mcarvalho Escreveu:não seria melhor ouvires até ao fim?
um abraço
mcarvalho
Oi mcarvalho. Não tinha visto o teu post...
Respondendo-te claramente: não, não seria melhor.
Se um tipo se vai por a ouvir até ao fim toda a "filosofia" que ouve por esse mundo fora (em videos no google ou no youtube, em blogs ou outro tipo de site, em livros ou em programas de tv ou outra coisa qualquer) não fazia mais nada na vida e estou perfeitamente convencido que a vida dessa pessoa mudaria de facto... mas para pior. E por arrasto, a dos outros também!
O que ouvi foi muuuito mais do que suficiente para não ouvir o resto:
> A entrevista começa com uma pequena súmula da temático e daquilo em que (provavelmente) roda a filosofia dele. A vida é uma jornada, bla bla bla. Banal, sem conteudo. Já ouvi uma série de vezes isto. Passemos à frente...
> Segue-se a tentativa de auto-credibilização banal: "eu viajei mt, conheci mts pessoas, estudei muito, conheci mts culturas, etc". Banal. Isto é mera auto-promoção e uma tentativa de enviezamento da perspectiva do ouvinte. Ele quer que lhe atribuemos um especial crédito no que diz. É como o tipo que começa uma análise de bolsa elaborando sobre o numero de mercados que já seguiu e o numero de analises que já fez, para que atribuemos especial crédito à conclusão que ele nos vai apresentar.
> Depois da auto-promoção e auto-credibilização vem a banal tentativa de que as pessoas se identifiquem com ele, falando do problema das pessoas. Não sentimos outros problemas como os nossos. Por isso ele começa a dizer que corremos muito de um lado para o outro, trabalhamos muito, temos muitas contas para pagar. Como se no passado as pessoas não se debatessem com problemas graves na suas vidas. Desperspectiva as pessoas, afunila-as na sua retórica, para que uma vez auto-promovido, uma vez identificadas as pessoas com os problemas que ele descreve, acreditem no que ele diz.
> Se tudo era banal até aqui e sem conteudo, dizer que vivemos num "crazy world" rebenta a escala. O mundo foi sempre "crazy". Ele é que ainda não deu conta ou quer fazer o ouvinte acreditar que o mundo é especialmente "crazy" agora. Se vivesse na época da Inquisição ou na lenta derrocada do Império Romano ele diria as mesmíssimas coisas (ou limitava-se a pensa-las, por amor ao pescoço) sobre a sanidade mental do mundo...
> A seguir elabora sobre o paradigma Económico e o paradigma Religioso. E, pasme-se, faz uma referência às guerras que vão acontecendo hoje e sugere que o mundo vai piorar. E as guerras do passado? Varreu-as para baixo do tapete num ápice. Não interessam agora para o caso. Os mais distraídos por esta altura já estao convencidos que no passado não houve guerras e que esse é um problema especifico do paradigma actual!
Os governos matam milhares e milhares de pessoas para tomar os recursos de outro país?
E ele fala disto como se fosse um problema actual?
Ou eu estou completamente doido ou fui totalmente enganadinho no que fui aprendendo da Historia de todas as fontes que considero crediveis mas isto já se passava pelo menos há uns 5 mil anos atrás!
E vocês querem que eu ouça até ao fim?
Não!
Eu prefiro gastar os mesmos vinte minutos a discutir o quão banal é a filosofia dele e o quão errado ele está nas suas premissas iniciais!
Quando ele diz que somos todos iguais, foi a gota de água (se calhar ele viajou muito mas escapou-lhe este cantinho do mundo em que eu vivo, eu sei lá!)...
O comboio que já ia todo descarrilado desmanchou-se todo ali.
Epá, sinceramente, enquanto escrevia aqueles primeiros posts ainda estava a ouvir e apanhei mais umas cenas... mas foi assim ouvido só na diagonal pois ele já tinha perdido a minha atenção, mas deu para ver que aquilo era tudo para chegar a uma filosofia de vida espiritista. Enfim, como ele há muitos a dizer coisas do género, vazias de conteúdo, embelezadas de boas intenções, de quem sugere um mundo melhor para todos. Provavelmente faz disso vida, com palestras, dando entrevistas, escrevendo livros ou outra coisa qualquer (nunca tinha ouvido falar do tipo e nem sequer há uma página no wiki sobre ele - o que hoje já é referência de alguma coisa - e não sei, mas pronto imagino). Mas também não vou perder grande tempo com o assunto e tou pouco importado no que o move a divulgar a filosofia dele. Afinal como ele há muitos e eu não me vou por aqui a perder tempo com todos.
Só achei que valia a pena mostrar o quão banal (pelo menos para mim) é toda aquela retórica, praticamente vazia de qualquer conteúdo e do pouco conteúdo que ouvi, o quão errada é para mim. De uma total falta de perspectiva da história do mundo/humanidade.
E que naturalmente isso respondia à tua pergunta!
Mas pronto, respeito a opinião dos outros (incluindo a dele). Não me sinto é minimamente obrigado a concordar...