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Há 12 cotadas com acções como penhor
Ontem
LUCÍLIA TIAGO
Desde que assumiu a presidência da CGD, Faria de Oliveira não aceitou mais operações de financiamento com acções dadas como garantia, mas admitiu que haverá cerca de 12 cotadas no índice bolsista PSI-20 nessa situação.
"Uma dúzia de empresa do PSI-20 está contemplada por este tipo de operações", referiu o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Faria de Oliveira, durante a audição parlamentar, anteontem à noite, para explicar os contornos do negócio que permitiu a reestruturação da dívida de Manuel Fino para com a CGD, e que implicou a compra, pelo banco estatal, de 9,98% da Cimpor com um "prémio" de 62 milhões de euros.
Aquele tipo de operações - em que as acções compradas com crédito servem de garantia para esse mesmo empréstimo, isto é, as acções são dadas como garantia nos empréstimos concedidos para a sua compra - terão começado a ser feitas em 2003, tendo--se intensificado em 2005. Actualmente, precisou, e devido à quebra e volatilidade dos mercados, não estão a ser feitas. Ressalvou, no entanto, que em nenhuma se verifica incumprimento dos contratos.
Numa audição em que esteve sempre presente a crítica do PCP, PP e BE, pelo facto de a CGD apoiar este tipo de financiamentos - que classificaram de especultativos -, Faria de Oliveira acrescentou alguns pormenores ao negócio com a Investifino, salientando que, não tendo este sido vantajoso, foi, pelo menos, o melhor que a CGD poderia ter feito.
Salientou que até à sua concretização - a 16 de Fevereiro - se registou um longo e difícil período de negociações, que começou em Setembro, e esclareceu que, se a Caixa tivesse optado por executar a garantia, isso teria implicado uma perda mais elevada, pois o penhor obriga à venda imediata das acções.
Ao mesmo tempo, revelou que a Investifino só poderá exercer a opção de compra (no final dos três anos acordados) se antes tiver pago a totalidade do empréstimo, e que ascenderá a cerca de 200 milhões de euros - número calculado pelo deputado Francisco Louçã, do BE, e não contrariado por Faria de Oliveira.
No final da audição parlamentar, o presidente da CGD adiantou que o banco estatal tem três anos para recuperar desta operação e desmistificou a ideia de que o preço (de 4,75 euros por acção) tenha sido uma imposição de Manuel Fino.
"Para uma negociação ninguém parte com imposições", referiu, acrescentando que espera que os mercados comecem a recuperar a partir de meados deste ano, pois acredita que, neste momento, já "baterem" no fundo.
Há 12 cotadas com acções como penhor
Ontem
LUCÍLIA TIAGO
Desde que assumiu a presidência da CGD, Faria de Oliveira não aceitou mais operações de financiamento com acções dadas como garantia, mas admitiu que haverá cerca de 12 cotadas no índice bolsista PSI-20 nessa situação.
"Uma dúzia de empresa do PSI-20 está contemplada por este tipo de operações", referiu o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Faria de Oliveira, durante a audição parlamentar, anteontem à noite, para explicar os contornos do negócio que permitiu a reestruturação da dívida de Manuel Fino para com a CGD, e que implicou a compra, pelo banco estatal, de 9,98% da Cimpor com um "prémio" de 62 milhões de euros.
Aquele tipo de operações - em que as acções compradas com crédito servem de garantia para esse mesmo empréstimo, isto é, as acções são dadas como garantia nos empréstimos concedidos para a sua compra - terão começado a ser feitas em 2003, tendo--se intensificado em 2005. Actualmente, precisou, e devido à quebra e volatilidade dos mercados, não estão a ser feitas. Ressalvou, no entanto, que em nenhuma se verifica incumprimento dos contratos.
Numa audição em que esteve sempre presente a crítica do PCP, PP e BE, pelo facto de a CGD apoiar este tipo de financiamentos - que classificaram de especultativos -, Faria de Oliveira acrescentou alguns pormenores ao negócio com a Investifino, salientando que, não tendo este sido vantajoso, foi, pelo menos, o melhor que a CGD poderia ter feito.
Salientou que até à sua concretização - a 16 de Fevereiro - se registou um longo e difícil período de negociações, que começou em Setembro, e esclareceu que, se a Caixa tivesse optado por executar a garantia, isso teria implicado uma perda mais elevada, pois o penhor obriga à venda imediata das acções.
Ao mesmo tempo, revelou que a Investifino só poderá exercer a opção de compra (no final dos três anos acordados) se antes tiver pago a totalidade do empréstimo, e que ascenderá a cerca de 200 milhões de euros - número calculado pelo deputado Francisco Louçã, do BE, e não contrariado por Faria de Oliveira.
No final da audição parlamentar, o presidente da CGD adiantou que o banco estatal tem três anos para recuperar desta operação e desmistificou a ideia de que o preço (de 4,75 euros por acção) tenha sido uma imposição de Manuel Fino.
"Para uma negociação ninguém parte com imposições", referiu, acrescentando que espera que os mercados comecem a recuperar a partir de meados deste ano, pois acredita que, neste momento, já "baterem" no fundo.