MarcoAntonio Escreveu:Talvez o Estado não pretenda incentivar a poupança mas antes o consumo, uma vez que arrecada dos cidadãos via impostos. Se os portugueses pouparem mais e investirem em certificados de aforro, provavelmente passam a consumir menos e a gerar menos receita fiscal, presumo.
Essa política poderá parecer a melhor no curto prazo mas no longo prazo é bem capaz de não ser.
Os portugueses precisam de elevar a sua taxa de poupança e não continuarem altamente endividados ou sempre no limiar das suas possibilidades.
Embora o Estado, com a diminuição do consumo pudesse perder, no curto prazo, alguma receita fiscal via IVA e IRC, poderia vir a recuperá-lo futuramente caso a poupança gerada fosse devidamente canalizada para o investimento sustentado da nossa economia. As poupanças deverão ser encaminhadas para um investimento racional e que permita gerar continuamente riqueza.
Chegar ao fim do mês sem um tusto nunca permitirá às famílias, e por consequência, a muitas empresas, fazer investimentos com valor económico acrescentado.
A longo prazo, todos retiraríamos benefícios. O Estado recuperaria receita fiscal via crescimento económico futuro, fruto da poupança/investimento.
E mesmo assim, não estou certo que aquilo que o Estado perderia em receita fiscal (IVA e IRC fundamentalmente) por diminuição do consumo fosse superior ao que pouparia em juros. Tenho as minhas dúvidas.
Isto até porque quem tem dinheiro para aplicar, se o tem, normalmente não será para o consumo do dia-a-dia, logo não influenciará grandemente o consumo.
Como diz o outro, "é só fazer as contas", ainda que medir a sensibilidade do consumo face ao estímulo das poupanças por parte do Estado não seja nada fácil de realizar, digo eu.