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Energias renováveis
Um investimento com resultados tardios
Patrícia Abreu
pabreu@negocios.pt
A crise criou boas oportunidades no mercado das energias limpas. Mas a falta de definição na regulação a longo prazo aumenta o risco do investimento.
O tema das energias renováveis tem vindo a ganhar popularidade ao longo dos últimos anos. Com a crise financeira, o investimento nestas empresas de energias limpas estagnou. Mas a eleição de Barack Obama para presidente dos EUA, trouxe de novo o tema para a agenda. Defensor assumido do desenvolvimento de energias alternativas, o novo inquilino da Casa Branca veio despertar o interesse nestes títulos.
Com a certeza de que o petróleo é finito e é necessário encontrar alternativas energéticas, muitos investidores apostaram nas chamadas energias limpas, sobretudo antes do começo da crise, o que levou a uma forte valorização destes títulos. "Podemos dizer que os projectos estavam caros em relação ao nível de risco", realça João Chaves, gestor de investimentos alternativos da Banif Gestão de Activos.
Ainda assim, o responsável considera que a crise mundial originou boas oportunidades de investimento. Desde Dezembro de 2007, os títulos do sector caíram 50%, depois de subirem 60% naquele ano.
"A crise, que afectou de forma muito significativa algumas empresas deste sector, como por exemplo a Babcock & Brown, levou a que esta empresa vendesse parte dos seus activos para poderem restabelecer o seu equilíbrio financeiro", explicou João Chaves. O gestor adiantou, ainda, que esta venda de activos associada à escassez de capital, "proporcionou o surgimento de novas oportunidades de negócio e a 'destruição' de muitos projectos que se encontravam em fase de desenvolvimento".
Ainda assim, há riscos a ter em conta e este é um investimento que exige muita paciência. Os resultados tardam a chegar e exigem elevados montantes de investimento. Incapazes de substituir o petróleo, pelo menos por agora, as energias renováveis ainda necessitam de dar provas.
A questão da regulamentação continua a ser o "calcanhar de Aquiles" do investimento, uma vez que permanece a incerteza a longo prazo. Na perspectiva de João Chavez, "o sector ainda está muito dependente dos incentivos promovidos pelos diferentes Estados e, sem uma forte e estável regulamentação a longo prazo, dificilmente os 'players' irão investir e desenvolver as energias verdes".
A eleição de Barack Obama promete dar um empurrão no desenvolvimento das energias limpas. Empenhado em diminuir a dependência dos combustíveis fósseis, o presidente dos EUA anunciou um plano para investir 150 mil milhões de dólares neste sector, nos próximos dez anos. Além disso, fixou como objectivo duplicar a produção de energia limpa nos próximos três anos.
"A nova administração Obama já veio a público comunicar que pretende desenvolver este sector para que o país possa manter a sua competitividade e reduzir a dependência do petróleo. Aguarda-se pelo pacote de incentivos que permitirá impulsionar os investimentos nesta área", salientou o gestor do Banif Gestão de Activos.
Os apoios às energias renováveis anunciados pelo novo presidente dos Estados Unidos prometem avançar rapidamente e deverão ser um forte catalizador das empresas cujo negócio incide neste tipo de energias, nomeadamente a energia eólica. Isto porque os resultados neste tipo de energia tendem a surgir mais cedo e com menores custos do que noutros tipos de energia, como é o caso da solar.
Energias renováveis
Um investimento com resultados tardios
Patrícia Abreu
pabreu@negocios.pt
A crise criou boas oportunidades no mercado das energias limpas. Mas a falta de definição na regulação a longo prazo aumenta o risco do investimento.
O tema das energias renováveis tem vindo a ganhar popularidade ao longo dos últimos anos. Com a crise financeira, o investimento nestas empresas de energias limpas estagnou. Mas a eleição de Barack Obama para presidente dos EUA, trouxe de novo o tema para a agenda. Defensor assumido do desenvolvimento de energias alternativas, o novo inquilino da Casa Branca veio despertar o interesse nestes títulos.
Com a certeza de que o petróleo é finito e é necessário encontrar alternativas energéticas, muitos investidores apostaram nas chamadas energias limpas, sobretudo antes do começo da crise, o que levou a uma forte valorização destes títulos. "Podemos dizer que os projectos estavam caros em relação ao nível de risco", realça João Chaves, gestor de investimentos alternativos da Banif Gestão de Activos.
Ainda assim, o responsável considera que a crise mundial originou boas oportunidades de investimento. Desde Dezembro de 2007, os títulos do sector caíram 50%, depois de subirem 60% naquele ano.
"A crise, que afectou de forma muito significativa algumas empresas deste sector, como por exemplo a Babcock & Brown, levou a que esta empresa vendesse parte dos seus activos para poderem restabelecer o seu equilíbrio financeiro", explicou João Chaves. O gestor adiantou, ainda, que esta venda de activos associada à escassez de capital, "proporcionou o surgimento de novas oportunidades de negócio e a 'destruição' de muitos projectos que se encontravam em fase de desenvolvimento".
Ainda assim, há riscos a ter em conta e este é um investimento que exige muita paciência. Os resultados tardam a chegar e exigem elevados montantes de investimento. Incapazes de substituir o petróleo, pelo menos por agora, as energias renováveis ainda necessitam de dar provas.
A questão da regulamentação continua a ser o "calcanhar de Aquiles" do investimento, uma vez que permanece a incerteza a longo prazo. Na perspectiva de João Chavez, "o sector ainda está muito dependente dos incentivos promovidos pelos diferentes Estados e, sem uma forte e estável regulamentação a longo prazo, dificilmente os 'players' irão investir e desenvolver as energias verdes".
A eleição de Barack Obama promete dar um empurrão no desenvolvimento das energias limpas. Empenhado em diminuir a dependência dos combustíveis fósseis, o presidente dos EUA anunciou um plano para investir 150 mil milhões de dólares neste sector, nos próximos dez anos. Além disso, fixou como objectivo duplicar a produção de energia limpa nos próximos três anos.
"A nova administração Obama já veio a público comunicar que pretende desenvolver este sector para que o país possa manter a sua competitividade e reduzir a dependência do petróleo. Aguarda-se pelo pacote de incentivos que permitirá impulsionar os investimentos nesta área", salientou o gestor do Banif Gestão de Activos.
Os apoios às energias renováveis anunciados pelo novo presidente dos Estados Unidos prometem avançar rapidamente e deverão ser um forte catalizador das empresas cujo negócio incide neste tipo de energias, nomeadamente a energia eólica. Isto porque os resultados neste tipo de energia tendem a surgir mais cedo e com menores custos do que noutros tipos de energia, como é o caso da solar.