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RECESSÃO VALE MENOS 10-12%?

MensagemEnviado: 7/2/2009 11:41
por Açor3
RECESSÃO VALE MENOS 10-12%?


Manuel Queiroz
Jornalista
Barack Obama fez um forte apelo para que o Senado aprove o Plano de estímulo à economia, que segundo os últimos cálculos já teria passado de 800 para mais de 900 mil milhões de dólares. "SOS Save our Stimulus Plan (Salvem o nosso Plano)" está nas letras mais gordas do New York Post. Mas o Washington Post, ao cimo da capa, dá outra informação: "Senadores de ambos os partidos pedem grandes cortes no Plano do Estímulo." Querem cortar pelo menos 100 mil milhões.

O Nobel da Economia Paul Krugman escreve na sua coluna no New York Times que o plano é, sim, pequeno demais. "O plano económico de Obama, se levado à prática, asseguraria que a América não teria a sua 'década perdida'? Não necessariamente: vários economistas, eu incluído, acham que o plano devia ser substancialmente maior. Mas o Plano Obama melhoraria certamente as nossas possibilidades. E é por isso que os esforços dos republicanos para que o plano seja mais pequeno e menos efectivo - torná-lo pouco mais do que outra ronda de cortes nos impostos estilo-Bush - são tão destrutivos." Mas na capa do Times está um artigo que mostra algumas lições que se podem tirar do plano japonês da década de 90, que tentou evitar a recessão com grandes obras públicas que criaram emprego temporário mas muitas delas foram "elefantes brancos" que contribuíram muito para a dívida astronómica do Estado.

Mais próximo de nós está o Irish Times e um título mais preocupante porque talvez pela primeira vez um alto responsável passou a recessão a números: "Cowen diz que a recessão vai baixar o nível de vida em mais de 10%." Brian Cowen é o "taioseach" - primeiro-ministro - da República da Irlanda, um dos países onde os problemas são mais graves.

Falando de improviso à Câmara do Comércio em Dublim, reconheceu que os irlandeses poderão perder 10-12% de poder de compra e que o país "passou de prosperidade nunca antes conhecida para apostas de sobrevivência". Pediu solidariedade e sublinhou como o futuro tem que ser dentro da União Europeia, admitindo que o referendo ao Tratado de Lisboa tem que ser aprovado brevemente.


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