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MensagemEnviado: 10/3/2009 12:42
por Açor3
ESR
Há menos espaço para "short-selling" nos bancos portugueses do que nos espanhóis
Os títulos nacionais do sector financeiro apresentam menos espaço para uma estratégia de venda a descoberto do que os pares espanhóis devido à menor liquidez da praça nacional e ao menos número de acções disponíveis para emprestar, consideram os analistas do Espírito Santo Research (ESR).

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Raquel Godinho
rgodinho@negocios.pt


Os títulos nacionais do sector financeiro apresentam menos espaço para uma estratégia de venda a descoberto do que os pares espanhóis, devido à menor liquidez da praça nacional e ao menos número de acções disponíveis para emprestar, consideram os analistas do Espírito Santo Research (ESR).

Ontem, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco Comercial Português (BCP) anunciou que a gestora de fundos Egerton, um dos três investidores que estão a apostar na queda das acções do banco, alienou a descoberto mais de 3 milhões de acções a 5 de Março, dia em que os títulos afundaram mais de 7% para um novo mínimo histórico.

Após mais esta operação de “short selling”, a Egerton passou a controlar uma posição a descoberto de 25.985.260 acções, correspondente a 0,5535% do capital social da instituição liderada por Carlos Santos Ferreira. Também a Amber Capital e a TT International têm posições “short” no BCP.

De acordo com os cálculos do Negócios, efectuados a 5 de Março, estes três investidores estavam a lucrar cerca de 30% com a aposta na queda dos títulos, o equivalente a mais de 6 milhões de euros.

Numa altura em que os fundos se encontram a vender a descoberto acções do BCP, o banco reforça a sua carteira de acções próprias, sendo que desde o 20 de Fevereiro já comprou mais de 33 milhões de acções próprias.

A opinião apresentada pelos analistas do ESR, “relativamente às posições curtas dos ‘hedge funds’” é “potencialmente negativa, se começamos a ver uma estratégia ‘short’ nos bancos portugueses como a que estamos a assistir nos bancos espanhóis”.

“No entanto, acreditamos que há menos espaço para conduzir uma estratégia de ‘short’ nos bancos portugueses devido à menor liquidez e ao menor número de acções disponíveis para emprestar”, concluem estes analistas.

Os analistas Tiago Bossa Dionísio e Jaime Escribano apresentam uma recomendação de “neutral” para o BCP e um preço-alvo de 0,70 euros.

As acções do maior banco privado nacional seguiam a avançar 1,56% para os 0,585 euros, tendo já chegado a valorizar 1,74%. O BCP coloca, assim, termo a uma série de sete sessões consecutivas de quedas, um período em que desvalorizou perto de 11%. Desde o início do ano, o título já cede mais de 28%.



JN

MensagemEnviado: 14/2/2009 17:21
por mquinaz
É só mihões é... E o gajo que deu um balazio na tola porque estava curto na VolksWagen :wink:

Com os longos, ainda podemos deixar alguma coisa aos netos :lol:, com os curtos, podemos ter guito para vender; e depois não ter para comprar e é o ai jasus.

MensagemEnviado: 14/2/2009 16:39
por Bala
limpaesgotos Escreveu:Ganhou 67 milhões em 25 minutos
Já estou imaginar as manchetes:
MALANDRO!!! GANHA A CUSTA DO MAL DOS OUTROS!!! NÃO HÁ JUSTIÇA PARA ESTES TUBARÕES!!!

O que importa explicar para o tópico em questão, é que não existe relação entre o capital ganho pelo gestor e a destruição de capital que houve, pois se a queda fosse provocada pelo seu short, 25 minutos depois haveria um rally de igual amplitude, pois o homem tinha que comprar as acções de volta para realizar as mais-valias :idea:

MensagemEnviado: 14/2/2009 16:07
por limpaesgotos
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... iv_id=1727

Gestor de fundos já foi accionista da PT

Ganhou 67 milhões em 25 minutos

2009/02/14 11:43Redacção / PGM

John Paulson ganhou dinheiro com queda de banco

Parece impossível, mas tudo indica que é verdade. John Paulson, um dos gestores de fundos mais respeitados no mercado, poderá ter ganho 67 milhões de dólares em 25 minutos com a queda história do Lloyds, avança o «Económico».

Na sessão de sexta-feira, os títulos do Lloyds estiveram a perder 40% na bolsa de Londres, a maior queda em 20 anos, depois de ter anunciado que o HBOS, banco que adquiriu, registou prejuízos de 10 mil milhões de libras (11,18 mil milhões de euros) em 2008.

A 20 de Janeiro, o hedge fund de John Paulson, gestor que ganhou dinheiro durante a crise do subprime e foi accionista da Portugal Telecom durante a OPA da Sonaecom, tinha uma posição curta de 0,79% do total de acções do Lloyds, equivalentes a 129,3 milhões de títulos.

Com a queda de 43% das acções em 25 minutos, o gestor terá conseguido um ganho de 67 milhões de dólares (52 milhões de euros), segundo cálculos da Bloomberg.

O short-selling (ou vendas curtas) permite a um investidor vender títulos que não possui (tomados de empréstimo) para os recomprar mais tarde a um preço inferior e assim ganhar dinheiro com a queda de acções.

MensagemEnviado: 14/2/2009 16:02
por salvadorveiga
Vou dar um exemplo na vida real de short selling.

Imagina que sou dono de uma loja de electro domésticos. Entra um cliente para me comprar uma maquina de lavar...

Eu não tenho a maquina de lavar em stock, por isso digo ao comprador que no dia seguinte pode vir levantar a máquina.

Vendo a maquina por 300 €. Depois do cmprador bazar, pego no telefone, ligo ao meu fornecedor pa encomendar uma máquina...

Ele no entanto diz que nos ultimos 10 minutos um evento qualquer fez com que a maquina em vez de me custar 300€ afinal vai custar apenas 200€.

Pronto fiz lucro porque vendi primeiro e so' comprei depois...

Não há nada de vigarice...

Re: short-selling

MensagemEnviado: 14/2/2009 15:38
por MikeCorp
antoni99 Escreveu:Vender acções sem as ter (short-selling) é vigarice. Onde está a equidade?
Haja bom senso!
Se o mercado de capitais funcionar é bom para as empresas que se podem financiar, é bom para as pessoas investir algumas das suas poupanças/economias na compra de acções de empresas em que acreditem e é bom para os Bancos que ganham comissões. Haja equidade e transparência que o mercado funciona.


Não leste nada do que fui escrito atrás pois não?

Abraço,
Miguel Costa

Re: short-selling

MensagemEnviado: 14/2/2009 13:33
por salvadorveiga
antoni99 Escreveu:Vender acções sem as ter (short-selling) é vigarice. Onde está a equidade?
Haja bom senso!
Se o mercado de capitais funcionar é bom para as empresas que se podem financiar, é bom para as pessoas investir algumas das suas poupanças/economias na compra de acções de empresas em que acreditem e é bom para os Bancos que ganham comissões. Haja equidade e transparência que o mercado funciona.


o problema nao e' do short selling... nao venha dizer agora que o bode expiatorio sao os shorts.

afinal os crashes aconteceram quando? quando era proibido fazer shorts...

os shorts atenuam as quedas, uma vez que qnd fecham posiçoes teem de comprar... short selling existe desde que os mercados existem, salvo erro teem mais de 200 anos e sempre funcionou... ha-de ser agora que deu torto? Poupem-me... agora naked short selling concordo que tem de ser fiscalizado e terminado

short-selling

MensagemEnviado: 14/2/2009 2:22
por antoni99
Vender acções sem as ter (short-selling) é vigarice. Onde está a equidade?
Haja bom senso!
Se o mercado de capitais funcionar é bom para as empresas que se podem financiar, é bom para as pessoas investir algumas das suas poupanças/economias na compra de acções de empresas em que acreditem e é bom para os Bancos que ganham comissões. Haja equidade e transparência que o mercado funciona.

MensagemEnviado: 12/2/2009 15:02
por salvadorveiga
Nesse caso parece-me peremptório que realmente fez referencia ao naked short selling...

MensagemEnviado: 12/2/2009 14:59
por MarcoAntonio
O Dr Ricardo Salgado utilizou termos em português, tendo referido "vendas a descoberto sem limite".

"Accionistas a vender acções, ainda por cima de uma forma acelerada, permitida por essa perversão das vendas a descoberto sem limite.

Que eu julgo que a regulação do mercados de capitais devia atender para terminar rapidamente com esse sistema.

Não se podem vender acções que não se tenham em carteira ou que, pelo menos, não se obtenham por empréstimo.
"


Ele está naturalmente a referir-se a aquilo que é denominado por "naked short-selling", como de resto a última frase deixa também claro.

MensagemEnviado: 12/2/2009 14:48
por salvadorveiga
recebi resposta a enaltecer que no artigo fazem a comparação entre naked short selling e short selling normal...

Caro leitor,

Agradeço o alerta, mas aproveito para esclarecê-lo que a informação transmitida na sequência da entrevista indicava apenas para o "short selling". Curiosamente, o departamento de comunicação do Banco Espírito Santo já clarificou que as afirmações do Dr. Ricardo Salgado diziam respeito ao "naked short selling", expressão que, pela informação que nos foi transmitida, não foi referida pelo Dr. Salgado.

Como sei que considera esta informação demasiado técnica, a ver pelos comentários que tem feito à apresentação de ontem do Dr. Pedro Santos Guerreiro, no ISCTE, compreenderá que a transmissão da informação é falível de erros, reconhecidos pelo próprio gabinete de comunicação dos BES.

Quando ao rigor jornalístico, recomendo-o vivamente a ler o artigo em questão, no qual está expressamente estabelecida a diferença entre "short selling" e "naked short selling" e onde é apresentado aos leitores um esquema muito claro do funcionamento deste tipo de operação tão técnica, que até poderá ser-lhe útil para a sua actividade no ISCTE.

Espero ter conseguido esclarecê-lo sobre o sucedido.


Eu tenho a sensação que o Dr. Ricardo Salgado na entrevista mencionou naked short selling, mas e' possivel estar enganado. No entanto, segundo o mail o BES já veio a publico dizer referir-se ao naked short selling e não ao short selling normal...

MensagemEnviado: 12/2/2009 14:30
por MarcoAntonio
Desde que surgiu a indicação aqui no Forum, as votações passaram de:

65%/25%/10%

para

62%/28%/10%

O contributo dos votos dos participantes do forum que, em média, têm uma perspectiva diferente (e diria mesmo, mais completa) do tema do que o publico em geral já se faz notar.

MensagemEnviado: 12/2/2009 14:19
por salvadorveiga
já levaram com email os que escreveram o artigo... realmente este jornalismo enfim...

MensagemEnviado: 12/2/2009 12:48
por MarcoAntonio
Este tema da eventual proibição do short-selling está a ser alvo da especial atenção do Jornal de Negócios hoje, que entre outras coisas disponibilizou uma votação que podem encontrar aqui:

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=354034


Sobre a noticia que abriu especificamente este tópico vale a pena recordar que o Ricardo Salgado se referia ao naked short-selling e não ao short-selling em geral.

A utilidade do short-selling é enorme e a vários níveis, não serve apenas como um mecanismo de especulação ou até, se quisermos colocar nesses termos, de manipulação de mercado. É também um instrumento de cobertura de risco, arbitragem, etc trazendo ainda ao mercado diversas vantagens como liquidez, maior encontro de compradores-vendedores e logo menores spreads, maior eficiência do mercado em geral, etc tentando colocar o tema de forma sintéctica.

Numa perspectiva do investidor, o short-selling apresenta por natureza, um risco acrescido para o investidor. É, de uma forma geral, mais difícil negociar do lado longo pelo que numa perspectiva de investimento não sou grande apologista da abertura de posições curtas.

Contudo, algo que não considero particularmente vantajoso para mim, não significa que considere que não exista vantagens em que ele exista no mercado. Um produto pode existir no mercado, eu nunca o utilizar e contudo retirar vantagem da sua existência (basta para isso que o produto me traga vantagens indirectas).

Sobre esse tema deixo este artigo que aborda essa questão da comparação entre posições longas e posições curtas na perspectiva do investidor:

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... hp?t=59517

comentário

MensagemEnviado: 6/2/2009 21:55
por jotabilo
O o "short-selling" é uma parte do mercado. Sem ele não existe negociação em todas o processos que ele abrange.
Sem ele a bolsa era só para as donas de casa....no dizer de um dos administradores do fórum.
Também eu reparei no comentário do Dr Salgueiro...mas não ouvi essa dos short sem limites e na altura comecei a duvidar da sanidade do economista....mas sendo assim, justifica-se a sua observação.

cumps

MensagemEnviado: 6/2/2009 17:37
por tmms
O nacked é semelhante mas sem lender... o que, como é evidente, desvirtua o sistema.

Fonte: wikipedia

MensagemEnviado: 6/2/2009 17:02
por tmms
MarcoAntonio Escreveu:Ah bom, isso é outra coisa. Eu também defendo o fim do "naked short-selling" e já o disse aqui várias vezes.

Pois, e eu concordo 100% contigo!

Concordo que se venda o que se tem ou, então, que se venda o que não se tem se se pedir emprestado a quem realmente tem (pagando algo por esse empréstimo, naturalmente) e depois devolver ao proprietário comprando mais tarde.

Abraço,
Tiago

MensagemEnviado: 6/2/2009 17:01
por jj boss
E emprestar dinheiro ao Berardo, para fazer figura nas assembleias do BCP? e agora não ter "coisos" para lhe pedir o dinheiro de volta? isto sim devia ser proibido. :mrgreen:

O rei vai Naked! :evil:

MensagemEnviado: 6/2/2009 17:00
por Elias
obrigado

abraço

MensagemEnviado: 6/2/2009 16:57
por MarcoAntonio
Epá, agora que eu tinha de sair para ir buscar a catraia à escola...

Bem, já foi aqui explicado diversas vezes mas aqui fica rapidamente "short-selling" pressupõe o empréstimo prévio das acções. O "naked short-selling" é shortar sem garantir esse empréstimo. O que pode levar a perversões graves no sistema dado que, na prática, às páginas tantas estão-se a vender acções que nem sequer existem!

MensagemEnviado: 6/2/2009 16:53
por Elias
Marco já agora podes por favor explicar a diferença (ou caso exista um tópico que aborde o assunto)?

Obrigado!
Elias

MensagemEnviado: 6/2/2009 16:52
por MarcoAntonio
Ah bom, isso é outra coisa. Eu também defendo o fim do "naked short-selling" e já o disse aqui várias vezes...

Contudo, parece que mt boa gente só ouve o "short-selling" e põe o "naked" de lado (deve achar que não interessa para nada).

Enfim, só por aí já dá para ver como a malta domina esta questão do "short-selling"...
:roll:

MensagemEnviado: 6/2/2009 16:50
por tmms
A frases do Dr. Ricardo Salgado na grande entrevista:

"Accionistas a vender acções, ainda por cima de uma forma acelerada, permitida por essa perversão das vendas a descoberto sem limite.

Que eu julgo que a regulação do mercados de capitais devia atender para terminar rapidamente com esse sistema.

Não se podem vender acções que não se tenham em carteira ou que, pelo menos, não se obtenham por empréstimo.
"

Abraço,
Tiago

MensagemEnviado: 6/2/2009 16:13
por Quico
Alvo Escreveu:O que eu ouvi foi ele defender a proibição do "naked short selling".


...é que faz toda a diferença! Temos jornalistas ignorantes e estamos a nos deixar ir na asneira!

MensagemEnviado: 6/2/2009 15:26
por Alvo
O que eu ouvi foi ele defender a proibição do "naked short selling".