Galp alcança meia centena de contratos com o governo brasileiro
A Galp Energia já assinou cerca de 50 contratos com o governo brasileiro para a exploração de petróleo, tendo na última quinta-feira formalizado cinco contratos para outros tantos blocos na bacia de Potiguar e três na bacia do Amazonas, segundo informou o presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira.
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Miguel Prado
miguelprado@negocios.pt
A Galp Energia já assinou cerca de 50 contratos com o governo brasileiro para a exploração de petróleo, tendo na última quinta-feira formalizado cinco contratos para outros tantos blocos na bacia de Potiguar e três na bacia do Amazonas, segundo informou o presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira.
Sobre os contratos assinados no Amazonas, o presidente da Galp referiu que “foram três grandes blocos numa zona que tem indícios de ser rica em gás natural”. Estes três e os outros cinco são contratos que resultam do leilão realizado em Dezembro último pelas autoridades brasileiras.
Na bacia do Amazonas trata-se de três blocos terrestres (“onshore”) que são operados pela Petrobras e que abrangem uma área total de 5.718 quilómetros quadrados. Ferreira de Oliveira mostrou-se esperançado no sucesso desta aposta da Galp. “Amazonas é uma zona muito promissora em termos de gás natural”, disse o presidente da Galp numa conferência de imprensa ontem à noite, no Rio de Janeiro.
Manuel Ferreira de Oliveira fez um balanço da aposta da Galp no Brasil, onde a petrolífera portuguesa mantém várias parcerias com a Petrobras, assumindo participações que vão dos 10% aos 50%, em consórcios que estão a fazer a prospecção de petróleo tanto no mar (“offshore”) como em terra.
Sobre o campo de Tupi, de onde a Galp, a Petrobras e a BG extraíram ontem o primeiro petróleo, Ferreira de Oliveira disse que “a indústria petrolífera nos últimos 20 ou 30 anos não celebrava uma descoberta com a magnitude desta”.
A intenção da Galp é continuar a fazer parte da exploração petrolífera no Brasil, mesmo estando o governo brasileiro a trabalhar para a mudança da legislação que enquadra as concessões petrolíferas.
“As grandes descobertas do pré-sal deram a origem a uma discussão pública em relação à compensação que o Estado brasileiro quer tirar das descobertas”, reconheceu o presidente da Galp, para quem “agora o risco de investir nesta zona do pré-sal é muito menor do que o risco que existia em 2002”. Aumentando a probabilidade de haver grandes quantidades de petróleo, será natural que o Brasil procure defender os seus interesses na concessão da exploração a estrangeiros.
“Estamos à espera que o Governo legisle”, afirmou Ferreira de Oliveira, sem entrar em detalhes quanto às expectativas que a Galp tem do que poderá vir a ser o novo marco regulatório do Brasil para o petróleo, cuja proposta final deve ser apresentada até ao fim de Junho.
Ferreira de Oliveira foi ainda questionado sobre o financiamento dos avultados investimentos que a Galp terá de fazer nos próximos anos. Até 2013 a empresa prevê aplicar 5 mil milhões de euros.
Entretanto a Galp terá já recebido estudos de vários bancos sobre possíveis soluções de financiamento para o futuro. Mas Ferreira de Oliveira não quis revelar detalhes sobre este processo. “Não são empresas contratadas que nos ensinam o que temos que fazer”, afirmou o presidente da Galp, acrescentando que, conforme previsto, o grupo “comunicará no segundo trimestre deste ano” a forma como irá financiar os seus investimentos. “Não está em cima da mesa a alteração do rumo que a empresa tem seguido”, referiu Ferreira de Oliveira.
Jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Galp Energia