Retoma adiada para altura incerta
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Retoma adiada para altura incerta
Análise BPI
Retoma adiada para altura incerta
Lara Wemans, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI
20/03/09 08:49
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A instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn está cada vez mais pessimista em relação à economia mundial.
Collapse
ComunidadePartilhe: .O FMI voltou esta semana a lançar um sinal de pessimismo no que toca à evolução das principais economias mundiais, revendo em baixa as estimativas de crescimento para 2009 e 2010 e indicando que até à divulgação do próximo World Economic Outlook (WEO), em Abril, estes números devem voltar a ser revistos em baixa.
Esta instituição equaciona actualmente uma retracção do PIB mundial em 2009 entre -1% e -0.5% o que, ao verificar-se, equivalerá a uma recessão severa já que é significativa a distância face à marca de 3%, média de crescimento no período entre 1980 e a actualidade e habitual delimitador dos períodos de expansão e contracção da actividade a nível global.
Na visão do FMI, as economias do Japão, com queda do produto de 5.8%, e do Reino Unido, com uma contracção de 3.8%, serão especialmente penalizadas pela actual crise, no primeiro caso principalmente em virtude da elevada abertura da economia japonesa ao exterior e, no segundo, sobretudo por via da exposição à crise do sector financeiro britânico.
No entanto, a previsão avançada para a Zona Euro é também bastante negra, apontando para uma contracção do PIB na ordem dos 3.2%. De facto, os indicadores económicos publicados para a Zona Euro apontam para um reforço da contracção da actividade económica face ao já bastante fraco desempenho no 4T08. Destaca-se, a título ilustrativo a rápida contracção da produção industrial em Janeiro na Alemanha (-19.2% em termos homólogos), reflectindo um rápido ajustamento da oferta à quebra da procura o que, por seu turno, espelha a elevada aversão ao risco dos agentes económicos que tenderá a prolongar e acentuar a recessão.
No que toca aos EUA, país onde a crise se revelou mais cedo e também onde a actuação dos governantes tem sido mais ampla, a contracção da economia em 2009 deverá, de acordo com o FMI, ser menos acentuada (2.6%).
Para 2010, o cenário do FMI é também bastante pessimista, perspectivando-se estagnação nas principais economias desenvolvidas, com taxas de crescimento que variam entre -0.2%, no Japão, e 0.2%, nos EUA. Neste contexto, o PIB mundial voltará a ficar abaixo da fasquia dos 3% (entre 1.5% e 2.5%), prevendo-se mais um ano de crescimento da economia mundial abaixo da tendência. Os dados relativamente ao comércio internacional têm mostrado uma forte retracção facto que tenderá a acentuar-se a médio prazo, funcionando como factor disseminador da crise e penalizando principalmente as economias mais abertas.
Recentemente, a Fed voltou a reforçar as medidas de combate à crise, anunciando a extensão do programa de compra de dívida diversa e ainda a compra de títulos da dívida pública de maturidades entre 2 e 10 anos, o que teve um impacto imediato na yield dos treasuries que se aproximaram dos mínimos atingidos em Dezembro. Com estas medidas, a Fed espera reduzir os custos de financiamento da economia, proporcionando uma retoma mais rápida do crescimento. Sendo a retoma da economia norte americana uma peça fundamental para ultrapassar a crise, a actuação da Fed melhora as perspectivas de evolução da economia mundial, no entanto o impacto destas medidas é bastante incerto e é ainda muito prematuro avançar com previsões de retoma da economia mundial na medida em que, os indicadores económicos ainda não mostram sinais de estabilização.
É este o contexto económico internacional ao qual a economia portuguesa estará exposta a médio prazo, o que afasta a possibilidade de uma retoma rápida do crescimento e adia para altura incerta o retorno a níveis de crescimento acima da tendência. Destaca-se, neste âmbito, a ampla dependência/interligação com o exterior, assim como problemas estruturais de difícil resolução principalmente num período de crescimento anémico como aquele que se avizinha, de que se destacam os elevados défices externo e de competitividade do nosso país.
http://economico.sapo.pt/noticias/retom ... _6274.html
Retoma adiada para altura incerta
Lara Wemans, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI
20/03/09 08:49
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A instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn está cada vez mais pessimista em relação à economia mundial.
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ComunidadePartilhe: .O FMI voltou esta semana a lançar um sinal de pessimismo no que toca à evolução das principais economias mundiais, revendo em baixa as estimativas de crescimento para 2009 e 2010 e indicando que até à divulgação do próximo World Economic Outlook (WEO), em Abril, estes números devem voltar a ser revistos em baixa.
Esta instituição equaciona actualmente uma retracção do PIB mundial em 2009 entre -1% e -0.5% o que, ao verificar-se, equivalerá a uma recessão severa já que é significativa a distância face à marca de 3%, média de crescimento no período entre 1980 e a actualidade e habitual delimitador dos períodos de expansão e contracção da actividade a nível global.
Na visão do FMI, as economias do Japão, com queda do produto de 5.8%, e do Reino Unido, com uma contracção de 3.8%, serão especialmente penalizadas pela actual crise, no primeiro caso principalmente em virtude da elevada abertura da economia japonesa ao exterior e, no segundo, sobretudo por via da exposição à crise do sector financeiro britânico.
No entanto, a previsão avançada para a Zona Euro é também bastante negra, apontando para uma contracção do PIB na ordem dos 3.2%. De facto, os indicadores económicos publicados para a Zona Euro apontam para um reforço da contracção da actividade económica face ao já bastante fraco desempenho no 4T08. Destaca-se, a título ilustrativo a rápida contracção da produção industrial em Janeiro na Alemanha (-19.2% em termos homólogos), reflectindo um rápido ajustamento da oferta à quebra da procura o que, por seu turno, espelha a elevada aversão ao risco dos agentes económicos que tenderá a prolongar e acentuar a recessão.
No que toca aos EUA, país onde a crise se revelou mais cedo e também onde a actuação dos governantes tem sido mais ampla, a contracção da economia em 2009 deverá, de acordo com o FMI, ser menos acentuada (2.6%).
Para 2010, o cenário do FMI é também bastante pessimista, perspectivando-se estagnação nas principais economias desenvolvidas, com taxas de crescimento que variam entre -0.2%, no Japão, e 0.2%, nos EUA. Neste contexto, o PIB mundial voltará a ficar abaixo da fasquia dos 3% (entre 1.5% e 2.5%), prevendo-se mais um ano de crescimento da economia mundial abaixo da tendência. Os dados relativamente ao comércio internacional têm mostrado uma forte retracção facto que tenderá a acentuar-se a médio prazo, funcionando como factor disseminador da crise e penalizando principalmente as economias mais abertas.
Recentemente, a Fed voltou a reforçar as medidas de combate à crise, anunciando a extensão do programa de compra de dívida diversa e ainda a compra de títulos da dívida pública de maturidades entre 2 e 10 anos, o que teve um impacto imediato na yield dos treasuries que se aproximaram dos mínimos atingidos em Dezembro. Com estas medidas, a Fed espera reduzir os custos de financiamento da economia, proporcionando uma retoma mais rápida do crescimento. Sendo a retoma da economia norte americana uma peça fundamental para ultrapassar a crise, a actuação da Fed melhora as perspectivas de evolução da economia mundial, no entanto o impacto destas medidas é bastante incerto e é ainda muito prematuro avançar com previsões de retoma da economia mundial na medida em que, os indicadores económicos ainda não mostram sinais de estabilização.
É este o contexto económico internacional ao qual a economia portuguesa estará exposta a médio prazo, o que afasta a possibilidade de uma retoma rápida do crescimento e adia para altura incerta o retorno a níveis de crescimento acima da tendência. Destaca-se, neste âmbito, a ampla dependência/interligação com o exterior, assim como problemas estruturais de difícil resolução principalmente num período de crescimento anémico como aquele que se avizinha, de que se destacam os elevados défices externo e de competitividade do nosso país.
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