs, which vowed on April 16 that it would “vigorously contest” the SEC’s suit, isn’t ruling out a potential settlement, Palm said.
“You go to trial, which is what we’re doing, and you always have the option of, if there is an agreeable settlement to both sides, of settling at any point in time,” he said.
A queda teve a ver com a notícia, a notícia é que não tem a ver com a queda
Ulisses Pereira Escreveu:[b] before the weaker numbers and the Goldman investigation got in the way.
Wonder how many shorts GS had this morning knowing the announcment would be released? I'm sure enough to pay the SEC fine.
EuroVerde Escreveu:Andam agora com rodeios por causa do que a Goldman Sachs fez. Este é um banco que não pode falir nem prejudicar perdas avultadas no resto do mercado simplesmente porque é um banco gerido por pessoas sérias e tem uma economia a trabalhar em seu favor (com ou sem crise) em que o Buffett investiu 400000000000dolar!
Se ele cai -14% isso devido a uma correcção.
EuroVerde Escreveu:Andam agora com rodeios por causa do que a Goldman Sachs fez. Este é um banco que não pode falir nem prejudicar perdas avultadas no resto do mercado simplesmente porque é um banco gerido por pessoas sérias e tem uma economia a trabalhar em seu favor (com ou sem crise) em que o Buffett investiu 400000000000dolar!
Se ele cai -14% isso devido a uma correcção.
Ulisses Pereira Escreveu:O processo conheceu alguns avanços na última semana, de forma a que tudo fique de acordo com o exigido pela CMVM. Espero ser mesmo apenas uma questão de tempo agora.
Um abraço,
Ulisses
zecatreca Escreveu:Boa tarde Ulisses.
Gostava de saber quando vais voltar ás tuas analises/comentarios.
Está demorado...![]()
Um abraço