CALDEIRÃO DE BOLSA

habanero04 Escreveu:Concordo no companheirismo e na partilha, mas já não posso concordar no que diz respeito à organização ser caracteristica das mulheres porque as há que são organizadas mas também as há que nem por isso... e falo com conhecimento de causa...

Bokas Escreveu:Partilha de tarefas sem dúvida, entreajuda nunca fez mal a ninguém, lá em casa é assim só não gosto é de limpar pó de resto siga...roupa, loiça, lavar chão, cozinhar, passar a ferro, compras...

Dar para receber, ceder para ter...ver o "Caminho das Indias" não faz mal nenhum e ainda dá para rir

Verdade seja dita que ninguém gosta de estar só e todos procuramos alguém e à medida que os anos passam, parece-me que essa necessidade (se assim quisermos chamar) torna-se maior.

V1rotate Escreveu:

Pata-Hari Escreveu:v1rotate, sem dúvida! é verdade e mais... as mulheres vivem e conhecem isso há algumas décadas. São despejadas e trocadas há muitos, muitos séculos. O que eu digo é que hoje em dia, atenção, o contrário já é igualmente comum porque simplesmente elas também ganham e são independentes. Muitas delas chegam à triste conclusão que estão melhores só que acompanhadas com "momos". Estou só a lembrar que a mulher já não é aquilo que temos por garantido após um casamento, presas pela total dependência dos maridos e que, por essa razão, passaram a poder exigir. O único elemento a vosso favor é que ainda existe alguma pressão para manter casamentos vazios de conteúdo.

Ainda bem Pata, que cada vez mais há mulheres que não dependem dos homens para nada, sou da opinião que nenhuma mulher(ou homem) deva depender de outrem, mas conheço bastantes casos, tristes, de dependência, inclusivamente algumas foram confrontadas com provas irrefutáveis que os maridos as traíam e tudo ficou business as usual, porque o nível a que já estão habituadas é mantido pelos "monos".

Eu ao fim de 12 anos também cheguei à triste conclusão que estava melhor sozinho do que com um "mono", nota, sei fazer tudo dentro de casa, não que goste muito como não aprendi à 1ª decidi meter-me noutra, vamos lá ver...

madoff Escreveu:Razão pura, e as mulheres ?!?
E aquelas que querem é a massa ?, existem muitas.
Se um tipo não abre o olho, fica na miséria !!
E aquelas que nem um ovo sabem estrelar ?

E aquelas que só sabem comprar roupa ?

E aquelas que só fazem intrigas ?

Tirando isso, também ficam poucas mulheres...

Razão Pura Escreveu:Machos Latinos? onde? não conheço nenhum. Conheço alguns homens que gostam de homem, conheço alguns homens que odeiam mulheres, conheço alguns homens que não sabem do que gostam, conheço muitos homens que se pudessem casavam com a própria mãe, conheço ainda alguns que querem é sopas e descanso e dinheiro na unha, os chamados chulitos...
Ora bem, deixa ver o que sobra..... ah, e ainda há os casados mas pouco..... e ainda os que não querem casar.... e ainda há os que batem nas mulheres.....

ufa... que canseira.... segue dentro de momentos...

Pata-Hari Escreveu:

O problema da sociedade e das relações actuais é que algum faz asneira, e o pensamento do outro é: não estou para estar a aturar isto... não há tolerância, nem flexibilidade...

Acho que tens que andar um instante para trás, quando uma relação funciona bem, nenhuma das partes pensa em trair porque simplesmente não lhe apetece, porque não quer correr o risco de estragar a sua relação, porque se preocupa com o modo como o outro se sentiria. Quando a traição acontece, já é uma consequência de outras falhas.
quote]

laisidoro Escreveu:Minhas amigas

Parem de perguntar em que estamos a pensar. Nós temos uma capacidade invulgar de não pensar em nada durante um bom bocado.

Pata-Hari Escreveu:mais_um, tens um sentido de humor um pouco retorcido, eu não vejo brincadeira nenhuma no post inicia (não entendo em que parte aquilo é engraçado),

Este é um topico da treta, só mesmo para chatear.

Mas vejamos.

O que sonham as mulhers quando são novas ?

"Casarem-se com um principe"

Ora um principe, não pode fazer nada em casa, pois é um principe.

Desse modo, como podem ter a corajem de pedir o que quer que seja a um principe ?

Crónica - A Solidão Das Mulheres Divorciadas


"Aos fins-de-semana, quando não saio com a minha prima Bé, fico em casa a ver televisão. Ver televisão quer dizer regar as plantas da marquise, ler o meu horóscopo nas revistas, desfazer o tricot do domingo anterior, mudar de canal de vinte em vinte segundos a pensar em matar-me. O problema é que assim que me levanto para tomar os lexotans todos de uma vez a minha mãe telefona-me de Alcobaça a saber como estou, oiço-lhe os gritos no atendedor de chamadas (a minha mãe, que tem um medo danado dos telefones, sempre falou aos gritos) e como não é possível a gente suicidar-se e conversar com a mãe ao mesmo tempo desisto das pastilhas e garanto-lhe que estou óptima, que não tenho febre, que fumo no máximo três cigarros por dia, que como bem, que não emagreci.


(- De certeza que não emagreceste?)

que para a semana a visito em Alcobaça sem falta e que qualquer dia, palavra, encontro um rapaz como deve ser


(- Não acredito que não haja um rapaz como deve ser no teu emprego, filha)

e me torno a casar, e desligo o telefone com um tal cansaço e uma tal dor de cabeça que a única coisa de que tenho vontade é de um aspegic e silêncio, e deixei de ter ganas de me suicidar visto que uma pessoa não consegue matar-se se estiver maldisposta.
Nos fins-de-semana em que saio com a minha prima Bé, vamos à Loja das Meias e à Escada sonhar com blazers de cachemira


(- Pode ser que com o subsídio de Natal lá chegue)

e casacos compridos, chateamo-nos como nos peruas nos filmes de que os jornais gostam, encontramo-nos num bar com colegas da escola dela que descobriram na semana passada, um restaurante italiano baratíssimo em Alcântara, e já me sucedeu acordar, aos domingos de manhã num apartamento de Campo de Ourique ou do Beato ao lado de professores de Matemática com iogurtes fora do prazo no congelador, um chinelo esquecido no bidé e um cinzeiro de folha a transbordar beatas no soalho, junto de uma chávena de café quebrada. Incapaz de tomar banho num chuveiro em que faltam sabonete e a água para além de se achar ocupado por um montão de jornais velhos, volto a toque de caixa para o Lumiar sem me despedir do barbudo que ressona de queixo na almofada


(- Não acredito que a Bé não conheça um rapaz como deve ser)

com um ombro fora do pijama descosido, e adormeço até que os gritos de Alcobaça me acordam, de coração aos pulos para inquirirem, ansiosos, no atendedor de chamadas, se tenho abusado dos fritos.
Não abuso dos fritos, não abuso do tabaco, não abuso do álcool, não abuso do sexo, não abuso de nada, mãe: oiço crescer o pêlo da alcatifa, mudo de vinte em vinte segundos de canal e leio o meu horóscopo na penúltima página dos magazines femininos, a seguir ao caderno da moda e a um artigo que explica como um cinto de ligas e uns sapatos vermelhos poderiam mudar a minha vida afectiva. Com um cinto de ligas os iogurtes fora do prazo desapareceriam do congelador? Com sapatos vermelhos encontraria chuveiros sem jornais? O meu horóscopo para esta semana, dividido como sempre em três partes, Saúde (cuidado com o fígado!), Finanças (atenção às despesas excessivas!) e Amor, prevê para quarta-feira, no que respeita às paixões, um encontro inesperado que me alterará para sempre a existência. Quarta-feira foi ontem e o encontro inesperado que tive consistiu em esbarrar com o meu ex-marido no metropolitano: deixou crescer o bigode, vinha acompanhado por uma mulata com metade da idade dele e nem sequer me viu. Ter-me-á visto alguma vez? Em todos os canais de televisão só passam novelas brasileiras. Oiço a chuva de Outubro contra os vidros e o casal do andar de cima a gemer ao ritmo da cama. Se me levantar para tomar os lexotans todos a minha mãe vai desatar aos gritos no atendedor de chamadas, de modo que o melhor é ficar quietinha no sofá a olhar as plantas e o retrato do meu sobrinho bebé sem pensar no suicídio. Para quê? Durante seis meses poupo nos almoços (uma bica, um croissant e um pastel de bacalhau comidos em pé ali no Centro) compro o blazer da Escada e uns sapatos vermelhos, a colega que vende ouro no escritório prometeu baixar-me as prestações do anel, e passo o serão sozinha, de blazer, sapatos e cachucho, lindíssima, a mudar de canal e a ouvir o pêlo da alcatifa crescer."

António Lobo Antunes, Cronicas

Pata-Hari Escreveu:

O engraçado é que se tivesse sido escrito ao contrário, toda a gente teria achado normal esse tipo de dedicação de uma mulher relativamente a um homem.

Mais, seria natural e a natureza a funcionar.

Dwer Escreveu:É precisamente isto a que me refiro. À forma antiga, romântica, ultrapssada, de olhar para a relação homem/mulher. O romantismo deve ter sido a maior arma contra a liberdade da mulher. Reduziu-a a um ícone a idolatrar.

Pata-Hari Escreveu:Dwer, quando o sentires como escravidão, certamente não estarás a fazer lá nada.

Pata-Hari Escreveu:Dwer, quando o sentires como escravidão, certamente não estarás a fazer lá nada. A ideia é ser assim porque queres ser assim.

O engraçado é que se tivesse sido escrito ao contrário, toda a gente teria achado normal esse tipo de dedicação de uma mulher relativamente a um homem. Mais, seria natural e a natureza a funcionar. Queres fazer o exercicio da troca do texto adaptado à dedicação da mulher ao homem (podes colocar fazer um jantarinho, ou qualquer outra coisa supostamente machista, cozer-lhe as meias, engomar-lhe o fato). Verás como o texto não te parece anormal.

Dwer Escreveu:

laisidoro Escreveu:Meus amigos
Amem-nas como se não houvesse amanhã! E não tomem por amar só a parte do fazer amor, nesse campo estejam sempre disponíveis mas caso não seja altura respeitem 2 vezes mais o facto de elas não quererem do que o facto de vocês quererem.

Amem-nas e digam-lhes isso de vez em quando (mais de vez do que de em quando). Façam-lhes surpresas mesmo que pequeninas, ofereçam uma flor, escrevam uma carta de amor. Montem as prateleiras novas e carreguem as compras (para que pensam que servem os músculos?).

Se estão chateadas e não querem explicar porquê façam como os cães: estejam lá mas não perguntem porque estão chateadas.

Amem-nas e digam-lhes como são bonitas, reparem no novo penteado e na roupa nova que lhe fica tão bem.

Admitam quando estão errados e calem-se quando têm razão.

Isto não é uma definição adocicada de escravatura?
É só susbtituir amor por medo! Arrepiante!

Temer como se não houvesse amanhã.
Estar sempre pronto para o sexo excepto quando ao amo lhe não apetecer.
Elogiar e declarar obediência incondicional a todo o momento.
Oferendas frequentes.
Trabalho braçal como valor sacrificial.
Atitude canina.
Admissão da culpa e silenciamento da razão.

É mesmo isto que as mulheres desejam? Parece-me que não! Por mais que à ilustre Pata, lhe seja simpática a prosa que citei.

laisidoro Escreveu:Meus amigos
Amem-nas como se não houvesse amanhã! E não tomem por amar só a parte do fazer amor, nesse campo estejam sempre disponíveis mas caso não seja altura respeitem 2 vezes mais o facto de elas não quererem do que o facto de vocês quererem.

Amem-nas e digam-lhes isso de vez em quando (mais de vez do que de em quando). Façam-lhes surpresas mesmo que pequeninas, ofereçam uma flor, escrevam uma carta de amor. Montem as prateleiras novas e carreguem as compras (para que pensam que servem os músculos?).

Se estão chateadas e não querem explicar porquê façam como os cães: estejam lá mas não perguntem porque estão chateadas.

Amem-nas e digam-lhes como são bonitas, reparem no novo penteado e na roupa nova que lhe fica tão bem.

Admitam quando estão errados e calem-se quando têm razão.