Durante o primeiro semestre de 2009, a Sonae apresentou um crescimento significativo do volume de negócios (+7%) e uma melhoria do EBITDA (+12%). Estou particularmente satisfeito com os resultados alcançados, tendo em conta as adversidades do mercado e os custos inerentes ao esforço de crescimento internacional das actividades de retalho.
O negócio de retalho alimentar consolidou a sua posição de liderança, apresentando um aumento do volume de negócios de 8% e um aumento do EBITDA de 25%. Este desempenho foi, em grande parte, explicado por melhorias de eficiência interna, expansão da área de vendas e crescimento de vendas numa base comparável (+3%), tanto nos formatos hipermercado como nos super, sendo uma demonstração clara da força da proposta de valor desta área. De salientar a resiliência da nossa divisão de retalho especializado, sobretudo ao nível dos seus formatos de base têxtil, a qual, beneficiando igualmente de uma Páscoa tardia, melhorou o desempenho de vendas no 2T09 e terminou o semestre com uma redução de vendas numa base comparável de 3% (-9% no 1T09). Foram realizados esforços de expansão internacional, com o reforço da nossa presença no mercado espanhol, onde actualmente detemos 3 formatos – Worten, Sportzone e Zippy -, este último recentemente lançado com a abertura de uma loja em Madrid e outra em Múrcia. Os primeiros sinais de desempenho destas operações são positivos, dando-nos confiança no potencial de crescimento do Grupo através desta estratégia.
O negócio de telecomunicações apresentou igualmente bons resultados neste semestre, com um aumento sustentado do seu nível de receitas e uma melhoria significativa do EBITDA, esta última a reflectir: uma redução dos custos operacionais, como resultado das iniciativas de controlo de custos implementadas em 2008; menores custos de marketing e vendas; e assimetria das tarifas de terminação móvel. Este negócio está a beneficiar igualmente do esforço de investimento, realizado em 2008, e direccionado para a rede, marca e serviço ao cliente.
Como esperado, os resultados indirectos reflectiram o aumento das taxas de capitalização na Europa usadas na avaliação dos centros comerciais. Este aumento conduziu a uma desvalorização destes activos e ao reconhecimento de um resultado indirecto negativo de 87 milhões de euros, líquido de impostos. De referir que este montante reflectiu igualmente uma melhoria dos cash flows estimados para os activos em Portugal e Alemanha e uma redução dos cash flows estimados dos restantes activos detidos. Em Portugal, os centros comerciais mantiveram taxas de ocupação elevadas (97%) e aumentos das rendas cobradas (fixas e variáveis) de 1%, numa base comparável. De salientar o esforço de controlo de custos durante o semestre que permitiu melhorar o resultado directo.
Um conjunto de eventos ocorreram no semestre e posteriormente, em linha com os nossos objectivos de “internacionalização”, “alavancagem da nossa base de activos em Portugal” e “diversificação do estilo de investimento”, nomeadamente: o lançamento do “Continente Mobile”, uma parceria entre os negócios de retalho alimentar e telecomunicações; a abertura de um novo formato de retalho especializado em Lisboa, a MegaModalfa; e o crescimento significativo no Brasil. Durante o semestre inaugurámos o Manauara Shopping, o maior e mais moderno centro no estado do Amazonas, e adquirimos duas empresas de corretagem de seguros através da Lazam-MDS seguido de um “roll-up” da posição dos nossos parceiros para a holding de corretagem de seguros (aumentando a nossa exposição ao Brasil) assinando, ao mesmo tempo, um acordo de parceria estratégica com a família Feffer para o desenvolvimento do mercado latino-americano. Adicionalmente, completámos o refinanciamento da dívida de médio e longo prazo da unidade de retalho, referente à parte a vencer-se em 2009, com a contratação de créditos no total de 165 milhões de euros e com um prazo médio de cerca 4 anos. Através desta operação, garantimos os fundos necessários à prossecução da estratégia definida para a área de retalho.
Mantemo-nos cautelosos quanto à evolução futura da economia e dos mercados onde operamos, particularmente no âmbito da intensidade concorrencial no retalho e telecomunicações. Apesar desta postura, e tendo em conta resiliência dos cash-flows gerados pela maioria dos nossos negócios, estamos confiantes na capacidade de mantermos a nossa política de remuneração accionista.
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR25037.pdf
Cumps.