HCC1 Escreveu:Há uma gralha no título dessa notícia, não são 4,4 ME, mas sim 4400 ME.
É um bocado surpreendente que esta empresa tivesse um market cap de 10ME há muito pouco tempo.
Pelas minhas contas, e tendo em conta algumas notícias como esta e sobre os prémios que vão sendo distribuídos, que é o pouco que vou encontrando, pois até o srij que era onde eu obtinha os dados para poder avaliar o andamento da empresa deixou de apresentar estatísticas não sei porquê, concluo que há uma forte probabilidade de os lucros do ano passado terem superado os 10 ME, o que tendo em conta que a forte redução do endividamento não exige a necessidade de reter cash deverá significar um dividend yeld perto dos 20%. No entanto, esta é apenas uma opinião... a apresentação de resultados está para breve.
Só há dois pormenores que importantes a acrescentar
1- a market cap agora é já de 39,3M€
2- Essa não necessidade de reter cash parece-me errada. O prudente seria até reter cash (ver abaixo)
As concessões de Lisboa e Estoril acabam em 2020, a da Póvoa (com que não se pode contar para gerar cash) acaba em 2023. Isto significa que até 2020 a empresa tem não só que pagar a totalidade da dívida (a menos que entretanto renove as concessões, para o que também vai precisar de cash), mas também que ter cash para pagar o passivo que tiver na altura (em caso de não prolongamento das concessões). Portanto há a necessidade real de pagar a dívida a curto prazo e de acumular cash.
Em setembro de 2016 o passivo total estava em 86,5M€, para activos correntes de 19,9M€ (a dívida total em 39,4M). Para além disso, se não forem renovadas as concessões vai ser preciso pagar indemnizações por despedimento etc. Os activos correntes (naturalmente tendo em conta a natureza do negócio) têm-se mantido estáveis e o passivo tem reduzido. A redução do passivo nos 12 meses terminados em Setembro 2016 foi de 20,5M (ao que se somam os 2,5 M euros distribuidos, e 2,8M de aumento nos activos correntes, o que totalizaria 25,8M€). Sem pagar dividendos nem alterações nos activos correntes ou renovação de concessões e a este ritmo a empresa só acabaria de pagar a dívida no 3º trimestre de 2018 e o passivo durante 2020 (relembre-se que a maior parte dos activos não correntes não são realmente da empresa, mas do estado, para o qual revertem no fim das concessões. Sobraria apenas o edifício do Casino de Lisboa, que possivelmente serviria apenas para cobrir os custos de liquidação).
Cada distribuição de dividendos é um adiar da data em que se atingem esses objectivos. Parece-me que seria prudente não pagar significativos dividendos até se ter acabado de pagar a dívida, altura em que se deve já estar a tratar das renovações das concessões e a ausência de dívida deveria dar alguma flexibilidade à empresa caso necessário. Após a eventual renovação (ou não) das concessões de Lisboa e Estoril, aí sim, se saberá a situação da empresa no que respeita à possibilidade de pagamento de dividendos.
edit: para além disso os custos da dívida não são dedutiveis em IRC, portanto a dívida é significativamente mais cara para a Estoril Sol do que para todas as outras empresas pelo que o benefício pela sua eliminação também é maior