
Mais um belo artigo do PSG.
Vai valendo o BCE para equilibrar isto mas não se sabe até quando.
Vai valendo o BCE para equilibrar isto mas não se sabe até quando.
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BBB no país Ah Ah Ah
09 Novembro2010 | 11:23
Pedro Santos Guerreiro
Numa luta de elefantes, quem se trama é a relva.
A frase, que é mais colorida no original brasileiro, mostra como está Portugal perante as agências de "rating": um dano colateral, pisado por gigantes.
A descida do "rating" dos quatro bancos anunciada ontem pela Fitch foi inesperada e brutal. Sobretudo para o BES e BCP, aos quais o "rating" foi cortado em dois "degraus", para BBB, acrescido de "outlook" negativo. É um nível humilhante, que coloca estes bancos à beira da exclusão de grandes investidores mais selectivos.
Tememos quando vemos o sismógrafo das taxas de juro roçar os 7%. Mas há muito que o problema português deixou de ser preço para ser acesso. Portugal e os seus bancos olham para a frente e vêem a parede imaginada por Fernando Ulrich cada vez mais próxima. Pagarão o que for preciso para aceder ao capital. Precisam é de tê-lo. E neste momento há fundos soberanos e investidores institucionais que já nos riscaram do mapa do seu dinheiro.
Como já aqui foi escrito, não estamos como a Irlanda: Portugal não tem um problema com os seus bancos, os seus bancos é que têm um problema com Portugal. O estado da economia portuguesa, frágil e deprimida, agrava as perspectivas dos bancos, que vão fazendo controlo de danos no malparado e aguentando sectores como a construção e o imobiliário para evitar males maiores. Fazer estes cortes de "rating" é como atar bolas de chumbo aos pés de quem tenta nadar.
A Fitch não explica as razões dos seus cortes em cada um dos bancos, dá apenas uma explicação geral e genérica: o corte reflecte "o aumento do risco de financiamento e liquidez" destas instituições, "dada a elevada dependência das fontes de financiamento de curto e médio prazo, bem como o aumento do recurso ao BCE, no contexto de continuadas dificuldades de acesso aos mercados de capitais e deterioração da qualidade dos activos domésticos".
Trocando por miúdos: os mercados vão-se fechando a Portugal e, como nos últimos anos o financiamento foi sendo feito a prazos curtos (um, dois, três anos), em 2011 converge uma necessidade de refinanciamentos dramática. É justo, este corte? Se o é, é parcial: onde estão os mesmos cortes para os bancos espanhóis, em pior situação? O BCP critica, o BES vai mais longe e corta a relação comercial com a Fitch. Uma medida sã mas provavelmente vã, de um banco sem dimensão para iniciar um turbilhão contra as agências de "rating". Estas decisões podem ser injustas, mas permanecem eficazes.
O mundo está um lugar estranho. Os Estados Unidos despejam dólares sobre a economia, com decisões de legalidade duvidosa. A Europa divide-se na hipótese de abrir uma guerra cambial a partir do euro. Enquanto isso, o factor político trai a lucidez tanto em Portugal como na Alemanha, que dramatiza as penalizações futuras a países que peçam socorro, o que acaba por apressar esses pedidos de socorro. E o FMI, quando olha para Portugal, faz cruz-credo à inviabilidade política.
Não é o número 7% dos juros mas a letra B de um "rating" que detonará o pedido de ajuda de Portugal. Se depois da banca vier o corte da República, temos o destino traçado. Entretanto, por cá, os partidos continuam cegos pelo poder que ainda nem sequer têm. O acordo entre o PS e o PSD está por implementar e os políticos das oposições chegam a mostrar risos pela desgraça que confirma os seus avisos. É tétrico. É fútil. É fatal. Ah, ah, ah? BBB!
Em declarações à Renascença, o director associado da agência, Douglas Renwick, sublinha que, por enquanto, esse cenário não se coloca. “Existe essa possibilidade, mas não tem necessariamente de ser assim. Damos particular atenção ao impacto no défice orçamental das políticas do Governo, bem como ao desempenho da economia. Nos últimos meses, esses dois factores têm-se revelados mais promissores para nós do que no início do ano. Se a economia regressar a uma recessão no final deste ano ou no próximo, o cenário de um corte no 'rating' torna-se mais provável, mas não tem sido essa a nossa percepção nos últimos meses”.
Douglas renwick em declarações ao jornalista Pedro Mesquita
Por isso, o mesmo responsável considera importante um eventual acordo entre as principais forças políticas em Portugal para aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano e lembra os reflexos positivos do acordo ao nível do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). “Consideramos que é importante, especialmente porque os socialistas estão a governar em minoria. Estamos de alguma forma confortados pelos acordos que foram alcançados no passado quanto a medidas de emergência e não vemos qualquer razão que impeça um acordo sobre o orçamento do próximo ano. Assumimos que haverá um acordo com a cooperação dos dois maiores partidos”.
Fitch baixa rating de Portugal
A agência de notação financeira Fitch Ratings reviu a notação da dívida soberana de Portugal no longo prazo, foi anunciado esta quarta-feira pela instituição.
Os analistas da Fitch mantêm as perspectivas de Portugal em vigilância «negativa», baixando o rating (classificação da dívida soberana) para "AA-". A agência já havia avisado sobre uma possível deterioração da classificação.
(notícia completa em http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=134047)
Fitch avisa que nova recessão pode valer corte de "rating" a Portugal
19 Agosto 2010 | 13:24
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
A agência de notação financeira Fitch não exclui a hipótese de cortar o "rating" de Portugal se o crescimento económico, nos próximos meses, não corresponder ao esperado, avança a Rádio Renascença.
(notícia completa em http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=439909)