Investir em dívida e fazer moeda
1 Mensagem
|Página 1 de 1
Investir em dívida e fazer moeda
Helena Garrido
Investir em dívida e fazer moeda
Helenagarrido@negocios.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Sair ou reduzir os investimentos em acções e entrar ou aumentar as aplicações em títulos de dívida dos Estados ou de empresas quase sem risco de falência é a regra habitual quando o tempo financeiro é tempestuoso.
Sair ou reduzir os investimentos em acções e entrar ou aumentar as aplicações em títulos de dívida dos Estados ou de empresas quase sem risco de falência é a regra habitual quando o tempo financeiro é tempestuoso.
Quando os bancos centrais anunciam que vão pôr a funcionar a sua "máquina" de fazer dinheiro, como fez o Banco de Inglaterra na semana passada e o admitiu o Banco Central Europeu, o investimento em obrigações ainda é mais atractivo.
Quando se reforçam muito essas aplicações tem de ser sempre numa perspectiva de curto prazo e com especial atenção ao evoluir da conjuntura. Quando a tempestade começa a dar sinais de dar lugar à bonança, a tendência é a saída para as acções, com potenciais perdas nos títulos de dívida.
Quinta-feira passada, dia 5 de Março, o Banco de Inglaterra anunciou que iria começar a aumentar a quantidade de dinheiro na economia através da compra de títulos de dívida pública e de empresas já a partir de quarta-feira. Está a usar a ferramenta que lhe resta para impedir um processo deflacionista quando já tem as taxas de juro de referência em meio por cento. No mesmo dia, em que baixou também as taxas de juro, mas de 2% para 1,5%, o Banco Central Europeu afirmou que está aberto a usar todos os instrumentos.
O efeito nos mercados de dívida pública foi o esperado. Se os bancos centrais vão comprar títulos de dívida, então deixa-me avançar já e comprar. Os títulos de dívida a taxa fixa emitidos pelo tesouro britânico subiram e a taxa de rendibilidade caiu 28 pontos base, para 3,07%. A mesma tendência foi observada na Europa do euro, com especial relevo para os títulos de dívida da Alemanha.
Até há bem pouco tempo a possibilidade de os países europeus usarem a a "ferramenta" da produção de dinheiro era muito remota. Os norte-americanos começaram a fazê-lo há algum tempo e de forma muito mais heterodoxa, com a Reserva Federal a funcionar quase como um banco comercial.
Neste momento, o Reino Unido pode ser apenas o primeiro a avançar com a criação de moeda através da compra de títulos. O banco central do Canadá já disse que fará o mesmo e, como o BCE, os bancos centrais da Suíça e do Japão admitiram que poderão usar também esse instrumento.
Da semana passada para esta mudam-se as perspectivas em matéria de promessas de rendibilidade dos investimentos e até de financiamento das empresas. Até quinta-feira passada, o debate podia ser o excesso de oferta de emissões de títulos de dívida, causado pelos mega-programas de estímulo à economia e de ajuda à banca que praticamente todos os estados do Ocidente estão a lançar. Neste momento esse excesso já é menos excedentário.
Entrou como comprador o mais poderoso de todos os compradores, aquele que "faz" o dinheiro. Aumentou a procura o que reduz igualmente a probabilidade de estarmos, no curto prazo, perante os riscos associados às bolhas obrigacionistas.
Mas atenção. A vantagem é transitória e transporta consigo perigos. A máquina de imprimir dinheiro quando é muito usada produz uma elevadíssima inflação. E como o nevoeiro no caminho que seguem as economias continua muito cerrado, a qualquer momento tudo pode mudar.
JN
Investir em dívida e fazer moeda
Helenagarrido@negocios.pt
--------------------------------------------------------------------------------
Sair ou reduzir os investimentos em acções e entrar ou aumentar as aplicações em títulos de dívida dos Estados ou de empresas quase sem risco de falência é a regra habitual quando o tempo financeiro é tempestuoso.
Sair ou reduzir os investimentos em acções e entrar ou aumentar as aplicações em títulos de dívida dos Estados ou de empresas quase sem risco de falência é a regra habitual quando o tempo financeiro é tempestuoso.
Quando os bancos centrais anunciam que vão pôr a funcionar a sua "máquina" de fazer dinheiro, como fez o Banco de Inglaterra na semana passada e o admitiu o Banco Central Europeu, o investimento em obrigações ainda é mais atractivo.
Quando se reforçam muito essas aplicações tem de ser sempre numa perspectiva de curto prazo e com especial atenção ao evoluir da conjuntura. Quando a tempestade começa a dar sinais de dar lugar à bonança, a tendência é a saída para as acções, com potenciais perdas nos títulos de dívida.
Quinta-feira passada, dia 5 de Março, o Banco de Inglaterra anunciou que iria começar a aumentar a quantidade de dinheiro na economia através da compra de títulos de dívida pública e de empresas já a partir de quarta-feira. Está a usar a ferramenta que lhe resta para impedir um processo deflacionista quando já tem as taxas de juro de referência em meio por cento. No mesmo dia, em que baixou também as taxas de juro, mas de 2% para 1,5%, o Banco Central Europeu afirmou que está aberto a usar todos os instrumentos.
O efeito nos mercados de dívida pública foi o esperado. Se os bancos centrais vão comprar títulos de dívida, então deixa-me avançar já e comprar. Os títulos de dívida a taxa fixa emitidos pelo tesouro britânico subiram e a taxa de rendibilidade caiu 28 pontos base, para 3,07%. A mesma tendência foi observada na Europa do euro, com especial relevo para os títulos de dívida da Alemanha.
Até há bem pouco tempo a possibilidade de os países europeus usarem a a "ferramenta" da produção de dinheiro era muito remota. Os norte-americanos começaram a fazê-lo há algum tempo e de forma muito mais heterodoxa, com a Reserva Federal a funcionar quase como um banco comercial.
Neste momento, o Reino Unido pode ser apenas o primeiro a avançar com a criação de moeda através da compra de títulos. O banco central do Canadá já disse que fará o mesmo e, como o BCE, os bancos centrais da Suíça e do Japão admitiram que poderão usar também esse instrumento.
Da semana passada para esta mudam-se as perspectivas em matéria de promessas de rendibilidade dos investimentos e até de financiamento das empresas. Até quinta-feira passada, o debate podia ser o excesso de oferta de emissões de títulos de dívida, causado pelos mega-programas de estímulo à economia e de ajuda à banca que praticamente todos os estados do Ocidente estão a lançar. Neste momento esse excesso já é menos excedentário.
Entrou como comprador o mais poderoso de todos os compradores, aquele que "faz" o dinheiro. Aumentou a procura o que reduz igualmente a probabilidade de estarmos, no curto prazo, perante os riscos associados às bolhas obrigacionistas.
Mas atenção. A vantagem é transitória e transporta consigo perigos. A máquina de imprimir dinheiro quando é muito usada produz uma elevadíssima inflação. E como o nevoeiro no caminho que seguem as economias continua muito cerrado, a qualquer momento tudo pode mudar.
JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
1 Mensagem
|Página 1 de 1
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: aaugustobb_69, AlfaTrader, Bing [Bot], darkreflection, Esquinas3, Ferreiratrade, Google [Bot], Investor Tuga, Karra, m-m, malakas, Shimazaki_2 e 137 visitantes