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Caldeirão da Bolsa

Bota abaixismo... Bruxelas prevê défice recorde de 8%

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

in bpionline

por mcarvalho » 12/11/2009 0:17

Portugal aceita corrigir défice até 2013 mas avisa que esforço será feito na recta final


11/11/2009


O Ministério das Finanças assegura estar consciente da “necessidade inequívoca de corrigir o actual défice das contas públicas e a trajectória ascendente da dívida pública”, mas sublinha que é preciso ter em conta outra exigência com outra tão ou mais prioritária: “manter a ajuda financeira e o estímulo orçamental à economia enquanto a recuperação económica e financeira não estiver devidamente sustentada”.

Para conciliar ambas, o Ministério liderado por Teixeira dos Santos diz aceitar 2013 como meta para repor o défice orçamental em linha com o limite de 3% do PIB imposto pelo Pacto de Estabilidade, como foi esta manhã proposto pela Comissão Europeia. Mas no Terreiro do Paço prefere-se não mencionar 2010 como ano de arranque do combate ao défice, sublinhando-se, antes, que o essencial do esforço de consolidação terá de ser “mais concentrado nos anos em que a recuperação económica se vier a fazer sentir com mais intensidade”.

“No caso concreto português, as recomendações da Comissão Europeia apontam para a necessidade de corrigir o défice excessivo até 2013, através de um ajustamento orçamental médio anual, em termos estruturais, de 1,25 pontos percentuais. do PIB, prevendo-se que o esforço do ajustamento venha a ser mais concentrado nos anos em que a recuperação económica se vier a fazer sentir com mais intensidade”, precisam as Finanças.

Esta leitura da recomendação europeia é confirmada pela própria Comissão. Segundo Joaquin Almunia, o Governo português concorda em assumir o compromisso de pôr termo à situação de défice excessivo até 2013, mas o maior peso do ajustamento orçamental não será feito em 2010, mas “nos anos da segunda metade do calendário que aprovámos".

"Pelas minhas conversas com o Governo português, em p articular com o ministro Teixeira dos Santos, o Governo [de Lisboa] pode aceitar estas recomendações", disse Joaquin Almunia. Citado pela agência Lusa, o comissário acrescentou que, no caso português e de acordo com as suas "conversações com o ministro dos Santos, o maior peso do ajustamento [orçamental] não vai ser feito em 2010, vai ser feito nos anos da segunda metade do calendário que aprovámos".

A Comissão Europeia divulgou hoje as suas propostas de “recomendação” dirigidas a um conjunto de países da União Europeia que se encontra em situação de défice excessivo, e no qual se inclui Portugal.

No caso português, Bruxelas "recomenda" que Portugal corrija até 2013 a sua situação de défice orçamental "excessivo", o que significa um ajustamento orçamental estrutural anual médio correspondente a 1,25 pontos percentuais do PIB já a partir de 2010. Sem alteração de políticas, a Comissão prevê que o défice chegue neste ano aos 8% do PIB (o Governo antecipa 5,9%), podendo mesmo atingir 8,7% em 2011. No ano passado, foi de 2,7%.
 
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por pedrom » 11/11/2009 14:23

mcarvalho Escreveu:Bruxelas pede a Portugal para iniciar combate ao défice já a partir de 2010


11/11/2009


A Comissão Europeia endereçou hoje uma recomendação ao Governo português, instando-o a tomar “medidas efectivas” para assegurar que o défice orçamental, que nas contas de Bruxelas chegará neste ano aos 8%, esteja abaixo do limite de 3% exigido pelo Pacto de Estabilidade em 2013.

Para que este compromisso seja verosímil, a Comissão considera que o Orçamento do Estado para 2010 terá, desde já, de ser elaborado com os olhos postos na redução dos desequilíbrios das finanças públicas .

Em média, a redução do défice estrutural (descontados os efeitos da variação da taxa de crescimento) deve ser de 1,25 pontos percentuais ao ano, precisa a Comissão Europeia, segundo a qual “qualquer melhoria na situação orçamental deve ser utilizada para a redução do défice e da dívida”, que se prevê atingir os 90% do PIB em 2011.

“Portugal deve igualmente continuar a reforçar o seu quadro orçamental de médio prazo”, acrescenta a Comissão. As recomendações de Bruxelas surgem no âmbito do chamado procedimento dos “défices excessivo” desencadeado contra metade dos países da União Europeia, por preverem encerrar as contas de 2009 com défices acima de 3%, e anteciparem que esse limite será violado nos dois anos seguintes.

Neste contexto, Bruxelas propôs hoje aos ministros europeus das Finanças (Ecofin) para que fixem 2013 como prazo para a correcção dos défices orçamentais excessivos na Áustria, República Checa, Alemanha, Eslováquia, Eslovénia, Holanda – assim como para Portugal.

Para a Bélgica e Itália, que terão igualmente um défice acima de 3% em 2009, “o nível comparativamente limitado dos défices e a existência de rácios de dívida elevados requer um prazo mais curto: 2012”, argumenta a Comissão, em comunicado.

Em para lelo, foi avaliado se Grécia, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido tomaram “medidas efectivas”, em resposta às recomendações aprovadas pelo Ecofin em Abril. Grécia chumbou no exame: “A Comissão propõe que o Conselho conclua que a Grécia não tomou medidas eficazes”.

Já para os outros quatro países “pode concluir-se que tomaram medidas, mas o agravamento da situação económica, em relação às previsões de Janeiro da Comissão, justifica a revisão das recomendações em vigor e, consequentemente, prorroga os prazos por um ano, tal como previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento, ou seja, 2013 para a França e Espanha, 2014 para a Irlanda e o exercício orçamental 2014/15 para o Reino Unido”.

"Prazos são realistas", diz Almunia

“Creio que os prazos hoje propostos são adequados e realistas”, considerou o comissário para os Assuntos Económicos. Segundo Joaquin Almunia, o Pacto de Estabilidade e de Crescimento tem de se manter como “ancora” das políticas económicas e orçamentais.

Preparar a retirada dos planos de combate à crise – que engordaram, e muito, o endividamento público – “é compatível com a continuação das medidas de estímulo para reforçar a retoma económica em 2010”, ao mesmo tempo que tenderá a “evitar um aumento das taxas de juro de longo prazo, que aumentariam o custo do serviço da dívida e os custos de financiamento para as famílias e as empresas, interrompendo a própria recuperação económica”, sublinha o comissário.


Mas nós não tinhamos começado a combater o defice já há alguns anos???? :shock: :shock: :shock: :shock:

Bem.... esta guerra com com defice, mais parece uma guerra dos 100 anos!!!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por mcarvalho » 11/11/2009 14:09

Bruxelas pede a Portugal para iniciar combate ao défice já a partir de 2010


11/11/2009


A Comissão Europeia endereçou hoje uma recomendação ao Governo português, instando-o a tomar “medidas efectivas” para assegurar que o défice orçamental, que nas contas de Bruxelas chegará neste ano aos 8%, esteja abaixo do limite de 3% exigido pelo Pacto de Estabilidade em 2013.

Para que este compromisso seja verosímil, a Comissão considera que o Orçamento do Estado para 2010 terá, desde já, de ser elaborado com os olhos postos na redução dos desequilíbrios das finanças públicas .

Em média, a redução do défice estrutural (descontados os efeitos da variação da taxa de crescimento) deve ser de 1,25 pontos percentuais ao ano, precisa a Comissão Europeia, segundo a qual “qualquer melhoria na situação orçamental deve ser utilizada para a redução do défice e da dívida”, que se prevê atingir os 90% do PIB em 2011.

“Portugal deve igualmente continuar a reforçar o seu quadro orçamental de médio prazo”, acrescenta a Comissão. As recomendações de Bruxelas surgem no âmbito do chamado procedimento dos “défices excessivo” desencadeado contra metade dos países da União Europeia, por preverem encerrar as contas de 2009 com défices acima de 3%, e anteciparem que esse limite será violado nos dois anos seguintes.

Neste contexto, Bruxelas propôs hoje aos ministros europeus das Finanças (Ecofin) para que fixem 2013 como prazo para a correcção dos défices orçamentais excessivos na Áustria, República Checa, Alemanha, Eslováquia, Eslovénia, Holanda – assim como para Portugal.

Para a Bélgica e Itália, que terão igualmente um défice acima de 3% em 2009, “o nível comparativamente limitado dos défices e a existência de rácios de dívida elevados requer um prazo mais curto: 2012”, argumenta a Comissão, em comunicado.

Em para lelo, foi avaliado se Grécia, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido tomaram “medidas efectivas”, em resposta às recomendações aprovadas pelo Ecofin em Abril. Grécia chumbou no exame: “A Comissão propõe que o Conselho conclua que a Grécia não tomou medidas eficazes”.

Já para os outros quatro países “pode concluir-se que tomaram medidas, mas o agravamento da situação económica, em relação às previsões de Janeiro da Comissão, justifica a revisão das recomendações em vigor e, consequentemente, prorroga os prazos por um ano, tal como previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento, ou seja, 2013 para a França e Espanha, 2014 para a Irlanda e o exercício orçamental 2014/15 para o Reino Unido”.

"Prazos são realistas", diz Almunia

“Creio que os prazos hoje propostos são adequados e realistas”, considerou o comissário para os Assuntos Económicos. Segundo Joaquin Almunia, o Pacto de Estabilidade e de Crescimento tem de se manter como “ancora” das políticas económicas e orçamentais.

Preparar a retirada dos planos de combate à crise – que engordaram, e muito, o endividamento público – “é compatível com a continuação das medidas de estímulo para reforçar a retoma económica em 2010”, ao mesmo tempo que tenderá a “evitar um aumento das taxas de juro de longo prazo, que aumentariam o custo do serviço da dívida e os custos de financiamento para as famílias e as empresas, interrompendo a própria recuperação económica”, sublinha o comissário.
 
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mais uma bronca

por mcarvalho » 11/11/2009 9:40

No Program nós por cá da SIC

de 10/11/2009


Portugal mete água

O Programa Nacional de Barragens pode estar em causa. A Comissão Europeia encomendou um estudo a uma entidade independente e os resultados revelam que o Estado Português avaliou mal os impactos e a verdadeira necessidade destas barragens. O Governo já adjudicou grande parte das barragens e arrecadou mil 383 milhões de euros mas arrisca-se a ter de devolver o dinheiro.

VEJA O VÍDEO E COMENTE >


http://sic.sapo.pt/online/noticias/prog ... os+por+ca/

ou

em

http://avenidacentral.blogspot.com/2009 ... -agua.html

www.linhadotua.net

Hoje entrevista com Jorge Pelicano Pare Escute e Olhe
no mesmo programa ..Pare Escute e Olhe
 
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mais uma

por mcarvalho » 10/11/2009 12:45

Bruxelas abre investigação a apoios de Portugal ao BPP


10/11/2009


A Comissão Europeia (CE) abriu uma investigação aprofundada sobre a garantia estatal concedida por Portugal ao Banco Privado Português (BPP). Em causa está o facto de a prazo de ajudas, inicialmente por seis meses, ter sido prolongado sem que Bruxelas tivesse sido informada e o facto de não ter sido apresentado qualquer plano de reestruturação do banco.
 
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por Opcard » 9/11/2009 13:29

Com 550 milhões de euros é possivel isto:

Nova fábrica da Portucel passa a representar 4% das exportações nacionais e 5% da energia nacional a partir de 2010.


550 milhões são 10% do custo do TGV , há luxos que só os ricos podem pagar Portugal deve investir bem.

Onde em actividades que substituam bens importados e produtos vendáveis nos mercados externos .

Depois de ficarmos ricos com os bons investimentos , todo nos deve ser permitido J Olímpicos , TGV’s com paragem em tudo o que é cidade ....
 
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por pinto80 » 9/11/2009 12:32

Não acredito que mais estradas ou auto estradas venham a contribuir para um melhor desenvolvimento de portugal. temos auto estradas a mais, algumas feitas há pouco tempo, com meia dúzia de carros por hora. Inqualificável. Lisboa já é a capotal europeia com maior densidade de estradas rodoviárias.

A prioridade terá de ser outra em termos de investimento público: barragens, enegias renováveis (nuclear, incluindo), obras de caráter social, etc...
http://fiscalidadenoblog.wordpress.com/ - visite e sugira temas oportunos
 
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por mcarvalho » 9/11/2009 9:55

Concurso da Auto-Estradas do Centro adiado após recusa de vistos do Tribunal
Três dias depois do Tribunal de Contas (TC) ter recusado o visto prévio aos contratos das concessões Douro Interior e Auto-Estrada Transmontana, a Estradas de Portugal (EP) decidiu adiar um mês a entrega das propostas no concurso para concessão Auto-Estradas do Centro.
http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=395107
 
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por mcarvalho » 9/11/2009 9:54

Comentário
Quando as coisas sérias se baseiam no desenrasca e no chico espertismo
dá nisto:
- DESCRÉDITO - (a nível nacional e internacional)
Pergunta quem vai pagar tudo?
Os nossos filhos e netos... vâo obrigá~los a trabalhar em condições ainda mais degradantes
e a exportar o porco inteiro ficando só com as unhas para comerem

in Jornal de negócios

Pedro Santos Guerreiro
Deve o tribunal fazer concessões?
psg@negocios.pt
--------------------------------------------------------------------------------

A recusa de visto prévio do Tribunal de Contas é uma sentença de morte para o programa das novas estradas. A bronca não se resume às duas concessões agora "chumbadas": tudo pode ruir. Em causa está o poderoso "lóbi do betão". Os bancos que o financiam. E a espinha dorsal do programa económico do Governo. Contrapoder? Contrapoder é isto.

A recusa de visto prévio do Tribunal de Contas é uma sentença de morte para o programa das novas estradas. A bronca não se resume às duas concessões agora "chumbadas": tudo pode ruir. Em causa está o poderoso "lóbi do betão". Os bancos que o financiam. E a espinha dorsal do programa económico do Governo. Contrapoder? Contrapoder é isto.
Os leitores do Negócios conhecem bem a história, que aqui fez manchetes ao longo de meses.
Aqui revelámos como a crise financeira primeiro afastou os bancos e depois agravou os custos das estradas. Como isso provocou atrasos. Como, por causa disso, Governo e Estradas de Portugal alteraram contratos para tentar compensar derrapagens nos custos e evitar mais adiamentos de prazos. Como houve urgência de ter obras para as eleições, o que resultou em catadupas de inaugurações, pequenos festins pagos pelas próprias empresas. Grande parte destas notícias foram desmentidas pelo Governo. Eram verdade. Como então dissemos. Como agora se prova.
O novo ministro, António Mendonça, já tem mais quente a batata que lhe caiu nas mãos que a cadeira em que passou a sentar-se. O Negócios teve acesso aos acórdãos do Tribunal de Contas e descreve os argumentos da Estradas de Portugal para ter feito o que fez: alterar condições dos concursos durante os concursos, depois de vários concorrentes terem sido afastados. A EP diz que tinha de ser: por causa da crise financeira. O Tribunal de Contas diz que a lei não é para modas e recusa mudanças de regras a meio do jogo.
Guilherme d'Oliveira Martins fez do Tribunal de Contas o que um Tribunal de Contas deve ser: o Estado a vigiar o Estado. Tem razão? Nem os advogados sabem: os que são pagos para achar que sim acham que sim, os pagos para achar que não acham que não. Mas o nome não engana: Tribunal é Tribunal. Não tem opinião, decide.
A principal divergência é jurídica: é a crise financeira razão suficiente para alterar contratos a meio? A EP diz que sim. O Tribunal diz que não: "dura lex sed lex".
É uma controvérsia antiga: os investidores só olham para os fins, os juristas vasculham-lhes os meios. O "progresso económico" vale muito. Mas vale tudo? Vale alterações de contratos, mudanças de leis, choques ambientais? Quem investe não tem dúvidas: sim. E acha que os juristas são gente louca, deslocada do mundo real. Há dois dias, Cunha Rodrigues dizia: "A crise está a pressionar o Direito e a baixar a força coerciva das normas", utilizando-se o Direito "para obter um determinado efeito no imediato", normalmente em benefício de grupos de interesse. Foi premonitório.
Se a divergência é jurídica, o argumento de pressão sobre o Tribunal de Contas é todavia económico: a EP, que no acórdão assume a defesa do programa de obras do Governo no combate à crise, que colocar sobre Oliveira Martins o ónus de paralisar estradas, empresas e País.
As consequências do chumbo são dramáticas: as estradas param, o País fica cheio de obras paradas e buracos a céu aberto, os bancos retiram o crédito, a EP tem de indemnizar os consórcios pelo dinheiro já investido e pelos lucros cessantes (é o negócio perfeito, lucram à cabeça sem risco). O processo tem de reiniciar-se, o que atrasa o programa do Governo para tirar Portugal da crise. E os bancos internacionais que financiam duvidarão dos mesmos portugueses que lá forem pedir dinheiro para o TGV e aeroporto.
A EP e o Governo, autores do erro original, fizeram a política do facto consumado e avançaram com as obras. Agora, colocam o peso da paragem sobre a consciência do Tribunal de Contas. Este tem de decidir, ou em consciência, ou por causa da consciência. Pela lei ou pela grei?
 
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Re: Por falar em gestores..

por MERCW125 » 7/11/2009 19:19

mcarvalho Escreveu:Primeiro faz a pós graduação e depois é que se licencia...ou estou a ver mal :?

http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/gru ... eID=217516


O que é que isto tem a ver com o tópico, ou estarei a ver mal :roll:
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por moppie85 » 7/11/2009 17:39

moppie85 Escreveu:"De acordo, a crise apenas afecta o rácio divida publica/PIB, dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse, em relação ao PIB aumentava sempre pois este diminuiu" mas logo a seguir dizes: "quando não é verdade até tem tido um aumento bem menor em relação à media dos últimos 20 anos.



Ora bem, tem aumentado ou não? É que consegues dizer Não e Sim no mesmo parágrafo. 1º disseste que o aumento era um aumento relativo (Divida Publica/PIB) e não absoluto, mas depois afirmas que "tem tido um aumento bem menor". Que eu saiba um aumento é um aumento. Lá por ser um aumento menor, não invalida ser um aumento... É um aumento que está errado e que devia ser reduzido a 0 (i.e. manter a divida e não continuar sistematicamente a aumentá-la), e não aumentada com projectos megalomanos de retorno duvidoso.


mais_um Escreveu:1º lê os comentários anteriores, 2º Lê com atenção o que eu escrevi, é claro como a agua.

Mas dou-te uma ajuda eu não escrevi em lado nenhum que não tinha existido aumento absoluto, escrevi:

“dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse”

Embora não seja especialista em língua Português parece-me que utilizei o modo gramatical correcto, ou seja o modo conjuntivo, que quer dizer mais ou menos
a simples possibilidade de se praticar a acção e não que se praticou.


Peço desculpa, mas a forma como colocaste faz crer que o aumento é relativamente "desprezável" e que parece "uma brutalidade" em termos relativos (comparado com o PIB). A parte de interpretação também faz parte do Português e o que fizeste foi, imo, "disfarçar" o problema, minorando os factos. A verdade é que quando se "apertou o cinto aos portugueses", o aumento desse endividamento devia ter parado. Só para recordar que os FP tiveram 5 anos sem aumentos e com congelamento nas progressões na carreira. Haver um aumento da divida pública neste contexto é inadmissivel e não é desculpável.

mais_um Escreveu:Estava a dar o exemplo que mesmo que não tivesse existido aumento da divida publica em termos absolutos, pelo facto do PIB diminuir, a divida em percentagem do PIB aumentaria sempre, porque numa fracção, mesmo que o numerador (a divida publica) não se altere, pelo facto do denominador (o PIB) diminuir faz aumentar o rácio. Pura matemática.


Isso não é necessário explicar, penso que todos demos na escola as fracções... Se o quociente diminui, o resultado vai aumentar.
Além de que, mesmo que a divida pública não aumentasse em valor absoluto é vergonhoso que "crescendo menos" (i.e. com crescimento do PIB menor), a divida pública aumente muito mais. De se notar que o PIB apenas apresentou crescimento negativo em 2003 e agora, pelo que mesmo assim, o aumento proporcional da dívida, não se deve apenas à diminuição do PIB, mas à continuação do descontrolo da dívida pública.
De qualquer dos modos, estar a "fingir" que o problema é da crise é atirar areia para os olhos de quem está a ler. O problema vem muito de trás da crise e esta só veio trazer para a ribalta algo que vários economistas já referiam há muito tempo.

moppie85 Escreveu:Acrescento também que nos ultimos 10 desses 20 anos, tiveste várias receitas extraordinárias que "disfarçam" o valor desses aumentos e muito provavelmente é por isso que o aumento "tem sido menor" (não confirmo ter sido menor pq não tenho dados para isso, mas vou acreditar nas tuas palavras).


mais_um Escreveu:Por acaso, as receitas extraordinárias (as privatizações) ocorreram em maior volume nos primeiros 14 anos, dos últimos 24, ou seja o inverso do que escreveste. Quanto aos números da divida, está num comentário anterior a sua fonte.


Sim, as privatizações... E o resto? A venda do imobliário? A transferência dos fundos de pensões? A transferência para "empresas públicas" de dívida pública? E o endividamento dessas empresas públicas?

moppie85 Escreveu:"Concordo com a parte da intervenção do Estado na Economia apenas em situações críticas, como as actuais. Em relação aos investimentos ou apoios que o Estado pode dar para serem considerados produtivos quais é que advogas? Repara a crise é agora não é daqui a 5 anos ou 10 anos, quando começares a pagar as 3 grandes obras públicas. Muitas das críticas que são feitas em relação aos 3 grandes investimentos públicos, TGV, novo aeroporto e 3ª travessia do Tejo são disparatadas, são feitas por pessoa que das duas uma, ou querem manipular o Zé povinho ou então não se deram à maçada de estudar os projectos."

E quem paga os custos do projecto até daqui a 5 ou 10 anos? Ou pensas que alguém entra com o dinheiro a 5 ou 10 anos, sem receber vantagens em troca?
Esse teu pensamento parece-me bem retorcido. Queres convencer-me que quem vai construir um TGV ou um aeroporto vai estar 5 ou 10 anos a trabalhar "à borla"? E quem vai pagar no fim a despesa? Ou a despesa diminui por "pagares mais tarde" a obra? Ou estás a dizer que a obra é para começar só nessa altura? É que se é, que eu me lembre, o PSD falou em "adiar até haver um clima propicio" porque avançar agora era um suicido económico. E se for para avançar daqui a 5 ou 10 anos, nada afecta "a crise".



Será que é o PSD que "quer manipular o Zé povinho" ou será o contrário. Onde estão os estudos de que falas (e o estudo da sua viabilidade financeira)? Já os estudaste? Duvido, até pq duvido que o próprio governo o tenha estudado. Como dizia o Medina Carreira (penso que foi ele), em Portugal avança-se primeiro e vão-se resolvendo os problemas depois, mesmo que isso implique um aumento brutal de custos ou a constatação de que se trata de uma obra sem retorno económico.


mais_um Escreveu:Não te vou dar o peixe, mas ensino-te a pescar:

http://www.naer.pt/portal/page/portal/NAER2008/

http://www.rave.pt/tabid/233/Default.aspx

Basicamente o TGV será pago como as SCUT, ou seja após a sua conclusão haverá um valor anual durante um determinado número de anos, no fim do contrato, a infra-estrutura passa para o Estado.

O novo aeroporto, será dado em regime de concessão, juntamente com a privatização da Ana Aeroportos, idêntico ao que foi feito com a ponte Vasco da Gama, também foi dada a concessão da ponte 25 de Abril ao consórcio que construiu a Vasco da Gama até acabar o contrato de concessão.


Estás a falar das mesmas SCUTS que estão a "dar cabo" do Estado por serem incomportáveis? Se sim, está explicado. Para os privados aceitarem esse tipo de Obra é porque ficam a ganhar (e bem) com elas.
Faz-me lembrar a construção dos "novos hospitais" como por exemplo o de Todos-os-Santos.
O construtor paga a construção e o Estado paga BASTANTE mais em rendas durante os próximos anos do que se tivesse pago a construção do mesmo.

moppie85 Escreveu:"Uma das medidas que eu considero positivas foi a restauração e modernização do parque escolar, provavelmente só se apercebe disso quem tem filhos em escolas degradadas, mas foi algo muito positivo, dinamiza a economia e melhora as condições de trabalho de professores e alunos e é imediato."

Aqui concordo na parte em que referes a dinamização da economia - na parte da "restauração e modernização do parque escolar" tenho de acrescentar que embora seja necessária, não é a principal razão para se iniciarem nesta altura este tipo de obras. Dizer que é por causa dos meninos e dos pais é demagogia. Foram iniciadas nesta altura pq era necessário um estimulo e sabe-se que muitas pequenas obras estimulam mais a economia e mais depressa do que as grandes obras que requerem um grande endividamento e são "mais lentas" a organizar e a produzir efeitos.


mais_um Escreveu:Estás mal informado, as obras tiveram início antes da crise, mas tendo em conta que com a crise deixou de existir restrições orçamentais, foi possível fazer mais obras.



A renovação do Parque Escolar já ocorre há bastante tempo, mas como afirmas, ocorreu um grande aumento em termos de volume de obras (é o próprio PM que o afirma). Este aumento foi essencialmente para estimular a economia e não a pensar nas criancinhas. Se fosse a pensar nas criancinhas, já o podiam ter feito à bastante tempo com a mesma velocidade.
Falar que a culpa é das restrições orçamentais é um pouco "abusivo", uma vez que já há bastantes anos que várias escolas iniciaram as reabilitações - a divisão dessas obras pelos diversos anos, em pouco iria influenciar o Orçamento.

moppie85 Escreveu:"Repito a pergunta que medidas sugeres que o Estado implemente para dinamizar a economia, é dar dinheiro às empresas? Não me parece, do que serve elas produzirem se as pessoas não consomem? Parece-me muito mais correcto dinamizar a economia pela consumo, seja ele publico ou privado, porque evita o subsidiodependencia das empresas (vê o exemplo da GM e da Crysler nos EUA, do que serviu a injecção de dinheiro nas empresa, não evitou a falência) e assim só as melhores é que vão ficar no tecido empresarial, eliminas as más, por isso defendo que o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc...é algo imediato, que dá já trabalho e que faz “mexer” a economia, os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos."

Concordo na teoria. Em termos práticos, num país em que 99,9% do tecido empresarial é subsidio-dependente, ias ter uma crise de desemprego do tamanho de hoje e amanhã. Infelizmente em Portugal tudo vive à custa do estado. Honestamente (e compreendo os trabalhadores que se vêem em desespero e que querem que o "Estado salve tudo"), mas o português tem a mania que o encerramento de uma empresa é culpa do estado e não da empresa em si e que, se a empresa fecha, o estado tem de se responsabilizar por manter os trabalhadores, ou seja, pensa que o estado "assuma" um negócio de prejuízo constante.
Aliás, para estimulares pelo consumo, é necessário que as familias tenham capacidade para consumir mais, algo que já se sabe não ser possível (as familias estão "em falência técnica")


mais_um Escreveu:Os dados disponíveis não mostram isso, o consumo de bens não essenciais continua elevado, menor é certo, estás a esquecer que a economia paralela tem um peso muito grande e essa não aparece nas estatísticas, apenas consegues ver os seus efeitos. Quem tem dificuldades é quem está desempregado, quem tem emprego tem mais dinheiro disponivel agora do que tinha à 3 anos, a prestação da casa diminuiu significativamente.



A economia paralela sempre existiu em Portugal. O aumento da taxa de desemprego mostra que há bastante mais dificuldades. Podes dizer que o "consumo de bens não essenciais" continua elevado, mas a verdade é que por enquanto muitos destes desempregados ainda estão a receber Subsidio de Desemprego, que, na grande maioria das vezes é superior ao ordenado que auferiam (por estúpido que pareça é assim mesmo).


moppie85 Escreveu:"o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc..."

Vê-se que não estás bem dentro do assunto. Hospitais e centros de saúde dão tudo menos dinheiro.
As "obras" de construção de um hospital custam 1 milhão... e mantê-lo custa 1 milhão por ano, i.e. não é por investimento em Hospitais que vais sair da crise. Aliás, como é lógico, a área da saúde pública só dá prejuízo ao estado (sendo também um calcanhar de aquiles na Alemanha).


mais_um Escreveu:Não entendeste o que eu escrevi, os governos (o nosso e os restantes) estão a aproveitar a crise para eliminar ou diminuir a falta de infra-estruturas publicas em diversas áreas, a saúde é uma delas, se não concordas com o SNS, é outra história.


Tu referiste "hospitais e centros de saúde" (ou seja saúde) como forma de relançar a economia. Ora, não existindo falta destas infra-estruturas em Portugal (não me venham com tretas a dizer que faltam, que eu trabalho num hospital), não é a melhor forma de iniciar uma "recuperação". Numa altura em que queres diminuir a divida pública e relançar a economia, estar a apostar em algo que trás imediatamente aumento dos custos fixos para o Estado (e estou a falar pura e simplesmente do ponto de vista económico e não do ponto de vista social), não é a melhor solução.
Muito mal se fala do nosso SNS, mas é dos melhores da Europa. Pode não ter as condições XPTO para o caso X ou Y, mas é de elevada qualidade relativamente a outros países. O errado é que vemos sempre na televisão que para o tratamento de X ou Y é necessário ir lá fora, mas isso acontece não por deficiência em termos de infra-estrutura, mas em termos de "especialização" (nos casos graves). Quanto ao aspecto das listas de espera, metade são "virtuais" e a outra metade deve-se à má organização acumulada (e má distribuição dos recursos humanos) ao longo dos anos, que provocaram estas listas de espera "brutais".
Se queria falar em "infra-estuturas públicas", não foi bem o que referiste. Em termos de "infra-estruturas públicas" concordo no ponto em que TRAGAM mais-valias que compensem.
moppie85 Escreveu:"
Deves investir sim em coisas que tragam ganhos reais para a economia.


mais_um Escreveu:Tais como?


Se eu fosse economista, estaria em melhor condição para responder.
Há "gajos" que tiram cursos e pós-graduações para responder a isso e mesmo assim têm dificuldade com essa pergunta.
Neste aspecto, concordo com o Prof Medina Carreira - neste país há muito que tem de ser mudado, fiscalizado e punido. Devíamos aproveitar esta oportunidade para "reformar" o que tem de ser reformado, estudar muito bem os projectos e as dividas que assumimos e apostar nos projecto que realmente tragam retorno para o País. Imo o TGV virado para "a população" não o faz. Aliás, como questionei, qual o retorno financeiro de uma linha Faro - Deserto do Alentejo? Qual a mais-valia dessa obra? Quem é que vai de Faro (ou da Europa), para o Alentejo?... Pois! Ninguém. Façam-se investimentos, mas investimentos com retorno e não gastar para criar algo que pura e simplesmente não vai ter o retorno devido. Referindo também alguns economistas, em Portugal até se faz/fez investimento - investe-se é mal.

(Apaguei o comentário que fizemos e que dizes que já respondeste, mas de facto não o fizeste - Qual o retorno de uma linha TGV Faro-Beja? A mesma que o Estádio do Algarve?)

moppie85 Escreveu:"Por exemplo o apoio aos painéis solares parece-me muito bom, é uma forma de dinamizares a economia, diminuis a emissão do CO2, logo diminuis os custos derivados do protocolo de Quioto, as pessoas poupam dinheiro, etc... "

Dinamizar a economia com painéis solares? Espero que não estejas a falar a sério pq a quantidade de painéis solares instalados é mínima e o ganho dessa instalação só será compensada em vários anos (se não me engano, deu na tv um documentário que só compensava após 7 ou 8 anos de utilização para o cliente, sem contar com a manutenção e avarias). E é sempre preciso lembrar que é preciso ter dinheiro para o investimento inicial - quem não tem dinheiro, não pode comprar e receber esse incentivo.

Esta dos paineis solares relembra-me o investimento em carros híbridos, que só começava a compensar em relação aos carros a gasolina a partir dos 13 anos, ou seja após a vida útil do veículo. Aqui é semelhante, é uma medida que só é lucrativa após 7 ou 8 anos e não é uma mais-valia imediata. Este tipo de medidas deviam ter sido implementadas no crescimento económico, pq são coisas para "uma década" e não para um relançamento rápido da economia.


mais_um Escreveu:Estás desfasado do projecto, informa-te melhor.


Não estou não. Estou bem dentro, visto estarmos a instalar no nosso prédio vários painéis solares - a diferença é que o prédio tem 104 apartamentos, com cerca de 250 pessoas com rendimentos (i.e. classe média). Quero ver os desempregados e os que recebem o salário minimo a investir em paineis solares...

Quanto aos carros, o estudo não é muito antigo e foi amplamente debatido e estudado. (já não me lembro se foi no caldeirão que assisti a isso).

O facto é que com os aumentos do combustivel e a evolução agora para hibridos mais eficientes associado a alteração dos impostos, tornou-se mais apetecível. Mesmo assim, ainda estou para ver qual a poupança e se, realmente compensa.

moppie85 Escreveu:DISCLAIMER: Não sou do PS, não sou do PSD e não estou a defender alguém. Aliás, acho que se há quem tenha GRANDES resposabilidades neste fosso são estes 2 partidos


100% de acordo

moppie85 Escreveu:PS: o que dizem do aumento proposto pelo PCP para 600 euro do SMN? Eu quero é saber se os outros também aumentam... Um recém-licenciado recebe (com sorte) 1000 euro por mês.. Qualquer dia um licenciado recebe o mesmo que um varredor de ruas. Depois queixem-se que os "crânios" estão a sair de Portugal. Pergunto-me porque será...


mais_um Escreveu:Não sabia que existia uma tabela salarial em função das habilitações académicas, sempre pensei que o vencimento deriva da rentabilidade do trabalhador e da lei da oferta e da procura....


O salário minimo nada tem a haver com a Lei da Oferta e da Procura. Aliás é o oposto - é obrigar quem emprega a pagar um mínimo de X, independentemente da oferta que houver, pelo que o teu comentário não tem sentido. Teria lógica se não houvesse salário minimo e existissem (por exemplo) poucos varredores de rua e muitos economistas - aí compreendia a referência à Lei da Oferta e Procura - e existir, neste caso, varredores a ganhar mais que economistas.

Cumps,

PS: só para acrescentar que não estou a querer arranjar nenhuma quezília, mas apenas a discutir ideias. Eu sou um daqueles "diplomados" que está a pensar mudar-se para o estrangeiro, por cada vez menos acreditar no futuro deste país (e não é por falta de emprego cá, pq não existem, por enquanto, médicos desempregados em Portugal).
 
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Por falar em gestores..

por mcarvalho » 7/11/2009 15:27

Primeiro faz a pós graduação e depois é que se licencia...ou estou a ver mal :?

http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/gru ... eID=217516
 
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por MERCW125 » 7/11/2009 14:39

Quero ver como vamos nós pagar isto?? Sei bem que outros Países estão piores, mas mesmo assim considero com a delapidação do ouro que estava no Banco de Portugal, e com as privatizações, axo que os dinheiros têm sido mesmo mal gerido.
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por pinto80 » 7/11/2009 13:26

mais_um Escreveu:
pinto80 Escreveu:
Voltando aos números da dívida, através das estatísticas podemos verificar que não foi por causa da crise e do consequnte combate à mesma, que a dívida aumentou muito. Este aumento foi constante ao longo dos anos, e não propriamente neste ou nestes dois ou três últimos anos. .


De acordo, a crise apenas afecta o rácio divida publica/PIB, dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse, em relação ao PIB aumentava sempre pois este diminuiu. Mas penso que a esmagadora maioria das pessoas nem têm essa percepção e quando ouvem que a divida publica aumentou muito julgam que o Estado começou a endividar-se à parva, quando não é verdade até tem tido um aumento bem menor em relação à media dos últimos 20 anos

pinto80 Escreveu:A intervenção do Estado na economia é necessária, principalmente nestas alturas de crise, mas deve-se apoiar o que necessita de ser apoiado. Investimentos que realmente criem mais-valias na competitividade das empresas e no bem-estar social das pessoas são bem vindos, pois terão repercussão no desenvolvimento económico, caso contrário são mais um activo tóxico, que serve apenas para extorquir dinheiro aos contribuintes. Infelizmente, podemos verificar através dos últimos investimentos públicos, que estes não preenchem os requisitos de verdadeiro investimento produtivo.


Concordo com a parte da intervenção do Estado na Economia apenas em situações críticas, como as actuais. Em relação aos investimentos ou apoios que o Estado pode dar para serem considerados produtivos quais é que advogas? Repara a crise é agora não é daqui a 5 anos ou 10 anos, quando começares a pagar as 3 grandes obras públicas. Muitas das críticas que são feitas em relação aos 3 grandes investimentos públicos, TGV, novo aeroporto e 3ª travessia do Tejo são disparatadas, são feitas por pessoa que das duas uma, ou querem manipular o Zé povinho ou então não se deram à maçada de estudar os projectos.

Uma das medidas que eu considero positivas foi a restauração e modernização do parque escolar, provavelmente só se apercebe disso quem tem filhos em escolas degradadas, mas foi algo muito positivo, dinamiza a economia e melhora as condições de trabalho de professores e alunos e é imediato. Agora dar subsídios aos pequenos empresários que abrem falência não me parece bom, porque alem de estar a prejudicar os negócios bem geridos, fomenta o “esquema” no entanto foi uma medida defendida pelo PSD.

Repito a pergunta que medidas sugeres que o Estado implemente para dinamizar a economia, é dar dinheiro às empresas? Não me parece, do que serve elas produzirem se as pessoas não consomem? Parece-me muito mais correcto dinamizar a economia pela consumo, seja ele publico ou privado, porque evita o subsidiodependencia das empresas (vê o exemplo da GM e da Crysler nos EUA, do que serviu a injecção de dinheiro nas empresa, não evitou a falência) e assim só as melhores é que vão ficar no tecido empresarial, eliminas as más, por isso defendo que o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc...é algo imediato, que dá já trabalho e que faz “mexer” a economia, os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos.

Por exemplo o apoio aos painéis solares parece-me muito bom, é uma forma de dinamizares a economia, diminuis a emissão do CO2, logo diminuis os custos derivados do protocolo de Quioto, as pessoas poupam dinheiro, etc...


Em termos de investimento público, defendo três ou quatro apostas: barragens, centrais nucleares, renovação de instalações de serviços primários (saúde, educação, justiça).

Não concordo com as tuas críticas aos críticos das grandes obras e, declarando que não tenho grandes dados para poder analisar, considero, de uma forma, genérica, serem investimentos desnecesários. Não fará muito sentido, numa altura em que as viagens até têm diminuído, apostar ao mesmo tempo em infraestruturas rodoviárias e aérias (TGv e aeroporto), sabendo de antemão que uma fará concorrência à outra e que, possivelmente, as duas não serão viáveis no futuro.

Se algum privado vir ali uma boa oportunidade, nada a obstar; deve investir e retirar os dividendos. É um mau ponto de partida persar-mos que os trnsportes rodoviários têm que ser públicos. Há países onde são privados...

Aqueles investimentos que advogo, geram emprego, trazem mais competitividade aos portugueses (ficando menos dependentes de energia importada) e contribuem para o bem-estar social.
http://fiscalidadenoblog.wordpress.com/ - visite e sugira temas oportunos
 
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por mais_um » 6/11/2009 11:38

axman Escreveu:
mais_um Escreveu:Podes verificar que de 2005 até 2008 esta subiu 16,4% realmente se é uma subida assustadora, 5,5% ao ano ...., mas o que dizer da subida de 2002 para 2005, 28% em 4 anos ou se quiseres 7% ao ano, que adjectivo usar? subida aterrorizadora??? para terminar entre 1985 e 1995 subiu 447% ou se preferires 44,7% ao ano e agora escolhe tu o adjectivo.....


É desonesta esta sua aritmética, e sabe-lo muito bem. No período 1985-1995 Portugal tinha moeda própria. É impossível de comparar a situação de então com a actual.


?????? Explica esse teu raciocinio, que não consigo perceber. É que entre 1995 e 1999 também tinhamos moeda propria e a divida não aumentou da mesma forma.
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por mais_um » 6/11/2009 11:29

moppie85 Escreveu:"De acordo, a crise apenas afecta o rácio divida publica/PIB, dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse, em relação ao PIB aumentava sempre pois este diminuiu" mas logo a seguir dizes: "quando não é verdade até tem tido um aumento bem menor em relação à media dos últimos 20 anos.



Ora bem, tem aumentado ou não? É que consegues dizer Não e Sim no mesmo parágrafo. 1º disseste que o aumento era um aumento relativo (Divida Publica/PIB) e não absoluto, mas depois afirmas que "tem tido um aumento bem menor". Que eu saiba um aumento é um aumento. Lá por ser um aumento menor, não invalida ser um aumento... É um aumento que está errado e que devia ser reduzido a 0 (i.e. manter a divida e não continuar sistematicamente a aumentá-la), e não aumentada com projectos megalomanos de retorno duvidoso.


1º lê os comentários anteriores, 2º Lê com atenção o que eu escrevi, é claro como a agua.

Mas dou-te uma ajuda eu não escrevi em lado nenhum que não tinha existido aumento absoluto, escrevi:

“dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse”

Embora não seja especialista em língua Português parece-me que utilizei o modo gramatical correcto, ou seja o modo conjuntivo, que quer dizer mais ou menos
a simples possibilidade de se praticar a acção e não que se praticou.

Estava a dar o exemplo que mesmo que não tivesse existido aumento da divida publica em termos absolutos, pelo facto do PIB diminuir, a divida em percentagem do PIB aumentaria sempre, porque numa fracção, mesmo que o numerador (a divida publica) não se altere, pelo facto do denominador (o PIB) diminuir faz aumentar o rácio. Pura matemática.

moppie85 Escreveu:Acrescento também que nos ultimos 10 desses 20 anos, tiveste várias receitas extraordinárias que "disfarçam" o valor desses aumentos e muito provavelmente é por isso que o aumento "tem sido menor" (não confirmo ter sido menor pq não tenho dados para isso, mas vou acreditar nas tuas palavras).

Por acaso, as receitas extraordinárias (as privatizações) ocorreram em maior volume nos primeiros 14 anos, dos últimos 24, ou seja o inverso do que escreveste. Quanto aos números da divida, está num comentário anterior a sua fonte.

moppie85 Escreveu:"Concordo com a parte da intervenção do Estado na Economia apenas em situações críticas, como as actuais. Em relação aos investimentos ou apoios que o Estado pode dar para serem considerados produtivos quais é que advogas? Repara a crise é agora não é daqui a 5 anos ou 10 anos, quando começares a pagar as 3 grandes obras públicas. Muitas das críticas que são feitas em relação aos 3 grandes investimentos públicos, TGV, novo aeroporto e 3ª travessia do Tejo são disparatadas, são feitas por pessoa que das duas uma, ou querem manipular o Zé povinho ou então não se deram à maçada de estudar os projectos."

E quem paga os custos do projecto até daqui a 5 ou 10 anos? Ou pensas que alguém entra com o dinheiro a 5 ou 10 anos, sem receber vantagens em troca?
Esse teu pensamento parece-me bem retorcido. Queres convencer-me que quem vai construir um TGV ou um aeroporto vai estar 5 ou 10 anos a trabalhar "à borla"? E quem vai pagar no fim a despesa? Ou a despesa diminui por "pagares mais tarde" a obra? Ou estás a dizer que a obra é para começar só nessa altura? É que se é, que eu me lembre, o PSD falou em "adiar até haver um clima propicio" porque avançar agora era um suicido económico. E se for para avançar daqui a 5 ou 10 anos, nada afecta "a crise".



Será que é o PSD que "quer manipular o Zé povinho" ou será o contrário. Onde estão os estudos de que falas (e o estudo da sua viabilidade financeira)? Já os estudaste? Duvido, até pq duvido que o próprio governo o tenha estudado. Como dizia o Medina Carreira (penso que foi ele), em Portugal avança-se primeiro e vão-se resolvendo os problemas depois, mesmo que isso implique um aumento brutal de custos ou a constatação de que se trata de uma obra sem retorno económico.


Não te vou dar o peixe, mas ensino-te a pescar:

http://www.naer.pt/portal/page/portal/NAER2008/

http://www.rave.pt/tabid/233/Default.aspx

Basicamente o TGV será pago como as SCUT, ou seja após a sua conclusão haverá um valor anual durante um determinado número de anos, no fim do contrato, a infra-estrutura passa para o Estado.

O novo aeroporto, será dado em regime de concessão, juntamente com a privatização da Ana Aeroportos, idêntico ao que foi feito com a ponte Vasco da Gama, também foi dada a concessão da ponte 25 de Abril ao consórcio que construiu a Vasco da Gama até acabar o contrato de concessão.

moppie85 Escreveu:"Uma das medidas que eu considero positivas foi a restauração e modernização do parque escolar, provavelmente só se apercebe disso quem tem filhos em escolas degradadas, mas foi algo muito positivo, dinamiza a economia e melhora as condições de trabalho de professores e alunos e é imediato."

Aqui concordo na parte em que referes a dinamização da economia - na parte da "restauração e modernização do parque escolar" tenho de acrescentar que embora seja necessária, não é a principal razão para se iniciarem nesta altura este tipo de obras. Dizer que é por causa dos meninos e dos pais é demagogia. Foram iniciadas nesta altura pq era necessário um estimulo e sabe-se que muitas pequenas obras estimulam mais a economia e mais depressa do que as grandes obras que requerem um grande endividamento e são "mais lentas" a organizar e a produzir efeitos.


Estás mal informado, as obras tiveram início antes da crise, mas tendo em conta que com a crise deixou de existir restrições orçamentais, foi possível fazer mais obras.

moppie85 Escreveu:"Repito a pergunta que medidas sugeres que o Estado implemente para dinamizar a economia, é dar dinheiro às empresas? Não me parece, do que serve elas produzirem se as pessoas não consomem? Parece-me muito mais correcto dinamizar a economia pela consumo, seja ele publico ou privado, porque evita o subsidiodependencia das empresas (vê o exemplo da GM e da Crysler nos EUA, do que serviu a injecção de dinheiro nas empresa, não evitou a falência) e assim só as melhores é que vão ficar no tecido empresarial, eliminas as más, por isso defendo que o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc...é algo imediato, que dá já trabalho e que faz “mexer” a economia, os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos."

Concordo na teoria. Em termos práticos, num país em que 99,9% do tecido empresarial é subsidio-dependente, ias ter uma crise de desemprego do tamanho de hoje e amanhã. Infelizmente em Portugal tudo vive à custa do estado. Honestamente (e compreendo os trabalhadores que se vêem em desespero e que querem que o "Estado salve tudo"), mas o português tem a mania que o encerramento de uma empresa é culpa do estado e não da empresa em si e que, se a empresa fecha, o estado tem de se responsabilizar por manter os trabalhadores, ou seja, pensa que o estado "assuma" um negócio de prejuízo constante.
Aliás, para estimulares pelo consumo, é necessário que as familias tenham capacidade para consumir mais, algo que já se sabe não ser possível (as familias estão "em falência técnica")


Os dados disponíveis não mostram isso, o consumo de bens não essenciais continua elevado, menor é certo, estás a esquecer que a economia paralela tem um peso muito grande e essa não aparece nas estatísticas, apenas consegues ver os seus efeitos. Quem tem dificuldades é quem está desempregado, quem tem emprego tem mais dinheiro disponivel agora do que tinha à 3 anos, a prestação da casa diminuiu significativamente.

moppie85 Escreveu:"o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc..."

Vê-se que não estás bem dentro do assunto. Hospitais e centros de saúde dão tudo menos dinheiro.
As "obras" de construção de um hospital custam 1 milhão... e mantê-lo custa 1 milhão por ano, i.e. não é por investimento em Hospitais que vais sair da crise. Aliás, como é lógico, a área da saúde pública só dá prejuízo ao estado (sendo também um calcanhar de aquiles na Alemanha).


Não entendeste o que eu escrevi, os governos (o nosso e os restantes) estão a aproveitar a crise para eliminar ou diminuir a falta de infra-estruturas publicas em diversas áreas, a saúde é uma delas, se não concordas com o SNS, é outra história.
moppie85 Escreveu:"
Deves investir sim em coisas que tragam ganhos reais para a economia.


Tais como?

moppie85 Escreveu:" os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos."

Não está provado, e além do mais, pensa-se que os ganhos não compensa os gastos. Aliás, quando pensamos numa linha de TGV que vai a FARO-BEJA, vê-se logo que é um investimento "à estádio do Algarve" - i.e. para andar sempre às moscas e a dar prejuízos sucessivos.

Já respondi anteriormente

moppie85 Escreveu:"Por exemplo o apoio aos painéis solares parece-me muito bom, é uma forma de dinamizares a economia, diminuis a emissão do CO2, logo diminuis os custos derivados do protocolo de Quioto, as pessoas poupam dinheiro, etc... "

Dinamizar a economia com painéis solares? Espero que não estejas a falar a sério pq a quantidade de painéis solares instalados é mínima e o ganho dessa instalação só será compensada em vários anos (se não me engano, deu na tv um documentário que só compensava após 7 ou 8 anos de utilização para o cliente, sem contar com a manutenção e avarias). E é sempre preciso lembrar que é preciso ter dinheiro para o investimento inicial - quem não tem dinheiro, não pode comprar e receber esse incentivo.

Esta dos paineis solares relembra-me o investimento em carros híbridos, que só começava a compensar em relação aos carros a gasolina a partir dos 13 anos, ou seja após a vida útil do veículo. Aqui é semelhante, é uma medida que só é lucrativa após 7 ou 8 anos e não é uma mais-valia imediata. Este tipo de medidas deviam ter sido implementadas no crescimento económico, pq são coisas para "uma década" e não para um relançamento rápido da economia.


Estás desfasado do projecto, informa-te melhor.

moppie85 Escreveu:DISCLAIMER: Não sou do PS, não sou do PSD e não estou a defender alguém. Aliás, acho que se há quem tenha GRANDES resposabilidades neste fosso são estes 2 partidos


100% de acordo

moppie85 Escreveu:PS: o que dizem do aumento proposto pelo PCP para 600 euro do SMN? Eu quero é saber se os outros também aumentam... Um recém-licenciado recebe (com sorte) 1000 euro por mês.. Qualquer dia um licenciado recebe o mesmo que um varredor de ruas. Depois queixem-se que os "crânios" estão a sair de Portugal. Pergunto-me porque será...

Não sabia que existia uma tabela salarial em função das habilitações académicas, sempre pensei que o vencimento deriva da rentabilidade do trabalhador e da lei da oferta e da procura....
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por axman » 6/11/2009 11:08

mais_um Escreveu:Podes verificar que de 2005 até 2008 esta subiu 16,4% realmente se é uma subida assustadora, 5,5% ao ano ...., mas o que dizer da subida de 2002 para 2005, 28% em 4 anos ou se quiseres 7% ao ano, que adjectivo usar? subida aterrorizadora??? para terminar entre 1985 e 1995 subiu 447% ou se preferires 44,7% ao ano e agora escolhe tu o adjectivo.....


É desonesta esta sua aritmética, e sabe-lo muito bem. No período 1985-1995 Portugal tinha moeda própria. É impossível de comparar a situação de então com a actual.
Relativamente ao ainda saudável apetite pela dívida portuguesa, não quer dizer nada: lembre-se do caso da Islândia. Beba-se Moet&Chandon até ao último minuto..
 
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por mcarvalho » 6/11/2009 10:49

Financiamento das estradas em risco após chumbo do TC
Os bancos que haviam garantido financiamento para as novas estradas estão a ameaçar retirar o apoio às empresas, depois de o Tribunal de Contas (TC) ter recusado o visto prévio a duas destas concessões. Até porque mais quatro concessões podem ver o visto prévio negado. Grande parte do programa do Estado para as estradas pode paralisar. Já há, aliás, obras a parar.

--------------------------------------------------------------------------------

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Os bancos que haviam garantido financiamento para as novas estradas estão a ameaçar retirar o apoio às empresas, depois de o Tribunal de Contas (TC) ter recusado o visto prévio a duas destas concessões. Até porque mais quatro concessões podem ver o visto prévio negado. Grande parte do programa do Estado para as estradas pode paralisar. Já há, aliás, obras a parar.

Os contratos de financiamento que haviam sido assinados entre bancos e empresas concessionárias tinham como condição, praticamente para todo o financiamento, precisamente o visto do TC. Em algumas das concessões, apenas uma parte parcial, e menor, desse financiamento era dada logo no início: esse crédito inicial não está em risco, uma vez que tem garantias bancárias. Mas a maior parte depende do visto que está em risco.
 
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por moppie85 » 6/11/2009 3:14

mais_um, não estou a entender o teu discurso, senão vejamos:

"De acordo, a crise apenas afecta o rácio divida publica/PIB, dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse, em relação ao PIB aumentava sempre pois este diminuiu" mas logo a seguir dizes: "quando não é verdade até tem tido um aumento bem menor em relação à media dos últimos 20 anos.

Ora bem, tem aumentado ou não? É que consegues dizer Não e Sim no mesmo parágrafo. 1º disseste que o aumento era um aumento relativo (Divida Publica/PIB) e não absoluto, mas depois afirmas que "tem tido um aumento bem menor". Que eu saiba um aumento é um aumento. Lá por ser um aumento menor, não invalida ser um aumento... É um aumento que está errado e que devia ser reduzido a 0 (i.e. manter a divida e não continuar sistematicamente a aumentá-la), e não aumentada com projectos megalomanos de retorno duvidoso.

Acrescento também que nos ultimos 10 desses 20 anos, tiveste várias receitas extraordinárias que "disfarçam" o valor desses aumentos e muito provavelmente é por isso que o aumento "tem sido menor" (não confirmo ter sido menor pq não tenho dados para isso, mas vou acreditar nas tuas palavras).


"Concordo com a parte da intervenção do Estado na Economia apenas em situações críticas, como as actuais. Em relação aos investimentos ou apoios que o Estado pode dar para serem considerados produtivos quais é que advogas? Repara a crise é agora não é daqui a 5 anos ou 10 anos, quando começares a pagar as 3 grandes obras públicas. Muitas das críticas que são feitas em relação aos 3 grandes investimentos públicos, TGV, novo aeroporto e 3ª travessia do Tejo são disparatadas, são feitas por pessoa que das duas uma, ou querem manipular o Zé povinho ou então não se deram à maçada de estudar os projectos."

E quem paga os custos do projecto até daqui a 5 ou 10 anos? Ou pensas que alguém entra com o dinheiro a 5 ou 10 anos, sem receber vantagens em troca?
Esse teu pensamento parece-me bem retorcido. Queres convencer-me que quem vai construir um TGV ou um aeroporto vai estar 5 ou 10 anos a trabalhar "à borla"? E quem vai pagar no fim a despesa? Ou a despesa diminui por "pagares mais tarde" a obra? Ou estás a dizer que a obra é para começar só nessa altura? É que se é, que eu me lembre, o PSD falou em "adiar até haver um clima propicio" porque avançar agora era um suicido económico. E se for para avançar daqui a 5 ou 10 anos, nada afecta "a crise".

Será que é o PSD que "quer manipular o Zé povinho" ou será o contrário. Onde estão os estudos de que falas (e o estudo da sua viabilidade financeira)? Já os estudaste? Duvido, até pq duvido que o próprio governo o tenha estudado. Como dizia o Medina Carreira (penso que foi ele), em Portugal avança-se primeiro e vão-se resolvendo os problemas depois, mesmo que isso implique um aumento brutal de custos ou a constatação de que se trata de uma obra sem retorno económico.


"Uma das medidas que eu considero positivas foi a restauração e modernização do parque escolar, provavelmente só se apercebe disso quem tem filhos em escolas degradadas, mas foi algo muito positivo, dinamiza a economia e melhora as condições de trabalho de professores e alunos e é imediato."

Aqui concordo na parte em que referes a dinamização da economia - na parte da "restauração e modernização do parque escolar" tenho de acrescentar que embora seja necessária, não é a principal razão para se iniciarem nesta altura este tipo de obras. Dizer que é por causa dos meninos e dos pais é demagogia. Foram iniciadas nesta altura pq era necessário um estimulo e sabe-se que muitas pequenas obras estimulam mais a economia e mais depressa do que as grandes obras que requerem um grande endividamento e são "mais lentas" a organizar e a produzir efeitos.

"Repito a pergunta que medidas sugeres que o Estado implemente para dinamizar a economia, é dar dinheiro às empresas? Não me parece, do que serve elas produzirem se as pessoas não consomem? Parece-me muito mais correcto dinamizar a economia pela consumo, seja ele publico ou privado, porque evita o subsidiodependencia das empresas (vê o exemplo da GM e da Crysler nos EUA, do que serviu a injecção de dinheiro nas empresa, não evitou a falência) e assim só as melhores é que vão ficar no tecido empresarial, eliminas as más, por isso defendo que o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc...é algo imediato, que dá já trabalho e que faz “mexer” a economia, os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos."

Concordo na teoria. Em termos práticos, num país em que 99,9% do tecido empresarial é subsidio-dependente, ias ter uma crise de desemprego do tamanho de hoje e amanhã. Infelizmente em Portugal tudo vive à custa do estado. Honestamente (e compreendo os trabalhadores que se vêem em desespero e que querem que o "Estado salve tudo"), mas o português tem a mania que o encerramento de uma empresa é culpa do estado e não da empresa em si e que, se a empresa fecha, o estado tem de se responsabilizar por manter os trabalhadores, ou seja, pensa que o estado "assuma" um negócio de prejuízo constante.
Aliás, para estimulares pelo consumo, é necessário que as familias tenham capacidade para consumir mais, algo que já se sabe não ser possível (as familias estão "em falência técnica")


"o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc..."

Vê-se que não estás bem dentro do assunto. Hospitais e centros de saúde dão tudo menos dinheiro.
As "obras" de construção de um hospital custam 1 milhão... e mantê-lo custa 1 milhão por ano, i.e. não é por investimento em Hospitais que vais sair da crise. Aliás, como é lógico, a área da saúde pública só dá prejuízo ao estado (sendo também um calcanhar de aquiles na Alemanha). Deves investir sim em coisas que tragam ganhos reais para a economia.


" os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos."

Não está provado, e além do mais, pensa-se que os ganhos não compensa os gastos. Aliás, quando pensamos numa linha de TGV que vai a FARO-BEJA, vê-se logo que é um investimento "à estádio do Algarve" - i.e. para andar sempre às moscas e a dar prejuízos sucessivos.

"Por exemplo o apoio aos painéis solares parece-me muito bom, é uma forma de dinamizares a economia, diminuis a emissão do CO2, logo diminuis os custos derivados do protocolo de Quioto, as pessoas poupam dinheiro, etc... "

Dinamizar a economia com painéis solares? Espero que não estejas a falar a sério pq a quantidade de painéis solares instalados é mínima e o ganho dessa instalação só será compensada em vários anos (se não me engano, deu na tv um documentário que só compensava após 7 ou 8 anos de utilização para o cliente, sem contar com a manutenção e avarias). E é sempre preciso lembrar que é preciso ter dinheiro para o investimento inicial - quem não tem dinheiro, não pode comprar e receber esse incentivo.

Esta dos paineis solares relembra-me o investimento em carros híbridos, que só começava a compensar em relação aos carros a gasolina a partir dos 13 anos, ou seja após a vida útil do veículo. Aqui é semelhante, é uma medida que só é lucrativa após 7 ou 8 anos e não é uma mais-valia imediata. Este tipo de medidas deviam ter sido implementadas no crescimento económico, pq são coisas para "uma década" e não para um relançamento rápido da economia.

DISCLAIMER: Não sou do PS, não sou do PSD e não estou a defender alguém. Aliás, acho que se há quem tenha GRANDES resposabilidades neste fosso são estes 2 partidos

PS: o que dizem do aumento proposto pelo PCP para 600 euro do SMN? Eu quero é saber se os outros também aumentam... Um recém-licenciado recebe (com sorte) 1000 euro por mês.. Qualquer dia um licenciado recebe o mesmo que um varredor de ruas. Depois queixem-se que os "crânios" estão a sair de Portugal. Pergunto-me porque será...

Cumps,
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por mais_um » 6/11/2009 0:28

pinto80 Escreveu:
Voltando aos números da dívida, através das estatísticas podemos verificar que não foi por causa da crise e do consequnte combate à mesma, que a dívida aumentou muito. Este aumento foi constante ao longo dos anos, e não propriamente neste ou nestes dois ou três últimos anos. .


De acordo, a crise apenas afecta o rácio divida publica/PIB, dai mesmo que em valor absoluto a divida publica não aumentasse, em relação ao PIB aumentava sempre pois este diminuiu. Mas penso que a esmagadora maioria das pessoas nem têm essa percepção e quando ouvem que a divida publica aumentou muito julgam que o Estado começou a endividar-se à parva, quando não é verdade até tem tido um aumento bem menor em relação à media dos últimos 20 anos

pinto80 Escreveu:A intervenção do Estado na economia é necessária, principalmente nestas alturas de crise, mas deve-se apoiar o que necessita de ser apoiado. Investimentos que realmente criem mais-valias na competitividade das empresas e no bem-estar social das pessoas são bem vindos, pois terão repercussão no desenvolvimento económico, caso contrário são mais um activo tóxico, que serve apenas para extorquir dinheiro aos contribuintes. Infelizmente, podemos verificar através dos últimos investimentos públicos, que estes não preenchem os requisitos de verdadeiro investimento produtivo.


Concordo com a parte da intervenção do Estado na Economia apenas em situações críticas, como as actuais. Em relação aos investimentos ou apoios que o Estado pode dar para serem considerados produtivos quais é que advogas? Repara a crise é agora não é daqui a 5 anos ou 10 anos, quando começares a pagar as 3 grandes obras públicas. Muitas das críticas que são feitas em relação aos 3 grandes investimentos públicos, TGV, novo aeroporto e 3ª travessia do Tejo são disparatadas, são feitas por pessoa que das duas uma, ou querem manipular o Zé povinho ou então não se deram à maçada de estudar os projectos.

Uma das medidas que eu considero positivas foi a restauração e modernização do parque escolar, provavelmente só se apercebe disso quem tem filhos em escolas degradadas, mas foi algo muito positivo, dinamiza a economia e melhora as condições de trabalho de professores e alunos e é imediato. Agora dar subsídios aos pequenos empresários que abrem falência não me parece bom, porque alem de estar a prejudicar os negócios bem geridos, fomenta o “esquema” no entanto foi uma medida defendida pelo PSD.

Repito a pergunta que medidas sugeres que o Estado implemente para dinamizar a economia, é dar dinheiro às empresas? Não me parece, do que serve elas produzirem se as pessoas não consomem? Parece-me muito mais correcto dinamizar a economia pela consumo, seja ele publico ou privado, porque evita o subsidiodependencia das empresas (vê o exemplo da GM e da Crysler nos EUA, do que serviu a injecção de dinheiro nas empresa, não evitou a falência) e assim só as melhores é que vão ficar no tecido empresarial, eliminas as más, por isso defendo que o governo deve investir em áreas deficitárias, escolas, hospitais e centros de saúde, etc...é algo imediato, que dá já trabalho e que faz “mexer” a economia, os 3 grandes investimentos devem continuar porque a médio longo prazo vão ser necessários/úteis e porque não acarretam despesas de maior para o Estado nos próximos anos.

Por exemplo o apoio aos painéis solares parece-me muito bom, é uma forma de dinamizares a economia, diminuis a emissão do CO2, logo diminuis os custos derivados do protocolo de Quioto, as pessoas poupam dinheiro, etc...
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por Marco Martins » 6/11/2009 0:28

ministro das Finanças, Teixeira Santos Escreveu:(...)O responsável adiantou que a “crise mais grave” dos últimos 80 anos justifica um “défice histórico”.(...)

(...)"Nós aumentamos a despesa de forma deliberada com um conjunto de programas e medidas para apoiar as famílias e as empresas, para resistirem aos efeitos da crise" (...)


Acho hilariante estes políticos!!
Então o facto de andarmos esta década a não convergir com a Europa é o quê?!?! Problema da crise também?
Ainda bem que só gastarem 40% das ajudas para minimizar os problemas da crise!!! Senão teriamos o défice nos 15%!!!

Acho que o sr. Primeiro Ministro tem muita boa vontade e um excelente discurso, mas sinceramente não lhe vejo nenhuma orientação governativa... e todo o povo vai desculpando o menino!!

Acho-o um pouco como um empreiteiro que na recuperação de uma casa, começa logo pela alcatifa, intercomunicadores, luzes, pintura das paredes (é verdade que são tudo coisas necessárias) mas esquece-se que ainda é preciso vir alguém preparar o chão, colocar a tubagem da electricidade, lixar as paredes, etc!!!

O problema aqui não é fazer coisas importantes, mas sim escolher direito a ordem para as fazer. Se a ordem é trocada, andamos a perder tempo e dinheiro!!!

Esta última frase percebe-se também pela forma como tentou fazer um acordo com os outros partidos! Sem orientação do caminho a seguir, tentou fazer acordos à direita, à esquerda, ao centro... Este é o problema! Orientação do caminho a seguir...

Porém temos um governo ao gosto daqueles votaram neles. Espero que as pessoas aprendam a avaliar melhor a lógica das coisas e não se deixem ir em palavras meladas e que iludem a verdade e a realidade!

Da minha parte estou farto, farto, farto de os ouvir dizer sempre "...vamos ter de apertar o cinto!!!"

saudações
 
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por pinto80 » 5/11/2009 21:18

mais_um Escreveu:
pinto80 Escreveu:
O pior deste cenário é que a dívida tem crescido muito mais do que o PIB, não conseguindo, desta forma, criar riqueza suficiente para pagar a dívida.



Sim, por exemplo entre 1985 e 1995, a divida subiu a uma media de 44,7% ao ano e a média do crescimento do PIB andou bastante abaixo, talvez 3% ou 4% ao ano, foi realmente uma barbaridade.

Até hoje o mercado tem tido uma opinião diferente da tua e apesar do Madoff e da Islândia, continuo a dar mais credibilidade à opinião dos mercados (são eles que colocam cá o seu dinheirinho....) do que à tua.
Mas concordo que é uma situação que deve ser acompanhada, mas dai até chegarmos aos cenários catastróficos do Medina e afins, ainda está muito longe.

Eu penso do seguinte modo, este governo (se fosse do PSD seria igual) tem tomado medidas idênticas ou muito semelhantes aos restantes países da UE e da zona Euro, por isso não me parece que estejam a tomar más decisões, mas o que é certo é quando se pede politicas alternativas, não vejo respostas credíveis.

A crise de 1929 mostrou as consequências do Estado não intervir e não foram boas, no fim desta crise iremos ver as diferenças entre o modelo de deixar o mercado funcionar normalmente ou existir intervenção do Estado, desde quase o 1º momento.


Eu não critico a atitude do governo no apoio a esta crise.

Voltando aos números da dívida, através das estatísticas podemos verificar que não foi por causa da crise e do consequnte combate à mesma, que a dívida aumentou muito. Este aumento foi constante ao longo dos anos, e não propriamente neste ou nestes dois ou três últimos anos.

Portanto, nada contra a apoio do Estado à Economia e à Scoiedade em geral.

A intevenção do Estado na economia é necessária, principalente nestas alturas de crise, mas deve-se apoiar o que necessita de ser apoiado. Investimentos que realmente criem mais-valias na competitividade das empresas e no bem estar social das pessoas são bem vindos, pois terão repercussão no desenvolvimento económico, caso contrário são mais um activo tóxico, que serve apenas para extorquir dinheiro aos contribuintes. Infelizmente, podemos verificar através dos últimos investimentos públicos, que estes não preenchem os requisitos de verdadeiro investimento produtivo.
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por mais_um » 5/11/2009 15:57

Os portugueses são mesmo muito influentes, já estamos safos em relação ao defice. :mrgreen: :mrgreen:
A partir de 2011 temos que reduzir o defice em pelo menos 0,5%/ano, assim se não aparecer mas uma crise, em 2020 estamos sem defice.... :mrgreen: :mrgreen:

A má noticia é que os impostos não são para baixar.... :evil: :evil:

Jean-Claude Trichet
Cortes de impostos só a médio prazo
Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, deixou hoje uma "mensagem forte" aos governos da Europa para que "comuniquem e desenham estratégias credíveis" de consolidação orçamental a médio prazo. Opôs-se a cortes de impostos para combater a crise e defendeu que "não há contradição entre consolidação e a recuperação".

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, deixou hoje uma “mensagem forte” aos governos da Europa para que “comuniquem e desenham estratégias credíveis” de consolidação orçamental a médio prazo. Opôs-se a cortes de impostos para combater a crise e defendeu que “não há contradição entre consolidação e a recuperação”.

Face aos elevados níveis de dívida e défices públicos projectados para a Europa e especificamente para a Zona Euro, o presidente do BCE, afirmou deixar uma “mensagem forte” aos governos para que se emprenham na consolidação orçamental. “Se não forem credíveis nos seus planos de sustentabilidade orçamental há um preço muito elevado a pagar: a confiança será afectada e a recuperação prejudicada”, avisou.

Trichet diz que a trajectória “mínima” de recuperação terá de ser a estabelecida pelo Ecofin que definiu na sua última reunião que os governos deverão começar a consolidar no mínimo em 2011 e apontar para reduções mínimas de défice estrutural de 0,5 pontos percentuais por ano.

Para o BCE este também não é tempo de cortar impostos. “Cortes de impostos só deverão acontecer no médio prazo” depois da consolidação orçamental ter iniciado e ganho credibilidade defendeu Trichet. A nova coligação governamental alemã está a planear cortes de impostos de em 2010.

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=394787

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por mcarvalho » 5/11/2009 12:49

in bpionline

disclaimer:
nada tenho a ver com o Psd ou qualquer partido ou inteiro

Não conte connosco para o ajudar a fugir às suas responsabilidades"


05/11/2009


A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou hoje o primeiro-ministro de estar a apresentar um programa de Governo “eleitoralista” que não seria “exequível nem com maioria parlamentar”. E alertou que o Governo não pode contar com o PSD para “o ajudar a fugir às suas responsabilidades”.

“Olhamos o Programa do Governo com as mesmas desconfianças que encaramos o Programa eleitoral do PS, feito a pensar nos votos”, disse Ferreira Leite, no primeiro debate parlamentar com José Sócrates, enquanto líder da oposição.

Ferreira Leite lembrou “algumas promessas não cumpridas no último programa do Governo, como a baixa de impostos e criação de 150 mil empregos.

Recordou também que José Sócrates atribuiu estas falhas a causas externas, como o anterior Governo liderado pelo PSD e a crise internacional. Para a deputada do PSD, o novo “álibi” é agora a oposição, depois do PS ter perdido a maioria absoluta no Parlamento.

“Não conte connosco para o ajudar a fugir às suas responsabilidades”, alertou, acrescentando que “o senhor primeiro-ministro não vai cumprir o programa. Não é por causa da oposição, mas por causa do seu conteúdo”

Acrescentou que ao replicar no Programa do Governo o Programa eleitoral, o Governo “mostra um absoluto desprezo pelos resultados eleitorais”.

Em resposta, Sócrates considerou que o PS deve exercer o poder com humildade, mas deixou o mesmo conselho para quem perdeu as eleições, afirmando que “não deve haver um programa antes e depois das eleições”.

“Se o Governo tivesse ouvido uma resposta diferente dos partidos, quando propôs dialogar, poderia aparecer aqui outro programa do Governo”, disse Sócrates.

Ferreira Leite questionou José Sócrates sobre como será possível financiar grandes obras públicas, como o TGV e o novo aeroporto, perante o crescente endividamento do Estado.

A líder social-democrata referia-se indirectamente às mais recentes previsões da Comissão Europeia, que apontam para um défice orçamental de 8% no final deste ano e uma dívida na casa dos 70%.
 
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por mais_um » 5/11/2009 12:48

pinto80 Escreveu:
O pior deste cenário é que a dívida tem crescido muito mais do que o PIB, não conseguindo, desta forma, criar riqueza suficiente para pagar a dívida.



Sim, por exemplo entre 1985 e 1995, a divida subiu a uma media de 44,7% ao ano e a média do crescimento do PIB andou bastante abaixo, talvez 3% ou 4% ao ano, foi realmente uma barbaridade.

Até hoje o mercado tem tido uma opinião diferente da tua e apesar do Madoff e da Islândia, continuo a dar mais credibilidade à opinião dos mercados (são eles que colocam cá o seu dinheirinho....) do que à tua.
Mas concordo que é uma situação que deve ser acompanhada, mas dai até chegarmos aos cenários catastróficos do Medina e afins, ainda está muito longe.

Eu penso do seguinte modo, este governo (se fosse do PSD seria igual) tem tomado medidas idênticas ou muito semelhantes aos restantes países da UE e da zona Euro, por isso não me parece que estejam a tomar más decisões, mas o que é certo é quando se pede politicas alternativas, não vejo respostas credíveis.

A crise de 1929 mostrou as consequências do Estado não intervir e não foram boas, no fim desta crise iremos ver as diferenças entre o modelo de deixar o mercado funcionar normalmente ou existir intervenção do Estado, desde quase o 1º momento.
Editado pela última vez por mais_um em 5/11/2009 12:57, num total de 1 vez.
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