
mais_um Escreveu:sem2006 Escreveu:É assim tão difícil perceberes? Se durante 10, 15 ou 20 anos servi para dar aulas (de forma precária), se fiz o meu doutoramento, se reenui todas as condições para poder aceder à carreira, porque raio é que agora tenho de ser sujeito a um concurso público para isso? Porque é que os docentes do Universitário não são tb. sujeitos a um concurso público?
Onde tu vês uma ameaça, eu vejo uma oportunidade, passo a explicar.
Do ponto de vista individual em relação ao teu caso, podes sentir-te prejudicado, mas se fores a concurso e ficares com o lugar, significa que ficas com o lugar porque és melhor e não porque estás à mais tempo a dar aulas. Do ponto vista colectivo (alunos, instituição, etc…) o facto de ir a concurso significa que serão os melhores a ser escolhidos, em detrimento dos que não são tão bons, logo os resultados deverão ser melhores, é a selecção natural a funcionar.
Um dos problemas do nosso funcionalismo publico é exactamente esse, as pessoas são premiadas pelo tempo que ocupam determinado lugar ou categoria e não pelas suas competências e desempenho, o resultado é cerca de 700 mil funcionários acomodados, afinal, basta só deixar passar o tempo….
Portanto o facto de durante todo este tempo ter visto o meu contrato renovado de 2 em 2 anos (por não ter sido libertada vaga de quadro) significa que na verdade eu não era preciso e não valia nada

e não, não vejas isto como sendo só eu..somos 7000 na mesma situação! 7000 em 10000 docentes no ESP.
sem2006 Escreveu:
Aliás, tens de me dizer qual é a empresa no mundo que faz um concurso público para que os funcionários contratados possam passar para o quadro
O concurso público é idêntico ao processo de selecção que qualquer empresa faz para admitir pessoal, a diferença é que um concurso público tem regras para garantir a imparcialidade e o processo de selecção de uma empresa não tem essas regras externas, depende de cada organização. Pelo teu comentário deduzo que nunca estivestes num processo de selecção de uma empresa privada….
Desculpa, mas estás errado. Para ser admitido no ESP, já fui submetido a um concurso publico, onde fui seleccionado entre vários candidatos. Agora que cumpri a minha obrigação, fiz o que era necessário para aceder aos quadros, porque não tenho direito a esse lugar e tenho de concorrer de novo? Portanto, o que dizes sobre o processo de selecção numa empresa é inválido. Primeiro, são seleccionados entre x candidatos. Os escolhidos são contratados durante x tempo à experiência. Se se portarem bem, passam ao quadro.
sem2006 Escreveu:Agora colocar um lugar que eu ocupei com contratos precários durante anos e anos a concurso de todos e mais alguns
Estás a pensar só em ti, o que é natural, mas se pensares no colectivo, o que faz sentido é o concurso, para escolher os melhores, por muito injusto que isso possa parecer e devias querer que o lugar fosse teu por mérito e não por antiguidade, é assim que as organizações/indivíduos evoluem.
Ninguém pôs em causa o profissionalismo, capacidade e competência do professores, sejam eles do Politécnico, Universitáriso ou outros. (como em todas as profissões há de tudo)
O que eu vejo é uma resistência generalizada a mudanças, que do meu ponto de vista, a prazo, permitem o sector publico sair do marasmo existente ficando mais eficiente.
Mas mais uma vez vejo pessoas agarradas ao passado (zona de conforto)e com falta de confiança em si proprias. Se tudo é bem feito? Não, tem existido erros, aspectos que podiam ter sido implementados de melhor forma, etc... que são logo aproveitados por quem está contra para colocar tudo em causa, em vez de melhorar os aspectos menos positivos.
Um abraço,
Alexandre Santos
Concurso já foi realizado antes.. Provas públicas já eu tive de passar. Se fui preciso durante todos esses anos, se a instituição precisou de mim durante todo esse tempo, porque razão não hei-de ter direito ao lugar de quadro?