
Contas Públicas
Quebra de um quarto da receita do IVA abala previsões do Orçamento
23.06.2009 - 07h43
Por Sérgio Aníbal
Daniel Rocha/PÚBLICO (arquivo)
Dificuldades orçamentais aumentam para o ministro Teixeira dos Santos
As receitas fiscais acentuaram em Maio a sua queda face ao ano anterior, aumentando a ameaça de uma derrapagem das contas públicas deste ano face às previsões realizadas pelo Governo.
De acordo com o boletim de execução orçamental publicado ontem pela Direcção-Geral do Orçamento no final do dia, as receitas fiscais garantidas pelo Estado durante os primeiros cinco meses deste ano foram 20,7 por cento inferiores às registadas em igual período do ano passado. Até Abril, a quebra homóloga era de 19 por cento, o que mostra que a tendência negativa voltou, em Maio, a acentuar-se.
O IVA - o imposto mais sensível a uma contracção da economia - está a registar uma evolução muito negativa, apresentando uma quebra de 25,4 por cento, quando, em Abril, a descida se situava nos 15,4 por cento. Todos estes valores ficam muito abaixo daquilo que está projectado pelo Governo no OE.
Ontem, o Ministério das Finanças fez questão de salientar que "estes resultados reflectem medidas activas de política fiscal, tendo em vista a diminuição dos efeitos da crise económica", assinalando especialmente a "aceleração dos reembolsos", o "aumento das transferências para as autarquias locais e regiões autónomas" e a redução da taxa do IVA de 21 para 20 por cento feita em Julho do ano passado.
Justificações das Finanças
Segundo as contas das Finanças, se não fossem estas medidas, a quebra actual nas receitas fiscais seria de 9,8 por cento. Este valor, ainda assim, é claramente mais negativo do que o previsto no OE e representa igualmente uma quebra mais acentuada do que a que está a ser registada no PIB nominal, o que pode indiciar uma perda de eficiência fiscal.
Ao nível da despesa, os dados da execução orçamental até Abril revelam um aumento da despesa total do subsector Estado de 4,4 por cento, ao passo que a despesa corrente primária sobe a uma taxa de 6,6 por cento, valores que ficam dentro daquilo que estava previsto no OE. As despesas com pessoal voltam a cair.
A fonte é o Publico