OffTópic - O país parou outra vez
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OffTópic - O país parou outra vez
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O país parou outra vez
08/07/09 20:32 | Daniel Deusdado
Estranho: no dia a seguir às eleições europeias o ‘e-mail’ não despejou a torrente de mensagens habituais. Talvez fosse natural: nessa semana o país entrava na lentidão dos feriados (de 10 e 11 de Junho) e haveria poucas coisas a acontecerem...
Na semana seguinte surgiu a polémica das obras públicas - e o Governo anunciou que elas ficavam congeladas. Depois veio a tempestade PT/Mediacapital e a trapalhada Freeport/ministro da Agricultura. Num só dia percebeu-se que José Sócrates estava bastante desorientado, o que fazia temer por um país sem ninguém ao leme.
E chegamos a Julho... A 2 de Julho o Governo perdeu o ministro da Economia. Ficamos no ponto de rebuçado, na metáfora certa: "País sem Economia". Porque, infelizmente, é neste ponto em que estamos. Repare-se: Junho... Julho... Agosto... Setembro (mês eleitoral), Outubro (para formar-se novo Governo minoritário) e Novembro para se aprovar o Orçamento... São seis meses! Seis meses de enorme indefinição, pouco estímulo e de um Estado parado - quando se sabe que o Estado é responsável por quase metade da Economia. Isto depois de já termos ficado parados outros seis - de Outubro/08 a Março/09...
Corroboro com o PSD da ideia de que há decisões incoerentes nas obras públicas. O Governo tinha planeado uma nova rede ferroviária desarticulada das plataformas logísticas, que não passava por um dos aeroportos (neste caso, o do Porto), que construía a nova ponte Chelas-Barreiro apontada ao sentido mais distante do aeroporto, e que nem assegurava devidamente o transporte de mercadorias. Mas infelizmente quem conhece estes ‘dossiers' sabe que não há na cúpula de Ferreira Leite um responsável laranja que saiba realmente o que está a dizer quando fala deste assuntos. E portanto, o PSD enche a boca de ‘soundbites' eficazes mas que só remetem para o populismo fácil do "para quê o TGV?".
Uma coisa, no entanto, o PSD já ganhou: ao bloquear a acção do Governo e ao instalar-se no país um ambiente de desconfiança quanto aos investimentos, Manuela Ferreira Leite poderá fazer campanha mostrando os números macro-económicos dos próximos meses - eles estarão cada vez piores. Lá fora até poderá começar a haver sinais de retoma. Nós, por cá, estamos de novo parados. Pior: sabemos já que os próximos anos servirão de novo para equilibrar as contas públicas de uma economia anémica, cada vez mais anémica...
A líder do PSD vai ter razão quanto aos números. Mas não deixou de contribuir para o agudizar da crise através do seu discurso redutor. Espera-se agora que nos mostre que é mais do que uma eficaz gestora de tesouraria pública. Manuela, a empreendedora? nEstranho: no dia a seguir às eleições europeias o ‘e-mail' não despejou a torrente de mensagens habituais. Talvez fosse natural: nessa semana o país entrava na lentidão dos feriados (de 10 e 11 de Junho) e haveria poucas coisas a acontecerem...
Na semana seguinte surgiu a polémica das obras públicas - e o Governo anunciou que elas ficavam congeladas. Depois veio a tempestade PT/Mediacapital e a trapalhada Freeport/ministro da Agricultura. Num só dia percebeu-se que José Sócrates estava bastante desorientado, o que fazia temer por um país sem ninguém ao leme.
E chegamos a Julho... A 2 de Julho o Governo perdeu o ministro da Economia. Ficamos no ponto de rebuçado, na metáfora certa: "País sem Economia". Porque, infelizmente, é neste ponto em que estamos. Repare-se: Junho... Julho... Agosto... Setembro (mês eleitoral), Outubro (para formar-se novo Governo minoritário) e Novembro para se aprovar o Orçamento... São seis meses! Seis meses de enorme indefinição, pouco estímulo e de um Estado parado - quando se sabe que o Estado é responsável por quase metade da Economia. Isto depois de já termos ficado parados outros seis - de Outubro/08 a Março/09...
Corroboro com o PSD da ideia de que há decisões incoerentes nas obras públicas. O Governo tinha planeado uma nova rede ferroviária desarticulada das plataformas logísticas, que não passava por um dos aeroportos (neste caso, o do Porto), que construía a nova ponte Chelas-Barreiro apontada ao sentido mais distante do aeroporto, e que nem assegurava devidamente o transporte de mercadorias. Mas infelizmente quem conhece estes ‘dossiers' sabe que não há na cúpula de Ferreira Leite um responsável laranja que saiba realmente o que está a dizer quando fala deste assuntos. E portanto, o PSD enche a boca de ‘soundbites' eficazes mas que só remetem para o populismo fácil do "para quê o TGV?".
Uma coisa, no entanto, o PSD já ganhou: ao bloquear a acção do Governo e ao instalar-se no país um ambiente de desconfiança quanto aos investimentos, Manuela Ferreira Leite poderá fazer campanha mostrando os números macro-económicos dos próximos meses - eles estarão cada vez piores. Lá fora até poderá começar a haver sinais de retoma. Nós, por cá, estamos de novo parados. Pior: sabemos já que os próximos anos servirão de novo para equilibrar as contas públicas de uma economia anémica, cada vez mais anémica...
A líder do PSD vai ter razão quanto aos números. Mas não deixou de contribuir para o agudizar da crise através do seu discurso redutor. Espera-se agora que nos mostre que é mais do que uma eficaz gestora de tesouraria pública. Manuela, a empreendedora?
O país parou outra vez
08/07/09 20:32 | Daniel Deusdado
Estranho: no dia a seguir às eleições europeias o ‘e-mail’ não despejou a torrente de mensagens habituais. Talvez fosse natural: nessa semana o país entrava na lentidão dos feriados (de 10 e 11 de Junho) e haveria poucas coisas a acontecerem...
Na semana seguinte surgiu a polémica das obras públicas - e o Governo anunciou que elas ficavam congeladas. Depois veio a tempestade PT/Mediacapital e a trapalhada Freeport/ministro da Agricultura. Num só dia percebeu-se que José Sócrates estava bastante desorientado, o que fazia temer por um país sem ninguém ao leme.
E chegamos a Julho... A 2 de Julho o Governo perdeu o ministro da Economia. Ficamos no ponto de rebuçado, na metáfora certa: "País sem Economia". Porque, infelizmente, é neste ponto em que estamos. Repare-se: Junho... Julho... Agosto... Setembro (mês eleitoral), Outubro (para formar-se novo Governo minoritário) e Novembro para se aprovar o Orçamento... São seis meses! Seis meses de enorme indefinição, pouco estímulo e de um Estado parado - quando se sabe que o Estado é responsável por quase metade da Economia. Isto depois de já termos ficado parados outros seis - de Outubro/08 a Março/09...
Corroboro com o PSD da ideia de que há decisões incoerentes nas obras públicas. O Governo tinha planeado uma nova rede ferroviária desarticulada das plataformas logísticas, que não passava por um dos aeroportos (neste caso, o do Porto), que construía a nova ponte Chelas-Barreiro apontada ao sentido mais distante do aeroporto, e que nem assegurava devidamente o transporte de mercadorias. Mas infelizmente quem conhece estes ‘dossiers' sabe que não há na cúpula de Ferreira Leite um responsável laranja que saiba realmente o que está a dizer quando fala deste assuntos. E portanto, o PSD enche a boca de ‘soundbites' eficazes mas que só remetem para o populismo fácil do "para quê o TGV?".
Uma coisa, no entanto, o PSD já ganhou: ao bloquear a acção do Governo e ao instalar-se no país um ambiente de desconfiança quanto aos investimentos, Manuela Ferreira Leite poderá fazer campanha mostrando os números macro-económicos dos próximos meses - eles estarão cada vez piores. Lá fora até poderá começar a haver sinais de retoma. Nós, por cá, estamos de novo parados. Pior: sabemos já que os próximos anos servirão de novo para equilibrar as contas públicas de uma economia anémica, cada vez mais anémica...
A líder do PSD vai ter razão quanto aos números. Mas não deixou de contribuir para o agudizar da crise através do seu discurso redutor. Espera-se agora que nos mostre que é mais do que uma eficaz gestora de tesouraria pública. Manuela, a empreendedora? nEstranho: no dia a seguir às eleições europeias o ‘e-mail' não despejou a torrente de mensagens habituais. Talvez fosse natural: nessa semana o país entrava na lentidão dos feriados (de 10 e 11 de Junho) e haveria poucas coisas a acontecerem...
Na semana seguinte surgiu a polémica das obras públicas - e o Governo anunciou que elas ficavam congeladas. Depois veio a tempestade PT/Mediacapital e a trapalhada Freeport/ministro da Agricultura. Num só dia percebeu-se que José Sócrates estava bastante desorientado, o que fazia temer por um país sem ninguém ao leme.
E chegamos a Julho... A 2 de Julho o Governo perdeu o ministro da Economia. Ficamos no ponto de rebuçado, na metáfora certa: "País sem Economia". Porque, infelizmente, é neste ponto em que estamos. Repare-se: Junho... Julho... Agosto... Setembro (mês eleitoral), Outubro (para formar-se novo Governo minoritário) e Novembro para se aprovar o Orçamento... São seis meses! Seis meses de enorme indefinição, pouco estímulo e de um Estado parado - quando se sabe que o Estado é responsável por quase metade da Economia. Isto depois de já termos ficado parados outros seis - de Outubro/08 a Março/09...
Corroboro com o PSD da ideia de que há decisões incoerentes nas obras públicas. O Governo tinha planeado uma nova rede ferroviária desarticulada das plataformas logísticas, que não passava por um dos aeroportos (neste caso, o do Porto), que construía a nova ponte Chelas-Barreiro apontada ao sentido mais distante do aeroporto, e que nem assegurava devidamente o transporte de mercadorias. Mas infelizmente quem conhece estes ‘dossiers' sabe que não há na cúpula de Ferreira Leite um responsável laranja que saiba realmente o que está a dizer quando fala deste assuntos. E portanto, o PSD enche a boca de ‘soundbites' eficazes mas que só remetem para o populismo fácil do "para quê o TGV?".
Uma coisa, no entanto, o PSD já ganhou: ao bloquear a acção do Governo e ao instalar-se no país um ambiente de desconfiança quanto aos investimentos, Manuela Ferreira Leite poderá fazer campanha mostrando os números macro-económicos dos próximos meses - eles estarão cada vez piores. Lá fora até poderá começar a haver sinais de retoma. Nós, por cá, estamos de novo parados. Pior: sabemos já que os próximos anos servirão de novo para equilibrar as contas públicas de uma economia anémica, cada vez mais anémica...
A líder do PSD vai ter razão quanto aos números. Mas não deixou de contribuir para o agudizar da crise através do seu discurso redutor. Espera-se agora que nos mostre que é mais do que uma eficaz gestora de tesouraria pública. Manuela, a empreendedora?
Cumprimentos.
" Existem pessoas tão sumamente pobres que só têm dinheiro "
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