Bem, do ponto de vista fundamental posso sugerir-te as análises do Mr. Pontes aos resultados do 1º Trimestre.
(mas atenção porque parece-me que ele tem a sua preferência já determinada...)
Mr Pontes: BPI: Resultados recorrentes foram 31,9 M€ (+18% que os 27 M€ de estimativa de analistas Reuters). Target 2,416 €. MANTER
Os Resultados do BPI são positivos, mas muito menos do que o que se poderia perspectivar olhando só para os 50,1 M€ anunciados. É que os resultados foram influenciados por alguns factores não recorrentes. O Banco informa que incluiu 12,1 M€ de ganhos com imóveis (no momento da entrega em espécie para o Fundo de Pensões), ora liquido de impostos dá 12,1x0,75=9,1 M€. Depois não contabilizou Provisão para IRC em Angola por beneficiar no trimestre, de isenção por aplicações em Bilhetes de Tesouro de Angola, beneficio que não tinha ocorrido em 2008, tendo assim poupado 5,1 M€. E ainda depois beneficiou também, ao contrário dos trimestres de 2008, de uma taxa efectiva de IRC em Portugal de 5,4% muito inferior ao normal, pelo que poupou cerca de 4 M€. Ora, então o lucro recorrente foi de 50,1-9,1-5,1-4=31,9 M€.
O crédito vencido há mais de 90 dias, disparou de 298 M€ no final de 2008, para 454 M€. O crédito vencido aumentou substancialmente para 1,5% (1,1% antes) do crédito total, e no mercado nacional atingiu 1,6%, sendo apenas de 1% nas operações internacionais (Angola). O fundo de pensões apresentou uma degradação significativa, pois só no trimestre de 2009 aumentou o deficit em cerca de -91 M€ (!!!), quase metade pela subida das responsabilidades com reformas, e a outra metade por perdas no fundo, agravando a cobertura do Fundo para 95% (99% no 4ºT/2008).
A actividade internacional cresceu os Resultados, face ao 4ºT/2008, em cerca de 15%, favorável. O capital próprio, sem minoritários situou-se em 1.511,6 M€.
Avaliação: o valor contabilistico das 900 milhões de acções, é de 1,67 € cada. Há que descontar as perdas acumulados do Fundo de Pensões (-119,8 M€ acumulados de deficit) que dá -0,133 € por acção. Subtrair o dividendo ainda não pago, de 0,0668 € por acção. E o valor dos Resultados perspectivados para o futuro, na base dos Resultados Trimestrais recorrentes de 31,9 M€ acima obtidos, dá uma valor por acção de mais 0,946 €. Assim, o meu novo target do BPI é de 1,67-0,133-0,0668+0,946 = 2,416 €.
Assim, revejo em alta o meu anterior target de 1,861 €, em boa parte porque antes tinha descontado o efeito de imparidade de crédito concedido à Privado Holding, e que entretanto não me é possível saber se as Imparidades já registadas pelo BPI contém, ou não, o efeito desse risco. Pelo que opto por tirar essa penalização no meu target, que significou cerca de -0,17 € por acção na avaliação anterior que eu tinha de Janeiro de 2009. Ou seja, não contando com esse efeito do Privado Holding, estou a melhorar a avaliação do BPI em 0,385 € adicionais por acção. Assim, com o meu novo target de 2,416 €, o BPI fica com capacidade de valorização de 34% face ao fecho de hoje em 1,80 €, abaixo da média das empresas do PSI-20.
Pelo que a minha recomendação é: MANTER. E confirmar que, os analistas consultados pela Reuters, que eu referi hoje á tarde (fonte SIC Noticias/Reuters), que previram Resultados de 27 M€, falharam por 4,9 M€ face ao Resultado recorrente de 31,9 M€ acima calculado. Mesmo assim, acima das previsões desses analistas, e da minha própria expectativa, que era mais pessimista que essa média de 27 M€ desses analistas.
Mr Pontes: BES: Área internacional determinante (60 balcões internacionais deram mais lucro que 737 nacionais). Crédito vencido apenas 1,2% (BPI: 1,5%). Target 7,065 €. Comprar FORTISSIMAMENTE
Dos Resultados Liquidos de 101,3 M€, 55,2 M€ foram obtidos na área internacional, sobretudo na Sucursal de Londres, e em Angola. Mas o Banco está ainda em Nova Iorque, Espanha, entre outros. Ora, em Portugal o número de Balcões é de 737, e no estrangeiro apenas 60, o que é impressionante, pois estes 60 representaram já mais de metade do lucro liquido (algo que o BPI não se pode orgulhar, pois só tem cerca de 51% do BFA, e nada mais relevante a nível internacional).
O crédito vencido a mais de 90 dias, foi de 1,2% do crédito total, substancialmente abaixo dos 1,5% apresentados pelo BPI há dias atrás. Os Resultados são fortes, ainda sem considerar o aumento de capital de 500 milhões de acções para 1,17 mil milhões de acções.
Avaliação: os capitais próprios, excluindo acções preferenciais sem voto, e incluindo já o novo capital de 1,2 mil M€ é de 5,26 mil M€, o que dá um book value das 1,17 mil milhões de acções de 4,51 € (ligeiramente abaixo do valor nominal de 5 €). Os Resultados futuros estimados devem levar em consideração o seguinte: os resultados obtidos no 1ºT/09 anualizados, mais um proveito extra de 36 M€ liquidos de impostos de aplicação dos 1,2 mil M€ de aumento de capital social que não têm custos futuros e que poderão ser remunerados a cerca de 4%. Ora assim, Resultados estimados de 101,3x4 + 36 = 441,2 M€ por ano. Ora esses resultados futuros valem hoje mais 3,027 € por cada acção. A que desconto ainda -0,472 € por acção, de impactos não recorrentes de 24 M€ (justo valor de + 77 M€ indicados pelo BES, menos perdas de -39 com activos para venda, menos -14 de reavaliação cambial = 24 M€ não recorrentes).
Assim, o meu novo target é agora de 7,065 €, em forte upgrade do meu anterior target de 5,82 €. Recomendação: comprar fortissimamente, BES provou o que eu sempre aqui disse: a internacionalização é elemento-chave no crescimento dos bancos nacionais (BPI segue caminho diferente, pois só tinha o BFA de Angola, e ainda o reduziu para apenas 51%).