
Brisa entrega ao Estado 271 milhões e prolonga concessão até 2035
(24-12-2008 - 08:33)
Em troca de um perdão de 153 milhões de euros ao Estado, relativo a comparticipações financeiras, e de suportar o financiamento da construção de novos nós e ligações, avaliados em mais 118 milhões de euros, a Brisa vai alargar em três anos, até 2035, o prazo da sua concessão principal.
Estas são algumas das alterações às bases do contrato de concessão que a empresa tem com o Estado, que o Governo aprovou ontem em conselho de ministros.
Mas a concessionária consegue ainda a autorização, aguardada há mais de um ano, para transferir a concessão Brisa para uma Sociedade Veículo Especial (SPV), que ficará sob uma "holding".
E assegura para si um conjunto de nós e ligações, entre as quais ao novo aeroporto de Lisboa, que terá uma extensão aproximada de 22 quilómetros e um investimento estimado de 24 milhões de euros, e às plataformas logísticas de Castanheira do Ribatejo (1,3 quilómetros) e do Poceirão (1,7 quilómetros).
A Brisa ficará ainda responsável pela nova ligação entre a A5 e a concessão Grande Lisboa e pela nova ligação da A12 ao parque industrial da Mitrena (Setúbal/Alto da Guerra). E todo este financiamento ao desenvolvimento da rede será assegurado através de novas portagens.
Novas receitas para a EP
Tendo em conta o novo modelo de financiamento do sector rodoviário, no qual a Estradas de Portugal (EP) assumiu as responsabilidades financeiras do Estado perante as concessões rodoviárias, as alterações ao contrato da Brisa criam ainda fontes de receita para a EP. De acordo com a empresa liderada por Vasco de Mello, a partir de 2012, e até 2035, as tarifas de portagem poderão aumentar até 100% do índice de preços ao consumidor - e não 90% - sendo estes "10 pontos percentuais extra divididos entre a EP (8,5 pp) e a Brisa (1,5 pp). A Estradas de Portugal receberá assim, a partir de 2012, 8,5% da actualização das tarifas de portagens.
Mas a empresa presidida por Almerindo Marques garante ainda que se os actuais troços sem portagem na A3 (Águas Santas/Maia, com 5,3 quilómetros) e A4 (Águas Santas/Ermesinde/valongo, com três quilómetros) passarem a ser portajados as receitas reverterão directamente para si.
As alterações ao contrato ontem aprovadas estipulam ainda a definição de um novo programa de alargamentos viários, num total de 77,4 quilómetros de um conjunto de troços da A1, A2, A3, A4 e A5, no âmbito do qual o investimento médio anual da Brisa será reforçado de 60 para 64 milhões de euros. De acordo com a Brisa, o novo investimento estimado nestes alargamentos somará 73 milhões de euros.
A empresa liderada por Vasco de Mello destaca ainda, entre as principais alterações desta quinta revisão ao contrato de concessão agora aprovada, a autorização concedida pelo Governo para a transferência da sua concessão principal para uma sociedade veículo.
A nova estrutura empresarial permitirá ao grupo segmentar os seus negócios, separando as suas várias concessões - Brisa, Brisal, Douro, Atlântico ou Northwest Parkway -, o que lhe permite, refere, "maior enfoque, melhor definição das prioridades e objectivos e o aumento do nível das competências específicas".
Entre as vantagens da nova estrutura, a concessionária refere que ela maximiza ainda o potencial económico e financeiro, separando os activos que não revertem para o Estado no final da concessão. Permite-lhe também posicionar-se como gestor de portefólio, dando maior visibilidade ao valor de cada negócio, responsabilidades e "cash flow". Mas principalmente garante-lhe margem para subir dívida, uma vez que esta será transferida para a sociedade veículo, passando apenas a existir exposição ao risco da concessão Brisa, e não aos restantes negócios do portefólio do grupo.
Ainda em Novembro passado, Vasco de Mello havia avisado que esta nova estrutura era "imperativa" para a Brisa.
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(24-12-2008 - 08:33)
Em troca de um perdão de 153 milhões de euros ao Estado, relativo a comparticipações financeiras, e de suportar o financiamento da construção de novos nós e ligações, avaliados em mais 118 milhões de euros, a Brisa vai alargar em três anos, até 2035, o prazo da sua concessão principal.
Estas são algumas das alterações às bases do contrato de concessão que a empresa tem com o Estado, que o Governo aprovou ontem em conselho de ministros.
Mas a concessionária consegue ainda a autorização, aguardada há mais de um ano, para transferir a concessão Brisa para uma Sociedade Veículo Especial (SPV), que ficará sob uma "holding".
E assegura para si um conjunto de nós e ligações, entre as quais ao novo aeroporto de Lisboa, que terá uma extensão aproximada de 22 quilómetros e um investimento estimado de 24 milhões de euros, e às plataformas logísticas de Castanheira do Ribatejo (1,3 quilómetros) e do Poceirão (1,7 quilómetros).
A Brisa ficará ainda responsável pela nova ligação entre a A5 e a concessão Grande Lisboa e pela nova ligação da A12 ao parque industrial da Mitrena (Setúbal/Alto da Guerra). E todo este financiamento ao desenvolvimento da rede será assegurado através de novas portagens.
Novas receitas para a EP
Tendo em conta o novo modelo de financiamento do sector rodoviário, no qual a Estradas de Portugal (EP) assumiu as responsabilidades financeiras do Estado perante as concessões rodoviárias, as alterações ao contrato da Brisa criam ainda fontes de receita para a EP. De acordo com a empresa liderada por Vasco de Mello, a partir de 2012, e até 2035, as tarifas de portagem poderão aumentar até 100% do índice de preços ao consumidor - e não 90% - sendo estes "10 pontos percentuais extra divididos entre a EP (8,5 pp) e a Brisa (1,5 pp). A Estradas de Portugal receberá assim, a partir de 2012, 8,5% da actualização das tarifas de portagens.
Mas a empresa presidida por Almerindo Marques garante ainda que se os actuais troços sem portagem na A3 (Águas Santas/Maia, com 5,3 quilómetros) e A4 (Águas Santas/Ermesinde/valongo, com três quilómetros) passarem a ser portajados as receitas reverterão directamente para si.
As alterações ao contrato ontem aprovadas estipulam ainda a definição de um novo programa de alargamentos viários, num total de 77,4 quilómetros de um conjunto de troços da A1, A2, A3, A4 e A5, no âmbito do qual o investimento médio anual da Brisa será reforçado de 60 para 64 milhões de euros. De acordo com a Brisa, o novo investimento estimado nestes alargamentos somará 73 milhões de euros.
A empresa liderada por Vasco de Mello destaca ainda, entre as principais alterações desta quinta revisão ao contrato de concessão agora aprovada, a autorização concedida pelo Governo para a transferência da sua concessão principal para uma sociedade veículo.
A nova estrutura empresarial permitirá ao grupo segmentar os seus negócios, separando as suas várias concessões - Brisa, Brisal, Douro, Atlântico ou Northwest Parkway -, o que lhe permite, refere, "maior enfoque, melhor definição das prioridades e objectivos e o aumento do nível das competências específicas".
Entre as vantagens da nova estrutura, a concessionária refere que ela maximiza ainda o potencial económico e financeiro, separando os activos que não revertem para o Estado no final da concessão. Permite-lhe também posicionar-se como gestor de portefólio, dando maior visibilidade ao valor de cada negócio, responsabilidades e "cash flow". Mas principalmente garante-lhe margem para subir dívida, uma vez que esta será transferida para a sociedade veículo, passando apenas a existir exposição ao risco da concessão Brisa, e não aos restantes negócios do portefólio do grupo.
Ainda em Novembro passado, Vasco de Mello havia avisado que esta nova estrutura era "imperativa" para a Brisa.
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