
"Primeiro defendo os trabalhadores da casa"
CARLA AGUIAR
Imigração. O apelo de Alberto João Jardim aos empresários madeirenses para darem prioridade a trabalhadores regionais e a redução da quota para imigrantes desencadearam uma onde de protestos. Para uns é xenofobia, para outros demagogia, pois a quota aumenta o trabalho ilegal, dizem sindicatos
Madeira só permite 20 trabalhadores estrangeiros
Sindicatos madeirenses da hotelaria e da construção e organizações de imigrantes criticam duramente a redução da quota para trabalhadores imigrantes extracomunitários de 130 (nos dois últimos anos) para apenas 20 durante este ano, definida pelo Governo Regional da Madeira.
A criação de quotas é permitida por lei. Mas para uns é sinal de "xenofobia", enquanto para outros significará um aumento do trabalho ilegal, numa região onde estão registados 7222 estrangeiros, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
"Não há drama nenhum, não há nada de especial", defendeu ontem Alberto João Jardim invocando a legalidade da decisão e do pedido que fez aos empresários para darem prioridade aos trabalhadores regionais. Jardim veio desvalorizar as críticas de xenofobismo feitas pela SOS-Racismo. "Primeiro defendo os da casa", avisou.
A medida decorre da lei da imigração, que define quotas anuais para a contratação de estrangeiros, sendo depois adaptada pelas regiões. O Instituto de Emprego faz anualmente uma previsão das necessidades de mão-de-obra não preenchidas pelos portugueses, sendo definida a quota nacional. Para o jurista Jorge Bacelar de Gouveia, "as quotas são sempre odiosas, mas estão na lei".
Os sindicatos garantem, porém, que a medida fará crescer o trabalho ilegal. "Este tecto para os imigrantes pode promover a ilegalidade, uma vez que se há um limite para o trabalho legal", disse ao DN o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo e Serviços da Madeira, Adolfo Freitas. Isso mesmo já se verifica na hotelaria, onde predominam brasileiros, ucranianos e romenos. O mesmo diz o dirigente do sindicato madeirense da construção civil, Diamantino Alturas, que rejeita o argumento de Jardim - a quebra das grandes obras -, contrapondo que "a maioria os imigrantes está no turismo". O número de desempregados na Madeira baixou de 8700 em 2007 para os 7500 em 2008. "A questão é saber até que ponto este corte corresponde à situação real ou é um pretexto para proteccionismos condenáveis", diz o director do Serviço Jesuíta de Refugiados, André Costa Jorge.
DN
CARLA AGUIAR
Imigração. O apelo de Alberto João Jardim aos empresários madeirenses para darem prioridade a trabalhadores regionais e a redução da quota para imigrantes desencadearam uma onde de protestos. Para uns é xenofobia, para outros demagogia, pois a quota aumenta o trabalho ilegal, dizem sindicatos
Madeira só permite 20 trabalhadores estrangeiros
Sindicatos madeirenses da hotelaria e da construção e organizações de imigrantes criticam duramente a redução da quota para trabalhadores imigrantes extracomunitários de 130 (nos dois últimos anos) para apenas 20 durante este ano, definida pelo Governo Regional da Madeira.
A criação de quotas é permitida por lei. Mas para uns é sinal de "xenofobia", enquanto para outros significará um aumento do trabalho ilegal, numa região onde estão registados 7222 estrangeiros, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
"Não há drama nenhum, não há nada de especial", defendeu ontem Alberto João Jardim invocando a legalidade da decisão e do pedido que fez aos empresários para darem prioridade aos trabalhadores regionais. Jardim veio desvalorizar as críticas de xenofobismo feitas pela SOS-Racismo. "Primeiro defendo os da casa", avisou.
A medida decorre da lei da imigração, que define quotas anuais para a contratação de estrangeiros, sendo depois adaptada pelas regiões. O Instituto de Emprego faz anualmente uma previsão das necessidades de mão-de-obra não preenchidas pelos portugueses, sendo definida a quota nacional. Para o jurista Jorge Bacelar de Gouveia, "as quotas são sempre odiosas, mas estão na lei".
Os sindicatos garantem, porém, que a medida fará crescer o trabalho ilegal. "Este tecto para os imigrantes pode promover a ilegalidade, uma vez que se há um limite para o trabalho legal", disse ao DN o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo e Serviços da Madeira, Adolfo Freitas. Isso mesmo já se verifica na hotelaria, onde predominam brasileiros, ucranianos e romenos. O mesmo diz o dirigente do sindicato madeirense da construção civil, Diamantino Alturas, que rejeita o argumento de Jardim - a quebra das grandes obras -, contrapondo que "a maioria os imigrantes está no turismo". O número de desempregados na Madeira baixou de 8700 em 2007 para os 7500 em 2008. "A questão é saber até que ponto este corte corresponde à situação real ou é um pretexto para proteccionismos condenáveis", diz o director do Serviço Jesuíta de Refugiados, André Costa Jorge.
DN