Vamos começar a análise de hoje com um “estudo” que fiz em
Abril de 2008.
Nesse estudo mostro um simples metodo de ver o fim e/ou a continuação de um bear/bull market. Basicamente, iremos considerar o fim de um bear/bull market aquando de uma descida/subida dos preços abaixo/acima do range situado entre os 37.5% e os 50% de retracement desse mesmo movimento bear/bull.
Olhando para o 1º grafico de hoje, podemos ver onde o SPX se situa. Está precisamente entre esse mesmo range, deixando-o numa situação delicada a médio/longo prazo.
Vamos olhar agora para o 2º grafico, onde podemos ver todo o movimento “bull” em que o indice se situa desde Março ultimo.
O 1º movimento de alta iniciado em Março, durou 66 dias e gerou um ganho de 43%. O indice nessa altura já estava fechado num trading range, tendo negociado um pouco acima da zona de falso break (testou os 50% de extensão do range), mas tendo acabado por reagir em baixo e vir testar a base desse mesmo range, tendo–o também quebrado em falso break (não indo além dos 12.5% de extensão) e reagido em alta a este.
Relembro que um dos padrões tipicos de um trading range é, aquando da existencia de um falso break de um dos extremos e existindo uma reacção negativa a esse break trazendo os preços a testar o extremo contrario, esse break será num 1º movimento, falso
A reacção em alta à quebra da base do range deu inicio ao 2º movimento de alta iniciado em Março, onde, até ao máximo de dia 21 de Outubro, tivemos 75 dias de rallie e um ganho de 27%.
Ora a 1ª coisa que nos salta à vista é o facto de este 2º movimento estar muito aquem do anterior. Estamos neste momento com 87 dias de rallie e com um ganho máximo de apenas 27%, quando o movimento anterior num espaço temporal menor, o ganho produzido foi de 43%.
Analisando os down swings deste 2º movimento podemos ver que a cada novo máximo do ano o numero de vendedores tem subido (cada down swing mostra uma amplitude de preços maior que a anterior). Ora isto pode levar-nos a pensar se esta parte final do 2º movimento não estará a ser um movimento de distribuição, tendo os “retail traders” como “motor” dos novos máximos.
Vamos agora voltar a pegar no 1º grafico e ver como as cotações continuam abaixo dos 50% de retracement. Olhando para o tal “estudo” feito à 1 ano atrás, é possivel ver os preços acima dos 50% sem que isso inverta, neste caso, o bear market.
Ora, voltando de novo ao 2º grafico, aquele trading range que separa o 1º movimento do 2º movimento, está convenientemente situado numa posição estratégica, ou seja, olhando para o movimento desde Março como um todo, podemos ver como esse mesmo trading range está a situar-se perto dos 50% de todo esse movimento.
Este é outro dos padrões tipicos. Por norma, existe sempre uma especie de consolidação (trading range) a meio de um movimento.
Por norma, essa consolidação faz o 2º o movimento estender a 100% o movimento anterior, ou seja, o 2º movimento no SPX (iniciado em Julho) deveria gerar no máximo um movimento, também ele de 43%. Ora isto, como já vimos anteriormente, (ainda) não aconteceu, dando assim um outlook negativo ao indice.
No entanto, visto que é possivel o indice ir acima dos 50% de retracement do bear market sem que este seja invertido, novos máximos do ano deverão ser considerados naturais, aproximando assim o indice de valores mais proximos dos ganhos do 1º movimento, ou seja, 100% do 1º movimento, ou seja, dos 43%.
Para quem leu o meu “report” de à umas semanas, onde fiz referencia aos sectores (neste caso dos ETF’s desses mesmos sectores)que mais influenciam o indice, ou seja, financials (XLF), technology (XLK), industrials (XLI) e consumer discrecionary (XLY), olhando para os seus grafios vemos que o sector financeiro é o mais fraco dos 4. Relembro que o sector financeiro pesa 15% do indice e dificilmente este ganhará força sem o sector financeiro.
Ora dentro do sector financeiro temos os bancos e os broker dealers como sendo aqueles que mais pesam. O sector não vai a lado nenhum sem estes 2 , o que é o mesmo que dizer que o SPX não vai a lado nenhum sem eles. Tal como no sector tecnologico onde os semicondutores reinam.
Olhando para o XBD (broker dealers) e para o BKX (banks), ambos quebraram o trading range e estão numa posição de testar a base do mesmo, sendo esta agora a resistência a abater.
Se olharmos para o SPX ele ainda está acima da base do seu range.
O SOX (semicondutores) está numa situação identica, ajudando ainda mais o outlook negativo para o SPX.
Resumindo tudo o que foi dito atrás, temos o SPX em zona critica de uma inversão de médio/longo prazo, podendo no entanto ainda existir espaço para novos máximos que deverão ser aproveitados para reduzir posições longas.
Sigam o XBD, BKX e o SOX e vejam o que estes 3 indices estão a fazer. Caso o 3 estejam negativos durante o dia não esperem ver um bom fecho por parte do SPX e consequentemente, do ES.
Temos o SPX a testar o topo do range, o que será um valor obvio para um swing high. Lembrem-se que os 3 indices referidos anteriormente estão em zona de teste à base do range. Uma reacção negativa (confirmando a quebra do range por parte destes indices) e o SPX poderá sofrer uma forte inversão, tendo como target obvio a base do seu range, nos 1020 pts.
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Em termos ciclicos, tudo aponta para que em Março do ano que vem possamos ter o indice a confirmar os minimos do retracement a este movimento desde Março e resumir em alta todo esse movimento, confirmando assim o fim do bear market e iniciando o tal falado bull market.
Naturalmente se formos analisar economicamente o mundo, onde continuamos a ver os bancos centrais a “imprimir dinheiro”, inundado os mercados devido às baixas taxas de juros e à contínua subida do ouro é dificil aceitar que um bull market possa existir a longo prazo.
Mas vamos deixar a economia para os economistas. O nosso trabalho é analisar os graficos de preços e tirar daí as probabilidades necessários para negociamos.