jotabilo Escreveu:Naturalmente que a acção humana tem alguma importância relativa, mas a sua dimensão é pouco significativa perante o poder neutralizador da natureza.
Isso é discutível, no mínimo. A natureza tem o seu poder, naturalmente, mas como tudo tem a sua capacidade de carga e o seu limite.
jotabilo Escreveu:Apenas um exemplo para te significar essa dimensão. Se um dia quizesses, por um minuto que fosse, manter húmido o troço da auto-estrada entre o Porto e Aveiro, se isso fosse possível, com meios humanos, que meios terias de utilizar?...Que viaturas?...Que mangueiras?...E a energia em combustível para o efeito?...E quanto tempo demorarias?... Pois se pensares a Natureza executa isso em segundos e não só a auto-estrada como toda a região e por vezes durante dias....estás a ver a pequenez do homem...mesmo que fossem milhares de homens a trabalhar.
Considerando um comprimento de 300 mil metros, uma largura de 10 metros, um volume de água equivalente a 1 mm de precipitação (suficiente para manter húmido o pavimento), o que corresponde a um litro por metro quadrado, chegamos a 3 milhões de litros de água. Um camião cisterna pode levar 30 mil litros, ou seja, precisaríamos de 100 camiões cisterna, cada um dos quais cobriria 3 km de auto-estrada. Ou seja, precisavas de 100 pessoas, e não de milhares.
jotabilo Escreveu:A terra no seu movimento de translacção atravessa zonas siderais consideráveis. O Espaço é uma zona solitária e quase vazia, mas sobre o sistema solar em geral e sobre a terra em particular existe um sem número de interacções estelares que o equilibrio do universo exige....e das quais, uma delas podemos mencionar porque a conhecemos e sabemos o seu efeito..que é a gravidade. Outras haverá que determinarão o comportamento geral.
Concordo com tudo menos com a última frase, que a meu ver carece de evidências mais sólidas.
jotabilo Escreveu:O Buraco do ozono....parece que ultimamente diminuiu o seu tamanho segundo testemunhos que recentemente pude ler. Também esse fenómeno me pareceu uma grande patranhice e mais ainda quando se proibiu o uso de determinados gases pois com eles se favorecia o aumento daquele buraco.
As evidências científicas sobre a existência do buraco existem. Claro que ninguém é obrigado a acreditar nelas.
O buraco existe, como aliás tu próprio admites ao referires que diminuiu (se diminuiu, é porque estava lá, certo?). Se tens informação contrária, nomeadamente quanto à sua diminuição ou à sua inexistência, tenho o maior interesse em ler sobre esse assunto. Tens alguma referência em concreto?
jotabilo Escreveu:Creio mesmo que essa coisa foi uma primeira tentativa para angustiar o zé pagode...no real a camada de ozono permanece na sua variação cíclica.
Também aqui é importante que haja evidência científica, caso contrário parecerá uma mera crença.
jotabilo Escreveu:Quanto à desflorestação que referes....pois...experimenta deixar as ruas do Porto ou os jardins sem o uso diário e os trabalhos de manutenção de que necessitam e passado um mês até árvores nascerão no meio das calçadas.
Percebo a metáfora, mas sabes tão bem como eu que o que nasce nas calçadas não são árvores mas sim ervas.
jotabilo Escreveu:Sabes meu Caro Elias....vivemos nestas gaiolas como passarinhos que não voamos e depois vemos os espaços exteriores à nossa vivência habitual em vídeos coloridos e com locução a condizer com a nossa angústia e ficamos impressionados com a tragédia inventada e encenada.
jotabilo, já viajei o suficiente pelo país e pelo mundo para não ter de me sentir como um pássaro engaiolado. Passei cem vezes mais horas a observar a natureza em Portugal e no estrangeiro do que a ver documentários de natureza na TV, de que nunca fui particular apreciador. Vi e fotografei o Kilimanjaro com neve há 10 anos atrás e por isso sei reconhecer a diferença entre a realidade que testemunhei e situação actual que é apresentada no documentário. Há 15 anos estive no Árctico em Junho, em zonas onde havia neve ao nível do mar durante todo o ano e que agora se encontram ameaçadas pelo degelo.
A realidade do mundo que nos rodeia está a mudar a grande velocidade, e afirmo isto não com base em qualquer documentário que vi, mas com base no que conheço e no que os meus olhos testemunharam.
jotabilo Escreveu:A velocidade da mudança é relativa. Não é a delapidação dos recursos que nos pode afligir, dado que tudo é cíclico.
jotabilo, eu gostaria muito, mesmo muito, de acreditar nisso. Mas não me parece que isto seja uma mera questão de fé. Se houver evidências científicas nesse sentido, esse tese ganha força. Caso contrário, é um "tapar do sol com a peneira".
jotabilo Escreveu:Neste sentido os combustíveis fosseis também são energias renováveis. Simplesmente o seu ciclo de renovação não se compadece com a brevidade da vida humana.
O seu ciclo de vida não se compadece é com a velocidade a que estão a ser explorados.
jotabilo Escreveu:Mudança é mais rápida relativamente a quê?...Qual a referência que utilizas?
As evidências científicas que apontam que actualmente as alterações acontecem mais rapidamente que no passado.
Olha, as extinções de espécies, por exemplo.
jotabilo Escreveu:Se um dia amanheceres sobre as abarcas da serra da Padrela e vires o sol a romper as brumas que se elevam dos vales notarás que a natureza é ainda solene e esmagadora.
jotabilo, conheço a serra da Padrela, já fiquei por diversas vezes em Vila Pouca de Aguiar e conheço bem a região. Mas não devemos confundir imagens românticas de sol nascente sobre vales enevoados (imagens essas que porventura despertam emoções mais variadas) com o equilíbrio global da natureza, que deve ser objecto de uma análise racional e não emocional.
Sei que muita gente não acredita na existência das alterações que estão a acontecer à escala global.
Não penses que eu sou um daqueles que acredita piamente. Pelo contrário, eu normalmente vou à procura da informação, para tentar compreender melhor aquilo de que se fala. É um pouco como o "mito" dos combustíveis e dos preços praticados pelas gasolineiras, que o Marco António tão bem tem desmontado. Muitas pessoas preferem acreditar que as gasolineiras andam a meter ao bolso indevidamente, em vez de encararem a frieza dos números e admitir que a realidade não é aquela que desejariam.
1 abraço,
Elias