Portugal é o segundo país europeu com mais Mercedes
11 de Janeiro, 2013por Emanuel Costa
A Mercedes-Benz conseguiu uma quota de mercado de 5,8% em Portugal, no ano passado, ficando muito acima dos 4,7% da média europeia. Só na Alemanha é que foram vendidos mais Mercedes (em percentagem do mercado) do que em Portugal.
No ano passado a alemã Mercedes-Benz vendeu 5.554 automóveis ligeiros de passageiros em Portugal, uma quebra de 20,8% face a 2008 – bastante melhor do que o mercado em geral, que caiu 37,9%, de 153 mil carros para pouco mais de 95 mil. No entanto, o equilíbrio da Mercedes esconde outra realidade menos conhecida. Do total de automóveis vendidos em 2012, 5,8% foram Mercedes, uma quota bastante acima dos 4,6% de 2011, e acima de quase todos os países da Europa.
Só na Alemanha, casa-mãe da Mercedes-Benz, é que a quota de mercado da marca da estrela é maior do que em Portugal. A informação foi revelada esta sexta-feira, em Lisboa, pelo presidente da Mercedes-Benz em Portugal, Carsten Oder, numa conferência de imprensa de balanço do mercado automóvel e perspectivas para 2013.
Também a Smart, outra marca do grupo Mercedes, tem resultados muito acima da média em Portugal. No ano passado foram vendidos no mercado luso 1.635 Smart, 1,7% do total do mercado automóvel. Essa quota é a maior do mundo em termos comparativos (três vezes superior à quota média europeia de 0,6%), e Portugal está mesmo no top 10 mundial de vendas absolutas. Ou seja, um mercado pequeno de um país pequeno registou mais Smart novos do que muitos países e mercados de dimensões maiores.
Expectativas ambiciosas
Apesar de cautelosa, a Mercedes tem a ambição de vender o mesmo número de carros neste novo ano. Como as pervisões são de queda das vendas, isso só pode significar uma quota ainda maior, «talvez 6,5%», indica Carsten Oder. Essa percentagem poderia colocar a Mercedes na posição 5º ou mesmo 4º do top de marcas mais vendidas, lugar que a concorrente directa BMW segurou em 2012, com 6.368 carros ligeiros vendidos e uma quota de 6,7%.
A estratégia, segundo a marca, vai assentar principalmente em dois lançamentos: em Abril chega o CLA, o coupé de quatro portas que deriva do Classe A; e sensivelmente na mesma altura é colocada à venda a nova gama ‘executiva’ E (sedan, carrinha e cabrio). O último modelo a chegar, o novo Classe S, interessa mais pelo posicionamento de topo e como ‘montra’ de novas tecnologias.
Marca lamenta ‘desistência dos eléctricos’
Carsten Oder afirmou na conferência de imprensa desta sexta-feira que o Governo deveria voltar a apostar, de alguma forma, nos carros eléctricos. «É uma pena que o Governo tenha deixado os apoios para os carros eléctricos», lamentou o responsável, lembrando que «sem qualquer tipo de apoio é impossível ter resultados neste segmento de futuro».
O presidente da Mercedes em Portugal, cargo que ocupa desde 2008, acredita que a aposta nos carros eléctricos é mais importante para o sector e para o país do que um regresso do incentivo de abate de veículos, que muitas marcas e a associação automóvel ACAP, gostariam de voltar a ver disponível.
emanuel.costa@sol.pt