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MensagemEnviado: 12/9/2009 12:48
por Ulisses Pereira
Obrigado a todos pela calorosa recepção ao artigo.

Um abraço,
Ulisses

MensagemEnviado: 11/9/2009 17:41
por CrashXXI
Foi a primeira vez que eu li esta tua mensagem, Ulisses!
Espelha bem o que muitas pessoas sentiram e sentem neste trágico e triste acontecimento.

Uma justa e humana homenagem que fazes, ao teu amigo, aos dele, e aos que sofreram e sofrem as perdas queridas.

Obrigado por partilhares essa mensagem tão íntima.

...


(Editado) Fizeste-me acordar da frieza com que vi, hoje, as notícias desse dia (agora sinto isso!).
Por vezes é uma singela mensagem que nos acorda, no meio da trovoada das nossas ocupações.


(este será o meu último post do dia de hoje...)

MensagemEnviado: 11/9/2009 16:23
por JPereira72
Excelente partilha, excelente desabafo e manifestação de afecto e bons sentimentos para com os outros, não me restam duvidas que você é uma boa pessoa e com valores íntegros.

“As pessoas que amamos e que já partiram, só morrem realmente quando as esquecemos, até lá podem continuar eternamente no nosso coração”.

Nunca se esqueça dele, e esteja ele onde possa estar poderá estar a dizer “thanks portuguese guy” pela homenagem prestada.

J.Pereira

MensagemEnviado: 11/9/2009 16:09
por rmachado
É sempre com "uma lágrima no canto do olho" que leio este texto.

Queria aproveitar e prestar homenagem a todos os que morreram devido a actos de terrorismo.

E prestar tb homenagem a todos os que morreram vitimas de catastrófes naturais.

Que onde quer que estejam, estejam em paz.

Re: Tenho saudades, Bill

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:55
por scpnuno
Ulisses Pereira Escreveu: Como são especiais todos aqueles que nos são próximos. Nem o facto de ser um dos mais respeitados analistas portugueses lhe retirava a simplicidade e a disponibilidade para trocar opiniões com quem o contactava. Foi assim que o conheci.


É assim que tu és para mim, Ulisses. Exactamente.Uma pessoa especial.

Felizmente, tive a oportunidade de conhecer o teu sorriso.

Como também já faz parte da tradição (e apesar das inumeras vezes que já li este artigo, que até tive o prazer de partilhar com pessoas fora do Caldeirão), não deixei de chorar quando o li. Sejam quais forem as homenagens que foram prestadas ao Bill, sem duvida que está será uma das mais bonitas, mais tocantes.

Beijo

Re: Tenho saudades, Bill

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:47
por mcantunes
"O Bill era uma pessoa especial. Como são especiais todos aqueles que nos são próximos."

"Há coisas na vida que não têm preço."


Um abraço e obrigado por ser tambem uma pessoa especial.

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:45
por Manequim
Arrepiante.

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:34
por GetSmarter
Abraço Ulisses

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:29
por madoff
E já agora uma homenagem a esse senhor chgamado Bill.

Que descançe em paz.

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:28
por madoff
O 11 de Setembro foi algo muito grave, e basta cada um de nós imaginar o sofrimento de pessoas que se atiraram dos edificios, quem olhava para fotos de entre queridos e saber que nunca mais os veria.

Isso, acho que deveria ser suficiente para pensarmos que os conflitos para nada servem.Que as vezes a arrogancia e a ganacia o desprezo e a maldade, tal como a mesquinhes, perante estes cenários de nada vale.


Ma...Não considero o 11 de Setembro um mal assim tão grande.

Muito mais grave, foram os mais de 27.000 pessoas que estiveram envolvidos na ajuda nesse terrível episódio, e que se dantes eram heróis, hoje com gravissimas doenças oncológicas e outras, morrem, ficam sem saude e com a vida destruida...

E como a sociedade americana agradece ?

"desculpem a frase", cagando-se para eles.

Perdem seguros, ficam incapazes de trabalhar, ficam com as vidas destruidas.

Como disse um antigo bombeiro, se fosse hoje não ajudava ninguem.

Por isso digo, que quem ajudou e quase deu a vida, a sociedade americana coloca-os no canto...

Acho por isso este episodio uma vergonha para a America.


Dou o exemplo dos bombeiros ucranianos que derão alguns deles a vida e outros que ficaram com graves problemas.Isto no gravisso acidente de Chernobil.

A esses homens deve-se o facto de estarmos aqui hoje, pois se eles não tivessem arrefecido o nucleo, poderia ter-se dado o chamado "meltdown".

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:21
por mais_um
Ulisses Pereira Escreveu:“Alguém no cimo do mundo, no topo da sua carreira, de um momento para o outro perde a vida. Se hoje perdeu muito dinheiro nos mercados, lembre-se das coisas que o fazem feliz. Lembre-se daqueles que são verdadeiramente importantes para si. Há coisas na vida que não têm preço. Há dias em que falar de bolsa devia ser proibido."


Obrigado,

Alexandre Santos

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:17
por otangas
Belo texto. É sempre bom relembrar o que é realmente importante na vida...

MensagemEnviado: 11/9/2009 15:13
por cannot
:-#

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:59
por karpediem
Obrigado por partilhares,

Abraço

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:50
por Billy Ray Valentine
O 11 de Setembro foi sem dúvida um dos acontecimentos que mais me marcou na minha vida :(

Neste momento Leio este texto com a mesma emoção que o li quando o publicaste pela primeira vez aqui no caldeirão.

Abraço

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:43
por PrincipeValente
Very touchy...

Texto muito bonito... e infelizmente real.
Realmente o mundo é pequenino. Esta tua partilha é provavelmente a ligação mais directa que tenho ao 9/11. E remete-nos para a escala humana, diferente da escala fria dos números. Deve ter sido difícil para ti...


Um abraço

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:25
por lcaldei1
Parabéns pelo teu lado humano Ulisses...e hoje não te esqueças de convidar a tua irmã para jantar.

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:16
por Karamázov
*****

MensagemEnviado: 11/9/2009 14:11
por Woodhare
Bonita partilha Ulisses.

Tenho saudades, Bill

MensagemEnviado: 11/9/2009 13:47
por Ulisses Pereira
Há uns anos, escrevi este artigo. Hoje, com o Caldeirão aberto a milhares de pessoas, achei que o devia recuperar. Em memória de um dia que fica marcado e de um amigo que não esquecerei.

11 de Setembro de 2001

Passam 30 minutos do meio dia quando a janela do MSN pisca no meu computador. Do outro lado do Atlântico, Bill escreve a mesma frase com que me cumprimenta todos os dias: “Hi Portuguese guy!”.

Conheci Bill Meehan, “head trader” da corretora norte-americana Cantor Fitzgerald, através da troca de alguns mais sobre bolsa em 2000. Desde aí, as conversas sucederam-se e, mesmo sem nunca nos termos conhecido pessoalmente, uma Amizade forte tinha crescido.

Interrompo a minha conversa com ele para ir almoçar. A televisão está desligada e vou dando uma espreitadela ao computador pelo canto do olho, para ir controlando as cotações na nossa bolsa. O mercado está a ressaltar e eu tenho muitas posições longas abertas no nosso mercado, pelo que não posso perder de vista as cotações.

O mercado está calmo mas, de repente, uma onda de vendas assola a nossa Bolsa. Foi brusco demais para ser normal. Salto da cadeira, dirijo-me ao computador e as vendas continuam. Algo aconteceu, pensei eu. Rapidamente encontro na internet a informação que um avião chocou contra uma das torres gémeas.

Ligo a televisão e os noticiários já estão a dar imagens do “acidente”. “Bem... os mercados apanharam um susto com o acidente mas rapidamente recuperam”, penso eu para os meus botões.

Vou continuando a seguir as imagens televisivas e a controlar as cotações que, pouco a pouco, vão recuperando quando, em directo, vejo um outro avião embater na outra torre. De imediato, a hipótese de atentado transforma-se em certeza para mim.

Sem hesitar, ligo para a corretora onde negoceio, na qual trabalha a minha irmã e mando vender todos os meus contratos no mercado de futuros. Do outro lado da linha, a minha irmã diz que é uma maluqueira vender tudo pois iria entregar os meus contratos muito abaixo do preço do mercado à vista.

“Vende de qualquer maneira!”, grito eu perante a renitência dela em o fazer. É a primeira vez na vida que grito com a minha irmã. Não gostei da sensação. Mais logo, tenho que lhe pedir desculpa.

No entanto, uma sensação de alívio apodera-se de mim. Estou fora deste inferno e consegui sair sem grandes perdas. Estava tão embrenhado no ritmo do mercado que só agora começo a pensar na enorme tragédia humana que aconteceu.

De repente, paro para pensar uns instantes e lembro-me que o Bill trabalha numa das torres do World Trade Center. Salto de imediato para o teclado do meu computador e na janelinha que estava aberta com o seu nome pergunto-lhe se ele está lá. Nenhuma resposta obtenho. Repito incessantemente a mesma frase quase como se quisesse chamar por ele no meio daquele inferno. Nenhuma palavra vinha do lado de lá.

“Em que andar estará ele?. Será que conseguiu fugir do inferno de chamas em que se transformaram as duas torres? “ Perguntas às quais não consigo obter resposta e que não param de ecoar na minha cabeça. De um momento para o outro, os números e os mercados deixaram de ter qualquer importância.

Ao fim da tarde, o site www.realmoney.com, no qual o Bill colaborava com os seus excelentes artigos, informa que Bill Meehan se encontrava no 105º andar da torre Norte do World Trade Center no momento do embate do primeiro avião e que se encontra desaparecido.

Era esta a notícia que eu mais temia. Estando ele nos últimos andares da torre Norte, teria sido impossível ele ter escapado com vida depois do primeiro embate. Bill morreu.

É a primeira vez que perco um Amigo que nunca vi. Mas nem o facto de nunca ter visto o seu sorriso, nunca o ter olhado nos olhos, o tornavam menos próximo de mim. Uma das coisas que aprendi com ele é que a distância só existe quando nós queremos e quando deixamos que as palavras se calem.

O Bill era uma pessoa especial. Como são especiais todos aqueles que nos são próximos. Nem o facto de ser um dos mais respeitados analistas americanos lhe retirava a simplicidade e a disponibilidade para trocar opiniões com quem o contactava. Foi assim que o conheci. Foi assim na última conversa que tivemos.

Não vos posso falar do sorriso dele. Não vos posso falar do olhar dele. Mas posso-vos dizer que tinha um coração do tamanho do mundo.

Começo a escrever a análise diária na Sic Online. Será, sem dúvida, o dia em que menos vontade tenho de escrever. O texto termina assim: “Alguém no cimo do mundo, no topo da sua carreira, de um momento para o outro perde a vida. Se hoje perdeu muito dinheiro nos mercados, lembre-se das coisas que o fazem feliz. Lembre-se daqueles que são verdadeiramente importantes para si. Há coisas na vida que não têm preço. Há dias em que falar de bolsa devia ser proibido. “