Não declarar trabalho doméstico vai deixar de ser crime

[Panizzi]

Não é um risco ... é mesmo suicidio.

[Açor3]

Recessão económica, elevados défices externos e alta instabilidade cambial espelham a vulnerabilidade crescente dos países do Leste europeu.

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Jornal de Negócios
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Os sinais de alarme soam por todos os lados em relação aos países do Leste europeu. Depois do Fundo Monetário Internacional, foi agora a vez de a agência de classificação de risco Moody's vir alertar para a vulnerabilidade crescente destas economias emergentes da Europa.

Além da ameaça de colapso dos sistemas financeiros, a região enfrenta uma deterioração do ambiente macroeconómico. Os efeitos já se fazem sentir nos mercados de acções e cambial, sendo, assim, cada vez mais alto o risco para quem investir nestes mercados.

Tidas como a nova face do potencial de crescimento dos mercados emergentes, as economias da Europa de Leste sofreram um revés quando a crise financeira mundial se instalou na economia real. E tornou aquele que era apontado como um dos pontos mais fortes desta região - o crescimento económico - numa das suas maiores fragilidades.

O ritmo da generalidade das economias de Leste recuou de forma muito significativa. Em alguns casos, como o da Hungria, já se teme que a recessão dê depressa lugar a uma depressão. A falta de liquidez do sistema financeiro mundial fez disparar os receios sobre a capacidade de os países desta região conseguirem financiar os seus elevados défices externos. Ao mesmo tempo, também as exportações estão sob ameaça. Com os seus principais parceiros em plena recessão económica (Zona Euro, Reino Unido e Estados Unidos), crescem as preocupação em relação à "saúde" destas economias dependentes das exportações.


Riscos
Forte abrandamento económico;
Quebra nas exportações;
Défices externos altos;
Inflação elevada;
Volatilidade cambial;
Risco político.

Oportunidades
Potencial elevado de expansão económica a longo prazo;
Mercados de capitais
em desenvolvimento;
Vai beneficiar da recuperação
dos países desenvolvidos.


Os factores de preocupação são relevantes ao ponto de a Moody's ter emitido, na última semana , um alerta para o risco crescente de os bancos da Europa Ocidental, incluindo o BCP, estarem expostos a estas economias.

Além de expor as fragilidades da região, a missiva da agência norte- -americana provocou ainda uma autêntica derrocada dos mercados accionistas destes países e das suas respectivas moedas. Exemplo disso foram as bolsas das capitais checa e polaca, que negociaram nos níveis mais baixos dos últimos cinco anos. Outros mercados de menor dimensão (Bucareste, Zagreb ou Budapeste) atingiram mesmo mínimos da última década.

Também o mercado cambial deixou-se dominar pelo pânico. A divisa da Polónia, o zloty, fixou o valor mais baixos em cinco anos, enquanto a coroa checa bateu mínimos de três anos.

A região tem na Rússia uma excepção, pelo menos nestes primeiros dois meses de 2009. Depois de um ano fortemente tumultuoso, marcado por receios de colapso eminente do sistema financeiro, que até levaram ao encerramento do mercado accionista durante alguns dias, a bolsa de Moscovo é a única positiva, na região, em 2009. Ainda assim, o risco é alto. O país enfrenta um défice de liquidez, inflação elevada e uma política monetária muito pouco flexível, além do "travão" na economia.

É este cenário nebuloso que faz da região do Leste europeu um destino perigoso para o seu dinheiro. É certo que o risco sempre esteve lá, contudo, nunca como agora. A crise actual revelou, da pior maneira, que esta será sempre uma aposta de longo prazo e, somente, para investidores que tenham disponibilidade financeira para perderem dinheiro no curto prazo.


Perdas dos fundos da região superam 70%
Os alto risco de apostar nos mercados do Leste europeu está espelhado nas acentuadas perdas dos fundos que investem na região. O que demonstra bem que este é um destino só para quem pode perder dinheiro no curto prazo, em prol de objectivos de retorno num futuro distante.

JN