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Caldeirão da Bolsa

Como planear negócios

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Como planear negócios

por Açor3 » 7/3/2009 12:42

O segredo é reunir o máximo de informação
Como planear negócios
Os planos de negócios não são instrumentos infalíveis, mas os especialistas dizem que não conhecem ferramenta mais adequada de as empresas trabalharem a prazo, traçarem os objectivos e terem um rumo. O segredo está em reunir o máximo de informação possível para sustentar os números e tentar evitar os erros mais comuns. Saber avaliar o mercado é fundamental

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Jornal de Negócios Online
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Michel Amorim detectou uma oportunidade de negócio em 2005. Tinha já uma empresa na área das telecomunicações e percebeu que muitos clientes se debatiam com a falta de cadastros de equipamentos que pudessem depois ser transpostos para os mapas dos Sistemas de Informação Geográfica. Nasceu a BySat com o rótulo de primeira empresa a prestar um serviço de cadastro de equipamentos a nível nacional em Portugal.

Uma ideia de negócio que passou para o papel e cujo plano de negócios, construído com a ajuda de especialistas, mereceu a aposta da API Capital, agora Aicep Capital Global, que detém uma participação de 48,89% na BySat. Mas o percurso da empresa não correu como o planeado.

"Cheguei cedo demais. É complicado saber a altura certa para começar o negócio", admite Michel Amorim. O mentor da empresa reconhece agora que cometeu dois erros no seu plano de negócios. Criou uma empresa apenas com uma actividade e fez uma análise errada do mercado. Havia de facto a necessidade da informação que a BySat recolhia, mas muitos dos potenciais clientes não tinham um sistema de informação geográfica para fazer a transposição da informação que era recolhida pela BySat.

Os planos de negócio são reconhecidos como instrumentos fundamentais de gestão de uma empresa. Mas não são infalíveis. João Patrício dos Santos, responsável pela área de Corporate Finance da Gesventure, tem como função ajudar as empresas já implantadas no mercado a traçarem planos de negócios e sabe que há sempre desvios. "A única certeza que temos é que o futuro não vai ser aquele, mas também não conheço nenhuma forma mais eficaz de trabalhar a prazo, de criar e quantificar planos estratégicos", admite.

Uma empresa que está a crescer e quer investir, mais tarde ou mais cedo vai precisar de fundos. O plano de negócios acaba por ser o instrumento de gestão que vai permitir orientar o crescimento da organização, assegura João Patrício dos Santos. Mesmo com todos os riscos que corre. Por isso, há que tentar minimizar esses riscos, investindo numa boa fundamentação dos números. Eurico Paes confirma. Sócio-fundador da Smart Advertising é formado em Gestão, aprendeu a fazer planos de negócios logo nos bancos da Faculdade e sabe pela experiência de quem já lançou negócios que "o mais difícil é arranjar o máximo de informação que sustente os números." Diz, por isso, que é importante reunir o máximo de informação possível sobretudo quando se quer lançar um projecto novo. Foi o que fez, juntamente com o sócio Manuel Pinheiro, quando arrancou com a Smart Advertising em 2005, empresa que faz dos carros Smart os veículos de publicidade das empresas.





Manuel Pinheiro (à dta) descobriu um Smart pintado no Canadá e convenceu Eurico Paes que era uma boa ideia aplicarem o conceito em Portugal. Para fazerem o plano de negócio recorreram a ajuda especializada. Aconselham
a arredondar os custos por cima e os proveitos para baixo.
Mais habituado a trabalhar planos de negócios numa fase inicial dos projectos, Sérgio Póvoas, responsável pela angariação de capital da Gesventure aponta como erro muito comum o facto de muitas vezes os empreendedores não conhecerem o mercado. Mas há até quem tenha falhas mais básicas quando quer lançar um negócio. Por exemplo, não pensar como vai fazer dinheiro com a ideia de negócio. "Cerca de 90% dos projectos que nos aparecem não têm o mais básico. Não têm o conceito escrito, não definiram o mercado-alvo, evidenciam confusão ao nível da estratégia de desenvolvimento e não apontam as vantagens competitivas." Não saber quem são os concorrentes é outra das falhas comuns.

Notando uma melhoria da qualidade dos planos de negócios nos últimos anos, María Gil Marín, administradora da Novabase, grupo do qual faz parte a Novabase Capital - uma empresa de capital de risco -, salienta que "quase invariavelmente falta informação mais detalhada sobre o mercado, nomeadamente ao nível de informação da concorrência, ofertas substitutas, ameaças e oportunidades" nos planos de negócio que lhe chegam às mãos.

Começando sempre por olhar um projecto através de um plano de negócio, a Novabase Capital aponta como requisitos que mais importantes, os planos sucintos, bem estruturados e com uma visão integrada do enquadramento competitivo, das oportunidades de negócio e daquilo que diferencia o projecto. Isso sem esquecer um ponto fundamental: estimativas financeiras sólidas.

Demonstrar a rentabilidade de um projecto é a parte mais técnica. Uma tarefa que implica dominar conceitos e cálculos financeiros, mais complicada sobretudo para pequenas estruturas que não contam com a colaboração de pessoas com experiência na área da Gestão. Mas internamente ou recorrendo a ajuda externa só com o 'M' de Money se completa o círculo dos pontos essenciais de um plano de negócio apontados pelos especialistas: Market, Management, Money e Magic…

JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
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