G20 prevê recuperação em 2010
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G-20 trouxe confiança, diz economista
Para Matthew Sherwood, da Experian, a reunião das maiores economias do mundo superou as expectativas
- A reunião do G-20 em Londres representou um avanço no combate à crise atual, conforme análise feita pelo economista-sênior para assuntos globais do grupo irlandês de análise de crédito Experian, Matthew Sherwood. No encontro desta mês, as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia anunciaram um pacote de US$ 1,1 trilhão para irrigar a economia global. "Acho que muito do sucesso do encontro se deve ao fato de que as expectativas eram baixas", disse.
Sherwood avalia que as propostas do G-20 não deverão ser suficientes para que haja uma recuperação global, mas ressaltou que dela saíram mais vencedores do que perdedores e que o encontrou foi importante para trazer confiança.
Em relação à possibilidade de criação de um regulador financeiro mundial, Sherwood é mais cético. "Isso nunca vai ocorrer. Países como Estados Unidos e China nunca irão concordar com algo desse tipo. Além disso, um regulador global seria algo muito grande para ser gerenciado. Mas concordo que seja necessário algum tipo de coordenação entre os países", avaliou.
Para Sherwood, a recuperação global depende mais agora dos estímulos fiscais do que da política monetária. Isso porque especialmente nos países desenvolvidos, como os EUA, o juro já está praticamente em zero e não resta mais espaço para manobras com afrouxamento monetário.
Sobre o recente ânimo dos mercados acionários, Sherwood acredita que ainda poderá haver ondas de vendas, mas há sinais de que o investidor está mais esperançoso e que as bolsas podem ter já atingido o piso.
Emprego
O mercado de trabalho dos Estados Unidos ainda não mostra nenhum sinal de recuperação, afirmou Sherwood. O desemprego naquele país subiu para 8,5% em março, o maior nível dos últimos 25 anos, enquanto o número de vagas perdidas chegou a 663 mil no mês passado, elevando para 5,1 milhões as demissões desde dezembro de 2007. Os dados são do Departamento de Trabalho dos EUA.
"Esses números podem ter até vindo um pouco melhor do que o coletado em outras pesquisas, mas ainda assim não são animadores e não mostram sinais de que o ritmo de encolhimento dos empregos está desacelerando", disse, de seu escritório em Londres, ao AE Broadcast Ao Vivo.
Quando fala de outras pesquisas, Sherwood se refere, por exemplo, aos dados ruins divulgados pela Pesquisa Nacional de Emprego da ADP/Macroeconomic Advisers, que mostrou corte de 742 mil vagas de trabalho no setor privado norte-americano em março, superando a previsão média de analistas de perda de 656 mil vagas. O corte foi o maior já registrado na história da pesquisa.
No entanto, Sherwood disse ver "sinais de esperança" em outros setores da economia norte-americana, como a indústria. Ele citou o índice dos gerentes de compra sobre a atividade industrial nos EUA, que subiu para 36,3 em março, de 35,8 em fevereiro, acima da expectativa de que queda para 35,0. Ele ressaltou, no entanto, que a economia segue em contração. "Mas vemos que os declínios (de indicadores) estão desacelerando, o que é um primeiro sinal de que atingimos o fundo do poço ou pelo menos já podemos vê-lo", disse.
O economista acredita que a retomada do crescimento americano deve começar no final deste ano ou início de 2010, quando será possível perceber melhor os efeitos dos pacotes de estímulos adotados pelo governo de Barack Obama.
Ainda assim, a recuperação não deve chegar a tempo de evitar que o PIB americano caía ao redor de 3%, na estimativa de Sherwood. Já para 2010, a expectativa é de crescimento dos EUA ao redor de 1%. "O fato é que 2009 será um ano ruim para todos e que os Estados Unidos irão liderar o caminho de recuperação, dadas todas as medidas tomadas pelo Federal Reserve (Fed) e a administração de Obama", comentou.
Sherwood disse ainda esperar que o pacote do governo que visa a tirar os ativos tóxicos dos bancos funcione. "Melhor que funcione, porque senão vamos ter que sentar e ter uma entrevista muito diferente desta dentro de alguns meses. Todos os sinais são de que o plano de (Timothy) Geithner irá funcionar. É um plano bem complicado, o que é um pouco desencorajador. Mas pode dar certo."
Para Sherwood, a grande dúvida em relação ao plano é se os preços fixados desses ativos refletirem "um prêmio de liquidez negativo", ou seja, que não há recursos suficiente no mercado para elevar os preços. "Para isso funcionar os bancos tem de querer vender esses ativos, se livrar deles. O compradores já parecem convencidos", observou.
Para Matthew Sherwood, da Experian, a reunião das maiores economias do mundo superou as expectativas
- A reunião do G-20 em Londres representou um avanço no combate à crise atual, conforme análise feita pelo economista-sênior para assuntos globais do grupo irlandês de análise de crédito Experian, Matthew Sherwood. No encontro desta mês, as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia anunciaram um pacote de US$ 1,1 trilhão para irrigar a economia global. "Acho que muito do sucesso do encontro se deve ao fato de que as expectativas eram baixas", disse.
Sherwood avalia que as propostas do G-20 não deverão ser suficientes para que haja uma recuperação global, mas ressaltou que dela saíram mais vencedores do que perdedores e que o encontrou foi importante para trazer confiança.
Em relação à possibilidade de criação de um regulador financeiro mundial, Sherwood é mais cético. "Isso nunca vai ocorrer. Países como Estados Unidos e China nunca irão concordar com algo desse tipo. Além disso, um regulador global seria algo muito grande para ser gerenciado. Mas concordo que seja necessário algum tipo de coordenação entre os países", avaliou.
Para Sherwood, a recuperação global depende mais agora dos estímulos fiscais do que da política monetária. Isso porque especialmente nos países desenvolvidos, como os EUA, o juro já está praticamente em zero e não resta mais espaço para manobras com afrouxamento monetário.
Sobre o recente ânimo dos mercados acionários, Sherwood acredita que ainda poderá haver ondas de vendas, mas há sinais de que o investidor está mais esperançoso e que as bolsas podem ter já atingido o piso.
Emprego
O mercado de trabalho dos Estados Unidos ainda não mostra nenhum sinal de recuperação, afirmou Sherwood. O desemprego naquele país subiu para 8,5% em março, o maior nível dos últimos 25 anos, enquanto o número de vagas perdidas chegou a 663 mil no mês passado, elevando para 5,1 milhões as demissões desde dezembro de 2007. Os dados são do Departamento de Trabalho dos EUA.
"Esses números podem ter até vindo um pouco melhor do que o coletado em outras pesquisas, mas ainda assim não são animadores e não mostram sinais de que o ritmo de encolhimento dos empregos está desacelerando", disse, de seu escritório em Londres, ao AE Broadcast Ao Vivo.
Quando fala de outras pesquisas, Sherwood se refere, por exemplo, aos dados ruins divulgados pela Pesquisa Nacional de Emprego da ADP/Macroeconomic Advisers, que mostrou corte de 742 mil vagas de trabalho no setor privado norte-americano em março, superando a previsão média de analistas de perda de 656 mil vagas. O corte foi o maior já registrado na história da pesquisa.
No entanto, Sherwood disse ver "sinais de esperança" em outros setores da economia norte-americana, como a indústria. Ele citou o índice dos gerentes de compra sobre a atividade industrial nos EUA, que subiu para 36,3 em março, de 35,8 em fevereiro, acima da expectativa de que queda para 35,0. Ele ressaltou, no entanto, que a economia segue em contração. "Mas vemos que os declínios (de indicadores) estão desacelerando, o que é um primeiro sinal de que atingimos o fundo do poço ou pelo menos já podemos vê-lo", disse.
O economista acredita que a retomada do crescimento americano deve começar no final deste ano ou início de 2010, quando será possível perceber melhor os efeitos dos pacotes de estímulos adotados pelo governo de Barack Obama.
Ainda assim, a recuperação não deve chegar a tempo de evitar que o PIB americano caía ao redor de 3%, na estimativa de Sherwood. Já para 2010, a expectativa é de crescimento dos EUA ao redor de 1%. "O fato é que 2009 será um ano ruim para todos e que os Estados Unidos irão liderar o caminho de recuperação, dadas todas as medidas tomadas pelo Federal Reserve (Fed) e a administração de Obama", comentou.
Sherwood disse ainda esperar que o pacote do governo que visa a tirar os ativos tóxicos dos bancos funcione. "Melhor que funcione, porque senão vamos ter que sentar e ter uma entrevista muito diferente desta dentro de alguns meses. Todos os sinais são de que o plano de (Timothy) Geithner irá funcionar. É um plano bem complicado, o que é um pouco desencorajador. Mas pode dar certo."
Para Sherwood, a grande dúvida em relação ao plano é se os preços fixados desses ativos refletirem "um prêmio de liquidez negativo", ou seja, que não há recursos suficiente no mercado para elevar os preços. "Para isso funcionar os bancos tem de querer vender esses ativos, se livrar deles. O compradores já parecem convencidos", observou.
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G20 prevê recuperação em 2010
G20 prevê recuperação em 2010
Texto foi obtido pelo jornal britânico ‘Financial Times’.
Países também vão renovar compromisso de combater protecionismo.
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Os dirigentes do G20, que se reúnem na próxima quarta-feira (2), em Londres, preveem que a economia global voltará a crescer no final de 2010, segundo o rascunho de um comunicado relacionado à reunião, publicado neste domingo (29) pelo jornal britânico “Financial Times”.
O comunicado de 24 pontos reitera o compromisso dos membros do G20 de evitar o protecionismo, mas foi considerado pouco preciso sobre como será elaborado um pacote de estímulo orçamentário para garantir o retorno da expansão econômica.
O comunicado afirma que uma “crise global exige uma solução global”, segundo o “FT”. “Nós estamos determinados a restaurar o crescimento agora, a resistir o protecionismo e a reformar nossos mercados e instituições para o futuro. Estamos determinados a garantir que essa crise não se repita.”
Medidas
No rascunho, os dirigentes acrescentam que as medidas nacionais de reativação orçamentária adotadas por diversos países do G20 aumentarão a produção mundial de mais de 2 pontos percentuais e criarão mais de 20 milhões de empregos.
Os dirigentes acrescentam que, com medidas de apoio aos sistemas orçamentários e bancários, assim como o crescimento do repasse de recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial poderá crescer até o fim do próximo ano.
Texto foi obtido pelo jornal britânico ‘Financial Times’.
Países também vão renovar compromisso de combater protecionismo.
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Os dirigentes do G20, que se reúnem na próxima quarta-feira (2), em Londres, preveem que a economia global voltará a crescer no final de 2010, segundo o rascunho de um comunicado relacionado à reunião, publicado neste domingo (29) pelo jornal britânico “Financial Times”.
O comunicado de 24 pontos reitera o compromisso dos membros do G20 de evitar o protecionismo, mas foi considerado pouco preciso sobre como será elaborado um pacote de estímulo orçamentário para garantir o retorno da expansão econômica.
O comunicado afirma que uma “crise global exige uma solução global”, segundo o “FT”. “Nós estamos determinados a restaurar o crescimento agora, a resistir o protecionismo e a reformar nossos mercados e instituições para o futuro. Estamos determinados a garantir que essa crise não se repita.”
Medidas
No rascunho, os dirigentes acrescentam que as medidas nacionais de reativação orçamentária adotadas por diversos países do G20 aumentarão a produção mundial de mais de 2 pontos percentuais e criarão mais de 20 milhões de empregos.
Os dirigentes acrescentam que, com medidas de apoio aos sistemas orçamentários e bancários, assim como o crescimento do repasse de recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial poderá crescer até o fim do próximo ano.
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