
acintra Escreveu:Temos é de todos mentalizarmos para isso e de penar durante estes dois a três anos muito dificieis.
Os proximos 2 a 3 anos serão só o inicio de uma década dolorosa....
Endividamento externo volta a bater recordes
13.01.2010 - 07h55
Parece que, assim que Portugal consegue aumentar, mesmo que ligeiramente, o seu ritmo de crescimento, o endividamento externo começa logo a disparar.
Segundo as novas projecções do Banco de Portugal, o crescimento de 0,7 por cento este ano e de 1,4 por cento no próximo vai coincidir com uma nova escalada do défice externo. O desequilíbrio da balança corrente e de capital deverá cifrar-se, diz o banco, em 9,8 por cento do PIB em 2010 e 11,3 por cento do PIB em 2011, um novo máximo das últimas décadas.
"Esta evolução reflecte, em particular, uma ligeira deterioração do défice da balança de bens e serviços e um aumento expressivo do défice da balança de rendimentos", explica o Banco de Portugal. Apesar de as exportações registarem uma recuperação, em linha com o aumento progressivo da procura externa dirigida à economia portuguesa, as importações de bens e serviços também aceleram, acentuando o desequilíbrio da balança comercial portuguesa. Aparentemente, o aumento do consumo e do investimento deverá continuar a ter de ser feito com base numa proporção muito elevada de importações.
Ainda mais grave, contudo, é o que se passa com a balança de rendimentos que, de acordo com as previsões do Banco de Portugal, pode vir a atingir um défice de seis por cento do PIB em 2011, passando a contribuir com mais de metade do desequilíbrio externo português. O défice da balança de rendimentos é o sobretudo o resultado do endividamento acumulado ao longo das últimas décadas pela economia portuguesa e que força agora o país a pagar, de ano para ano, montantes cada vez mais avultados de juros e dividendos aos agentes estrangeiros que emprestaram ou investiram dinheiro em Portugal. A tendência de subida destas transferências de rendimentos acentua-se quando as taxas de juro aumentam, como se prevê que seja o caso de 2010 e 2011.
Daqui a dois anos, diz o banco, a factura anual que Portugal terá de pagar ascenderá a praticamente 10 mil milhões de euros, um valor que poderá contribuir para limitar futuras tentativas dos agentes económicos nacionais de pedir mais crédito ao estrangeiro.
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1417548