Agencia Financeira Escreveu:O presidente do BPI não tem dúvidas: os spreads vão mesmo ter que subir. Para Fernando Ulrich, esta é uma realidade inevitável e «inexorável».
O responsável subscreveu assim, numa conferência de imprensa do banco a que preside, com as declarações do presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB). António de Sousa disse, em entrevista à RTP, que os bancos nacionais poderão aumentar os spreads cobrados nos novos contratos de crédito, já este mês.
A subida dos spreads é «inexorável», disse Ulrich, acrescentando que «quando o risco da melhor dívida, que é a da República, sobe de preço, isso vai, mais cedo ou mais tarde, contaminar todos os riscos de crédito deste país».
«A menos que a situação se altere é inexorável que os spreads vão subir», concluiu o banqueiro.
Quanto à dimensão da subida e ao momento da mesma, se será já este mês ou não, o presidente do BPI limitou-se a dizer que «depende de cada banco e de cada crédito».
«Mais do que apontar uma data ou um valor prefiro falar de uma tendência. E a tendência é esta, de subida», reiterou Fernando Ulrich, sem especificar se o BPI já tem um plano de aumento dos spreads para breve.
«Estou à espera da solução do Governo»
Já sobre o alerta lançado esta segunda-feira pela Fitch, que surgiu no seguimento das palavras do comissário europeu para os assuntos económicos, Joaquín Almunia, sobre a proximidade de Portugal e da Espanha com o caso grego, Fernando Ulrich defende que «mais do que estarmos preocupados com a forma como somos catalogados, temos de nos focar nas soluções», referindo-se ao Orçamento de Estado e ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
«O PEC é hoje mais importante do que noutras alturas. É nessa altura que vamos ver se o Governo vai tomar o bom caminho ou não», adiantou o banqueiro.
Até lá, Ulrich não quer tecer mais comentários: «A altura das opiniões já passou. Nessa altura eu dei as minhas. Agora é tempo de ver como o Governo vai avaliar o que é que o país mais precisa».