Boas noites. Algumas sugestões sobre um tema crítico, que influencia diretamente e de forma destruidora (o trabalho é crucial para a inserção social) uma grande parte da população nacional e mundial e cuja resolução é muito, muito difícil:
1. Desenvolver um sistema eficaz de reintegração de desempregados no mercado de trabalho, similar ao que os países nórdicos desenvolveram. Para eles, um desempregado não pode ficar excluído do mercado de trabalho por mais de 3 meses, pois perde capacidades, vontade de trabalhar e confiança em si próprio. Nesta perspectiva, os esforços não são direccionados a combater a destruição (inevitável) de postos de trabalho, mas à reintegração dos desempregados no mercado de trabalho, através de reeducação profissional e incentivos (eficazes) à procura de novo emprego.
2. Promover a mobilidade geográfica dos trabalhadores, como acontece nos EUA e em toda o continente americano. O chamado "wellfare to work", que não garante grande proteção aos desempregados e promove a mobilidade geográfica criaram nos americanos uma mentalidade quase única: se for preciso, muda-se para a outra costa do país para encontrar emprego. Em Portugal, embora sejamos um país de emigrantes, ninguém quer trabalho que não seja à porta de casa.
3. Estimular o empreendedorismo e a vontade de arriscar desde a infância. Em Portugal e na Europa somos desde cedo convencidos que o importante é estudar para arranjar um bom trabalho que dure a vida toda. Além disso, empreendedores que vão à falência são considerados falhados e dificilmente conseguem apoio e empréstimos bancários para um novo empreendimento. Nos EUA, um empreendedor é capaz de falir 5 ou 6 empresas antes de criar uma empresa lucrativa.
4. Diminuir os impostos e as dificuldades sobre as empresas e sobre o trabalho. Um empresário em Portugal é um herói, todo o mundo está contra ele: o governo só levanta dificuldades e os impostos sobre os lucros são absurdos, considerando o potencial de retorno de quase todos os investimentos. Empregar um trabalhador não é só pagar salário, os impostos e as complicações das leis laborais podem proteger quem trabalham, mas prejudicam quem procura trabalho, pois as empresas evitam abrir postos de trabalho, pois é só problemas e tributações. E se não fosse o administração pública, queria ver onde estava o desemprego....
5. Apostar verdadeiramente no que Portugal faz bem, o que não é muito. O turismo (especialmente o de 3ª idade), o vinho e os produtos agrícolas orgânicos e diferenciados, as relações com os países lusófonos, o facto de sermos "a porta de entrada da Europa" são algumas das poucas vantagens que o país tem e é aí que temos de nos especializar. Não se produz praticamente nada de valor em Portugal, a nossa indústria e o comércio de valor é de empresas estrangeiras, os nossos serviços não têm projeção internacional e as empresas nacionais (tirando algumas exceções) não investiram na inovação ou na valorização do produto (veja-se as empresas de vestuário ou calçado). A economia cresceu (ou sobreviveu?) à custa da construção civil, dos subsídios europeus, do endivamento e dos salários dos funcionários públicos e nunca se parou para pensar numa política de desenvolvimento nacional, numa perspectiva de onde Portugal deveria estar daqui a 20 anos
Finalmente, acho que em Portugal (como na Europa) existe muito a ideia de uma batalha trabalhadores (socialismo) VS empresas (capitalistas), como se fosse um jogo de soma zero. Sem empresas não haveria trabalhadores e um trabalhador educado, esforçado, que se actualiza constantemente e que garante valor à empresa dificilmente fica sem emprego.
Apenas a opinião de alguém que emigrou há poucos tempo para um país com mais potencialidades, mas que adora Portugal e tem pena do pântano em que o país se encontra há anos...
Saudações,
NS
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