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MensagemEnviado: 9/3/2009 16:12
por djovarius
Despejar dinheiro sobre a economia vai funcionar?

Não, não e não !!!!

Imaginem que o mundo é a praceta velha de uma cidade pequena (ela aqui representa a Economia mundial)
Aí, há um tipo que assa frangos bons, outro tem uma tasca, outro vende roupas e trapos baratos, outro arrenda um imóvel que tem a mais, um está desempregado e por aí fora...

Neste nosso pequeno universo, só existem 1000 euros em circulação. Eu só tenho 50 euros desse total, mas consigo comprar o frango assado e as outras coisas até um certo limite.
Esse amigo ganha mais do que eu, e consegue poupar, podendo emprestar ao rapaz da loja que vai fazer umas obras. Todos pagamos impostos o que tira o desempregado da miséria.

Este mundo não seria o ideal, mas não era mau de todo.
De repente, que felicidade.... o Estado decide despejar dinheiro na nossa Economia.

Em vez de mil, há agora dois mil euros em circulação, estamos todos ricos, pensámos no momento!!

Mas, algo inesperado se passou: como a produção de bens e serviços, bem como a sua procura, não alterou em nada, temos agora o dobro do dinheiro para os mesmos produtos e serviços.

Não demorou muito até que eu tivesse o dobro das notas, mas tudo o que havia na Praçeta custasse o dobro também.

Moral da história: perguntem a alguém que ganhava o salário mínimo em 1975 o que conseguia comprar nessa época e procurem depois questionar outro que ganha o salário mínimo agora.
Talvez tenham uma surpresa :(

Abraço

djovarius

Re: Re

MensagemEnviado: 9/3/2009 15:47
por Branc0
Cem pt Escreveu:Tem de funcionar, esgotada a arma do capital dos Estados credíveis sem resultados seria a desordem generalizada e o regresso à idade das trevas, do domínio dos gangs e da lei do mais forte, cada um por si!


Ou então não...

Re

MensagemEnviado: 9/3/2009 15:41
por Cem pt
A questão é:
- Despejar dinheiro sobre a Economia vai funcionar?
A resposta é:
- Tem de funcionar, esgotada a arma do capital dos Estados credíveis sem resultados seria a desordem generalizada e o regresso à idade das trevas, do domínio dos gangs e da lei do mais forte, cada um por si!

Cem

MensagemEnviado: 9/3/2009 15:11
por Açor3
Despejar dinheiro sobre a economia vai funcionar?


09/03/2009


A Reserva Federal americana já o está a fazer há meses. O Banco de Inglaterra irá começar depois de amanhã. No Canadá, o banco central introduziu o tema na semana passada e dará pormenores para o mês que vem. E até Trichet, que tem estado relutante em caminhar nesse sentido, assumiu na quinta-feira que não exclui essa possibilidade.

Qual? "Imprimir" quantidades enormes de dinheiro novo e injectá-lo na economia através da compra de obrigações de governos e empresas, quer através do sistema bancário, quer de compras directas. Mas será que vai funcionar? E a que custo?

Estas são respostas para as quais não há resposta segura. Trata-se de armas não convencionais que raramente foram usadas. Em mais de 300 anos de história, o Banco de Inglaterra nunca o tentou. O BCE e o Banco do Canadá também não. A Reserva Federal já o fez, com resultados positivos, mas foi há quase 80 anos, durante o combate à grande depressão. E sobre o Japão ainda hoje os economistas discutem por que é que a injecção de dinheiro teve fracos resultados no início desta década.

Mas, então, por que é os maiores banqueiros estão a planear entrar nesta aventura? A razão principal é simples: não lhes resta mais nada. A taxa de juro central aproxima-se ou já chegou a zero, o que significa que os banqueiros deixaram de contar com a sua arma mais poderosa - aquela que, pensavam, lhes dava o poder para conduzir o ciclo económico contra ventos e marés.

Mas há uma outra razão para o arrojo dos banqueiros: com as suas economias a afundarem a um ritmo vertiginoso, não querem ser acusados de passividade. E se há boas intenções nestas decisões, elas não vêm sem riscos.

A maioria dos economistas defende que os bancos usem este tipo de instrumentos, mas diferem na confiança sobre a sua eficácia. Há alguns, como Frederic Mishkin, ex-braço direito de Ben Bernanke, que acreditam, em absoluto, no poder monetário. Com mais dinheiro na economia a custo baixo gera-se in flação e propensão ao gasto, defendem. Há outros, como Paul Krugman, para quem se trata de medidas de pouco impacto nas actuais circunstâncias - com taxas de juro zero e riscos de deflação, por mais dinheiro que haja na economia, ninguém empresta, ninguém investe, optando todos por ficar "sentados em cima do dinheiro".

Os riscos que os bancos assumem

Um dos principais receios associado à utilização deste instrumento está na criação de inflação futura. Com doses enormes de dinheiro no mercado, teme-se que quando a actividade económica começar a recuperar se venha a gerar uma onda de hiperinflação.

Outro aviso vai para o impacto nas contas públicas: ao comprarem títulos de dívida pública, os banqueiros centrais baixam os juros que os governos têm de pagar, incentivando-os a endividarem-se ainda mais.

Tal pode significar a prazo que, quando os juros voltarem a subir, alguns Estados venham a ter dificuldades em cumprir com o serviço das suas dívidas. Finalmente, os próprios banqueiros correm riscos: ao comprarem activos de empresas para os seus balanços, estão eles próprios a tomar risco destas empresas. O que os poderá deixar em situação difícil se estas foram à falência.




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Banco BPI

Despejar dinheiro sobre a economia vai funcionar?

MensagemEnviado: 9/3/2009 8:38
por Açor3
Crise
Despejar dinheiro sobre a economia vai funcionar?
A Reserva Federal americana já o está a fazer há meses. O Banco de Inglaterra irá começar depois de amanhã. No Canadá, o banco central introduziu o tema na semana passada e dará pormenores para o mês que vem. E até Trichet, que tem estado relutante em caminhar nesse sentido, assumiu na quinta-feira que não exclui essa possibilidade.

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


A Reserva Federal americana já o está a fazer há meses. O Banco de Inglaterra irá começar depois de amanhã. No Canadá, o banco central introduziu o tema na semana passada e dará pormenores para o mês que vem. E até Trichet, que tem estado relutante em caminhar nesse sentido, assumiu na quinta-feira que não exclui essa possibilidade.

Qual? "Imprimir" quantidades enormes de dinheiro novo e injectá-lo na economia através da compra de obrigações de governos e empresas, quer através do sistema bancário, quer de comprar directas. Mas será que vai funcionar? E a que custo?

Estas são respostas para as quais não há resposta segura. Trata-se de armas não convencionais que raramente foram usadas. Em mais de 300 anos de história, o Banco de Inglaterra nunca o tentou. O BCE e o Banco de Canadá também não. A Reserva Federal já o fez, com resultados positivos, mas foi há quase 80 anos durante o combate à grande depressão. E sobre o Japão ainda hoje os economistas discutem porque é que a injecção de dinheiro teve fracos resultados no início desta década.

Mas, então, porque é os maiores banqueiros estão a planear entrar nesta aventura? A razão principal é simples: não lhes resta mais nada. A taxa de juro central aproxima-se ou já chegou a zero, o que significa que os banqueiros deixaram de contar com a sua arma mais poderosa - aquela que, pensavam, lhes dava o poder para conduzir o ciclo económico contra ventos e marés.


JN