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Caldeirão da Bolsa

E se Obama fosse africano? Off-topic

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

interessante?! comentário na noticia anterior

por mcarvalho » 17/1/2009 23:30

Every day hundreds of mails are sent around the world, asking for help to
save some animal species.

Is it not very strange how the whole world is ignoring the apparent
Genocide being committed against the white people in South Africa?

This slaughter of whites by blacks is being portrayed in the media as -
“merely crime related”

If the motive of the crime is theft, why is it necessary to take the life
of the person that has already handed over their cell-phone or wallet?

If the motive for the crime is hijacking, why take the woman with them,
gang-rape her and then slit her throat?

If the motive for house-breaking is petty theft, why throw boiling water
over the farmers before killing them, - after forcing them to watch their
wives being gang-raped and tortured in front of them?

Were the mass murders in Bosnia “merely crime related”?

Were the mass murders of Jews in Germany during WWII “merely crime
related”?

Are the daily murders of various tribe members in Kenya “merely crime
related”?

WHY IS THE HUGE NUMBER OF MURDERS BEING COMMITTED AGAINST SOUTH AFRICAN
WHITES LABELLED - “CRIME RELATED”?

BUT… Why is it that the police can spend hundreds of thousands of Rands,
and thousands of man-hours hunting down the one white that opened fire
upon blacks in Skielik, whilst they cannot find any murderers of innocent,
white children, women and men?

In any other countries a mass extermination of any tribe on such a scale
would be considered Genocide, a crime against humanity, and an
international outcry would follow.

Hundreds of peace keeper would be sent to South Africa.
The United Nations would hold a special sitting.
Headlines in the mass media would be screaming blue murder.
The television channels would be filled with scenes of the dead bodies,
and their grieving families.

Yet in South Africa, the murder of the white tribe by the blacks is
reduced to a statistic and labelled “crime”

The state sponsored media hardly spares their murders a few lines.
The police refuse to release statistics on the extent of the murders.

What must we do to focus the world’s attention on this
GENOCIDE—disguised as crime?

If you’re a concerned citizen, whether in South Africa or internationally,
you are morally bound to act—NOW!!

Get letters published in your local media highlighting the plight of the
white tribe in South Africa.

Ask why the ANC led South African Government is suppressing crime figures.

Ask why the murders of white citizens in South Africa are not being
solved.

If, as the media are quick to proclaim “WHITES CONDUCTING A RACIST
CAMPAIGN AGAINST BLACKS” why do you not hear hundreds of reports of whites
killing blacks for their cell-phones?

Why are the whites not killing blacks for their cars?

Why are the whites not breaking into the upper class black neighbourhoods,
raping and murdering the women, before making of with their TV sets?

This GENOCIDE must be brought to the attention of the world media before
it is too late. Before all the Whites have been erased from the face of
South Africa.

Do your bit to help the White citizens of South Africa NOW!!
Send this mail to everyone you know throughout the world!!
Alert the world to the mass extermination taking place right in front of
their eyes.
Alert all white tourists that are considering a visit to South Africa of
the perils they will face.
Criticise the international mass media for their failure to report on the
daily occurrence of murder and rape.
 
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por trial » 17/1/2009 22:48

Ainda de Africa

O Ministro da Segurança da Africa do Sul, farto de ser atacado por deputados sobre os problemas que todos (nomeadamente os portugueses) sabemos, teve uma tirada inédita no Parlamento

"Se voces não gostam de crime, vão-se embora daqui...!!! "


segue um texto com extracto video

http://freecape.com/2007/04/28/charles- ... e-get-out/
 
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por trial » 17/1/2009 18:44

“Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam”

O Mia Couto , pelo conteúdo dos os seus últimos livros mudou , é extremamente critico para os poderes em Africa .

Artigo foi escrito Novembro é publicado num jornal francês li sem saber que era dele , só mais tarde sei que é do Mia Couto era uma critica feroz aos “Libertadores Africanos” que são adorados nesta Europa .

Eu detesto como pessoa o José Saramago, mas tenho todos os seus livros pois produziu-o uma obra extraordinária como escritor .
 
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por scpnuno » 17/1/2009 17:22

Quico Escreveu: Já não há pachorra para tanta desonestidade intelectual:


Já somos dois, amigão

Quico Escreveu: Ou é idiota :


Confirmo que sim

Quico Escreveu:ou faz de nós parvos... :evil:


Ele pensa que é esperto, logo que os outros são parvos - pobreza de espirito.

Beijoca com saudades, Quico. Faz muito tempo que não destruo nada teu ...

P.S. Começo a dar razão ao meu marido que se recusa a comprar o Expresso - segundo ele, pelo preço, dá para comprar a Bola a semana toda; a porem artigos destes na 1ª página, a Bola ou o 24 horas começam a parecer boas opções
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
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por Quico » 17/1/2009 17:16

Eu gosto é da parte "Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto."

O rasgo imaginativo e a infantilidade argumentativa é comovente! :roll:

Ainda por cima, os ídolos desta esquerda caviar (Chavez, Fidel, etc.) a que o sr. Mia pertence é que mudam a constituição e se prolongam dezenas de anos no poder, mas "o Bush" é que fica com a fama... Já não há pachorra para tanta desonestidade intelectual. Ou é idiota ou faz de nós parvos... :evil:
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
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por trial » 17/1/2009 12:06

O artigo de Mia Couto por mim colocado a dias neste fórum, é hoje capa no Expresso, um bem haja a direcção do jornal.

http://downloadsexpresso.aeiou.pt/expre ... 170109.pdf
 
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scpnuno

por mcarvalho » 13/1/2009 23:11

palavras para quê?!

parabéns

bjs
mcarvalho


ps. no verão quente de 75 a grande maioria que tinha pertencido ao regime de Salazar dizia-se anti fascista e até Comunista.. 95% da população nem sabia o que isso era.. os que tinham ferraris e mercedes guardavam-nos e andavam de Fiat 600 Os soçaites condes marqueses e magnatas iam até ao Adão para dizerem que descendiam de um "camponês".. etc etc.. até fico enojado ao recordar estas coisas e ver muitos desses como responsáveis pelo que tem acontecido neste país ao longo destes anos..

bem tudo isto para recordar que nesse tempo se dizia

que só havia 3 pessoas com coragem neste país e todas usavam saias:

Eram a Natália Correia
a Vera Lagoa
e
o Bispo do Porto
 
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por PIKAS » 13/1/2009 22:16

A sorte do Obama é ser negro ( está bem, mulato...)
Branco ou preto é igual.
Este Obama não é diferente dos brancos da política americana ( Bush incluído ).
As eleições americanas são ditadas pelo marketing, não pelas ideias, pelo projecto ou pela visão que se tem do futuro, muito menos pelo carisma próprio.
Quem tiver vontade de mudar a América e, por arrasto o destino dos grandes casos dependentes da única super-potência ( ainda... ) mundial, não tem qualquer hipótese de concorrer.
Nunca será nomeado candidato. É preciso conhecer o sistema para se saber porquê?
Não há candidatos independentes, auto-candidatos. Serão constitucionalmente os propostos pelo partido democrata ou pelo partido republicano e para se ser proposto nunca se poderá afrontar os " guardiões do templo " que ali estão.
Um qualquer Manuel Alegre, que sai de um partido e que se candidata ao cargo de presidente, na América é impossível. Por muito americano que seja, pelo maior prestígio que tenha, não pode...
Ponto final parágrafo. Não pode, nunca será candidato.
Aplica-se a velha frase dos anos cinquenta: " O que é bom para a GM, é bom para a América ".
Candidatos fora do " establishmen " não são bons. Obama é bom.
Neste momento, para a América, que se meteu nos caldos em que se meteu porque os barões do petróleo ( financiadores e também dominadores da máquina ) empurraram o tótó do Bush ( que não venceu as eleições presidenciais, convém lembrar... ) para aí na esperança de " afanarem " o petróleo iraquiano e depois vendê-lo por muitos dólares crendo que tudo isso ficaria por alguns milhões em armamento produzido pela industria americana e meia-dúzia de americanos mortos. O que é facto é que já lá ficaram mais de 3.000 americanos e a coisa está a ficar cada vez mais díficil.
Foi no Vietaname, foi na Somália, foi em Cuba ( embora diferente ), foi em El Salvador, etç, etç...
Portanto, Obama não vai fazer nada que possa pôr em causa os " interesses vitais da América ". Quais são? são os dos costume, logo mais do mesmo, mesmo que seja com outra roupagem.
O marketing diz que após um branco tosco convém mudar e pôr um preto com um novo discurso e cara de esperto, embora as políticas de fundo sejam iguais.
Será que com o novo presidente a América vai adoptar as bases do protocolo de Quioto? E mais perguntas há.
Cumprimentos,
 
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por dancing » 13/1/2009 18:33

A mim parece-m meio africano!

:|
 
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por trial » 13/1/2009 18:32

Eu sei que è longo assim esta mais facil!

Este è o mais forte pela escrita aos chefes africanos e a melhor desefa dos valores da Democracia
Americana

Saudaçoes Leoninas


1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na

Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto.

E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se.

A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África.

Uns 41 anos no Gabão,
39 na Líbia,
28 no Zimbabwe,
28 na Guiné Equatoria
28 em Angola,
no Egipto,
26 nos Camarões.

E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente.

Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato.
Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos.
Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.
Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
Mia Couto (in semanário "Savana", Moçambique, 14 Nov 08)

scpnuno Escreveu:Mia Couto???

Valha-me Deus!

Por uma vez, vou falar a serio.

Eu sou portuguesa. De nacionalidade e de nascimento. De coração, sou meio moçambicana. Portanto, pelo muito da minha vida que lá vivi, pelosmelhores anos da minha vida, presumo-me o direito de dizer "Mian Couto?" Quem?

Um "enguia", que a vida toda conseguiu torcer para o lado que estava a dar, um moçambicano de raça branca que diz que tem vergonha de o ser (branco, não moçambicano)

Um homem que organizou e encabeçou manifestações contra os Estados Unidos, berrando contra o "vil dolar que tudo compra". O mesmo "vil dolar" que lhe era pago por um projecto americano e que lhe permitia levar a vida a fazer manifestações e escrever umas coisinhas...

Agora é que ele acordou para o que se passa em África? Talvez não seja preciso procurar muito para encontrar textos dele de apoio e louvor aos liders que ele agora condena. Agora já são ditadores?

A unica coisa que eu admito que ande ao sabor do vento são as bandeiras. As pessoas não. Reconhecer que se está errado, que se foi levado a acreditar numa coisa que afinal era diferente, é uma atitude de homem. Agora andar ao sabor do vento é atitude de enguia.

Ele festejou a vitória de Obama? também eu. Mas por motivos diferentes. Eu festejei a vitória da liberdade, da democracia, da demonstração do "sonho americano". Ele festejou o que ganhou. Como de costume. Está do lado de quem ganha. Confortavél, mas muito pouco ético.

Como de costume, deixo ao critério da administração a manutenção ou não deste post. Sei que não é o tom a que estão habituados de mim e se acharem que de alguma forma prejudica o Caldeirão, por favor, apaguem.
A vossa amiga scpnuno bem disposta e sem juízo estará de volta dentro de momentos.
 
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por marianonunes » 13/1/2009 18:26

ClyssaN Escreveu:Estão a fazer do Homem um Deus, estão a meter as expectativas naquela patamar lá em cima, em que só o pessoal do Basket alcança... nunca o vi a jogar Basket ...



É a segunda vinda de Cristo..."Get with the program"!!

O contador de Guantanamo começa a contar dia 20... vamos a ver o que acontece em relação a essa promessa eleitoral. Espero que o "fechar" de Guantanamo não seja apenas no papel.
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por scpnuno » 13/1/2009 18:08

Mia Couto???

Valha-me Deus!

Por uma vez, vou falar a serio.

Eu sou portuguesa. De nacionalidade e de nascimento. De coração, sou meio moçambicana. Portanto, pelo muito da minha vida que lá vivi, pelosmelhores anos da minha vida, presumo-me o direito de dizer "Mian Couto?" Quem?

Um "enguia", que a vida toda conseguiu torcer para o lado que estava a dar, um moçambicano de raça branca que diz que tem vergonha de o ser (branco, não moçambicano)

Um homem que organizou e encabeçou manifestações contra os Estados Unidos, berrando contra o "vil dolar que tudo compra". O mesmo "vil dolar" que lhe era pago por um projecto americano e que lhe permitia levar a vida a fazer manifestações e escrever umas coisinhas...

Agora é que ele acordou para o que se passa em África? Talvez não seja preciso procurar muito para encontrar textos dele de apoio e louvor aos liders que ele agora condena. Agora já são ditadores?

A unica coisa que eu admito que ande ao sabor do vento são as bandeiras. As pessoas não. Reconhecer que se está errado, que se foi levado a acreditar numa coisa que afinal era diferente, é uma atitude de homem. Agora andar ao sabor do vento é atitude de enguia.

Ele festejou a vitória de Obama? também eu. Mas por motivos diferentes. Eu festejei a vitória da liberdade, da democracia, da demonstração do "sonho americano". Ele festejou o que ganhou. Como de costume. Está do lado de quem ganha. Confortavél, mas muito pouco ético.

Como de costume, deixo ao critério da administração a manutenção ou não deste post. Sei que não é o tom a que estão habituados de mim e se acharem que de alguma forma prejudica o Caldeirão, por favor, apaguem.
A vossa amiga scpnuno bem disposta e sem juízo estará de volta dentro de momentos.
Esta é a vantagem da ambição:
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por ClyssaN » 13/1/2009 17:31

Estão a fazer do Homem um Deus, estão a meter as expectativas naquela patamar lá em cima, em que só o pessoal do Basket alcança... nunca o vi a jogar Basket ...
 
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por Açor3 » 13/1/2009 17:22

Vai ficar 100 anos selado
Vinho do Porto escolhido para cápsula do tempo de comemoração de posse de Obama
O vinho do Porto é considerado um ícone mundial, digno de ser selado numa cápsula do tempo. E é exactamente isso que vai acontecer já na próxima terça-feira, num jantar de gala no Canadá que comemora a tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos.

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Carla Pedro
cpedro@mediafin.pt


O vinho do Porto é considerado um ícone mundial, digno de ser selado numa cápsula do tempo. E é exactamente isso que vai acontecer já na próxima terça-feira, num jantar de gala no Canadá que comemora a tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos.

O evento, organizado pelos proprietários do Aroma Mediterranean Restaurant, os portugueses António Filipe e Ana de Sousa Gomes, coincidirá com o baile inaugural, em Washington, dedicado ao novo presidente norte-americano, Barack Obama, refere o “The Chatham Daily News”.

Mais de 250 pessoas estão convidadas para o jantar de gala em Londres, na província de Ontário (Canadá), no dia 20, que custará 100 dólares por pessoa. As receitas reverterão para os “Big Sisters and Big Brothers” de Chicago e de Londres.

O ponto alto deste evento será uma cápsula do tempo, que será aberta daqui a 100 anos. Os itens que terão lugar nesta cápsula estão a ser cuidadosamente escolhidos. Um deles é uma garrafa de vinho do Porto de 1961, que é o ano em que Obama nasceu.

Entre outros itens já escolhidos está também um DVD com fotografias e canções dedicadas ao novo presidente dos EUA, uma cópia do primeiro jornal feito por negros do movimento Underground Railway, impresso por escravos, e um livro com mensagens de cidadãos americanos e canadianos a comentarem a histórica eleição de um negro para a presidência dos Estados Unidos, refere o “The Chatham Daily News”.

Os donos do restaurante, Filipe e Ana de Sousa Gomes, estão a preparar o evento há vários meses. “A tomada de posse do presidente Obama não é apenas uma celebração dos EUA, é do mundo inteiro”, comentou ao jornal canadiano.
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
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E se Obama fosse africano? Off-topic

por trial » 13/1/2009 17:04

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E se Obama fosse africano? (Mia Couto)

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor.

Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões.

Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de “nosso irmão”.

E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: ” E se Obama fosse camaronês?”.

As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?


1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se.

A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente.
Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos.

Convenientemente “descobriram” que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado ‘ilegalmente”. Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato.


Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um “não autêntico africano”.

O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos “outros”, dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso “irmão” teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada “pureza africana”. Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos.


Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes.

Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacion

ais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.
Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

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