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Caldeirão da Bolsa

Portugueses mudam de hábitos devido à crise

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Açor3 » 15/3/2009 9:10

Juntas passam cada vez mais atestados de pobreza


JOÃO BAPTISTA, Santarém
Cinco presidentes de juntas de freguesia, cinco olhares diferentes para a realidade do País vista de perto. No Encontro Nacional de Freguesias, ontem realizado em Santarém, autarcas de diferentes meios deram ao DN testemunhos dos problemas sociais com que se confrontam, devido ao agravamento da crise.

"As juntas são o primeiro balcão que os portugueses procuram quando têm problemas e funcionam como barómetro da situação social do País", disse ao DN o presidente da Associação Nacional de Freguesias - Anafre, Armando Vieira (PSD).

"É preciso que não nos retirem verbas, para podermos ajudar a matar à nascença os problemas sociais, servindo-nos desta mais-valia que é a nossa maior proximidade dos cidadãos", referiu Armando Vieira, também presidente da freguesia de Oliveirinha, no concelho de Aveiro.

"O aumento do desemprego é muito sentido na região de Aveiro e todos os dias chegam pedidos de ajuda para compra de medicamentos, principalmente de idosos. Agora são também os pedidos de ajuda de desempregados para comprar alimentos, pagar a água, a electricidade, o gás e a renda de casa", adiantou.

A presidente da Junta de Rio Maior, Isaura Morais (PSD), afirma ser preciso reunir meios para "uma nova realidade: os chamados novos pobres". Explicou que "há cada vez mais desemprego e mais pedidos de atestados de pobreza de pessoas que têm necessidade de pagar dívidas a prestações, como as contas acumuladas da água ou da electricidade".

"Sabemos haver muitas crianças que fazem na escola a sua única refeição completa do dia", diz a autarca.

Para José Fidalgo (PS), presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, "o mais importante é pensar na forma de sair desta crise. Temos de nos organizar para que o problema das famílias da chamada pobreza envergonhada não atinja dimensões incontroláveis".

Autarca propõe criação de "manual do cidadão" para as pessoas saberem a quem exigir responsabilidades e quais as competências de cada órgão da administração pública. "Para os cidadãos saberem a quem podem chamar sacana", sublinhou.

Carlos Pereira, presidente da junta de Fernão Ferro (CDU), lembrou que "antigamente, as pessoas dirigiam-se ao padre da terra para procurar ajuda. Hoje vão ter com o presidente da junta para resolver os seus problemas. Cada vez vêm mais desempregados pedir-nos alimentos e apoio para pagar rendas de casa".

O presidente da junta de Santana do Mato, no concelho de Coruche, Joaquim Banha (PS) diz que "também no interior se está a sentir a crise, com uma comunidade de duas centenas de brasileiros e ucranianos a ser atingidos pelo desemprego e pela falta de casa". A sua maior preocupação é a legalização destes imigrantes, "para poderem ser integrados e ter acesso aos apoios sociais".|


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Portugueses mudam de hábitos devido à crise

por Açor3 » 14/3/2009 11:39

Em vésperas de se comemorar dia do Consumidor
Portugueses mudam de hábitos devido à crise
2009/03/14 10:06Redacção / SPPAAAA
Ficamos mais em casa, compramos o mais barato e o essencial
Por causa da crise, os hábitos de consumo estão a mudar. Os portugueses ficam mais em casa, compram o mais barato e o essencial, mas para compensar investem mais na alimentação e no bem-estar. E parecem estar a ganhar consciência ambiental.

«A crise trouxe um recolhimento das pessoas ao quadro doméstico. Mas dentro de casa mantêm-se os hábitos e até se investe mais na alimentação», afirmou à Lusa a socióloga Luísa Smith, que fez no ano passado, no Instituto de Ciências Sociais, em Lisboa, um estudo sobre o consumo dos portugueses.

Hábitos de consumo dos portugueses mudaram
O tabaco é como o chocolate, resiste à crise
Consumo de marcas brancas aumenta 12%

As conclusões desse trabalho indicam que a crise económica tem levado os portugueses a melhorar o seu bem-estar em casa, compensando assim a mudança de hábitos imposta pela crise.

«Há melhor alimentação dentro de casa, para as pessoas estarem melhor consigo próprias face à crise», adianta a socióloga, na véspera do Dia Internacional do Consumidor, que se assinala no domingo.

A investigadora defende que a crise actual não é só económica, mas também energética e alimentar. Acredita, por isso, que «depois da crise nada vai voltar a ser como antes», uma vez que o problema das energias fósseis (petróleo) vai persistir mesmo quando o país regressar à bonança e que é inevitável uma mudança radical nos hábitos dos portugueses, que «têm uma vida dependente do carro e das importações».

Em Inglaterra discute-se mesmo o regresso ao consumo dos produtos locais: «O Governo britânico tem financiado alguns projectos nesse sentido», contou a socióloga Monica Trunninger, que fez parte de um grupo de trabalho constituído para um desses projectos, através de uma universidade do País de Gales, onde trabalhou até há poucos meses.

As conclusões não são, no entanto, absolutas. O proteccionismo pode ser amigo ou inimigo do ambiente, consoante o tipo de bem de consumo em causa.

«Gasta-se mais energia a produzir alfaces numa estufa em Inglaterra do que a importá-las. Há situações em que o proteccionismo não faz sentido, mas noutros casos faz. É isso que o Governo está a tentar perceber, assim como a sensibilidade dos consumidores a esta questão», explicou.

Em Portugal, ao contrário do que se poderia pensar em tempos de crise, os produtos biológicos estão em franco crescimento: «Acho que há uma maior consciência ambiental. No ano passado a Raízes cresceu 70 por cento e este ano, no primeiro trimestre, aumentou as vendas em 100 por cento», disse Pedro Rocha, dono da empresa Raízes, que comercializa produtos biológicos na região norte.

Também na Miosótis, uma das três lojas de produtos bio na cidade de Lisboa, a crise faz-se sentir mas as vendas não param de aumentar.

«O consumo por pessoa baixou um pouco com a crise, mas há cada vez mais pessoas a comprar na loja», contou Ângelo Rocha, um dos sócios da Miosótis, explicando que os seus clientes são principalmente mães que procuram legumes sem químicos para as primeiras sopas dos bebés e pessoas preocupadas com a sua saúde e o ambiente.

Lusa
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