Dinheiro
Como tornar-se um investidor sem grande conhecimento dos mercados
Por Sara Ribeiro
Quer ganhar dinheiro investindo em jogos, armas, álcool ou até na sua própria religião? À medida que os investidores procuram novas opções para aplicarem o seu dinheiro, as empresas de gestão de fundos têm expandido e diversificado os investimentos para além de carteiras de títulos e acções ‘tradicionais’, como explica o SOL desta sexta-feira
Nos últimos anos, o mercado financeiro começou a dar mais atenção aos chamados ‘
fundos exóticos’ para reduzir riscos e oferecer uma alternativa aos investimentos ‘normais’ em acções e títulos.
A novidade destes fundos é que, com a existência de activos especializados, o investidor pode aplicar o seu dinheiro sem ser um entendido.
Fundos ‘abençoados’
Tendo em conta o elevado número de pessoas que condenam as práticas abusivas das empresas, os bancos norte-americanos decidiram lançar fundos de investimento ‘éticos’. ~
Estes fundos não investem em empresas de tabaco ou bebidas alcoólicas, que prejudiquem o ambiente, que produzam armamento ou que tenham, por exemplo, comportamentos contabilísticos ou fiscais desadequados.
Dentro deste segmento, também foram lançados nos EUA os fundos Católicos, que se regem pelos princípios da religião de Roma. Empresas com actividades associadas a práticas abortivas, pornografia ou que concedam benefícios especiais a colaboradores solteiros não são ‘abençoadas’ por estes fundos.
O maior sucesso deste género de
fundo exótico é o Ave Maria Catholic Values. Criado em 2001 e dirigido aos mais de 600 mil católicos que vivem nos EUA, tem sido altamente rentável, ganhando, de ano para ano, cada mais ‘devotos’.
Fundos para todas as religiões
Os fundos éticos não se dirigem apenas aos seguidores da Bíblia. Os muçulmanos que quiserem investir o seu dinheiro segundo as leis do Corão também encontram ofertas à sua medida e das exigências da sua fé.
A doutrina de Alá proíbe receber ou cobrar juros, o que significa que os bancos, seguradoras e as empresas de serviços de investimento ficam de fora da carteira dos fundos muçulmanos. Empresas ligadas a álcool, tabaco, carne de porco ou a pornografia também não entram na doutrina deste fundo.
O
Amana Income Fund foi o primeiro ‘fundo de Alá’. E o petróleo e a indústria farmacêutica são os sectores em que os muçulmanos mais investem através deste instrumento.
(continua na edição impressa do SOL)
sara.ribeiro@sol.pt