

Tanta dúvida rapaz, vamos lá então tentar elucidar-te um bocadinho.
marath Escreveu:Agradeço aos que opinaram os pontos de vista apresentados.
Bem liberalismo existe de facto e tem sido aplicado na maioria do planeta. Individualismo, propriedade privada, ordem espontânea,livre mercado, Estado de Direito Democrático com Governo limitado nas suas funções são factos concretos das nossas sociedades.
Neoliberalismo será a radicalização de todas estas características?
Radicalização não, efectivação!
marath Escreveu:A minha grande questão é simples. Sem dúvida que não podemos confiar nos políticos para gerir a economia. Quanto muito sabem gerir a economia em proveito próprio e de quem lhes paga as campanhas. A grande dúvida é se eles não adam a trabalhar para gerir a economia dos detentores do factor capital, em vez de tentarem equilibrar as forças entre estes e o factor trabalho ( que representa a maioria da população ).
Estás a confundir as coisas, os políticos não são para aqui chamados para nada, nem vão na realidade gerir nada.
marath Escreveu:Poderei acreditar na eficiência do mercado na gestão dos bens privados, mas e os bens públicos? Alguém já viu o mercado tratar do ambiente, da saúde, da educação para todos, entre outros.
És maroto! A querer dar a volta à questão, hummm. Então não vês que o mercado funciona e auto regula-se. Se o ambiente ficar pior certamente isso não é bom para o mercado. O mesmo acontece com a saúde. Já viste alguém trabalhar de forma produtiva doente? Não. Então como é que achas que o mercado resolve isso? Claramente com um bom sistema de saúde. Um sistema que mantenha as pessoas a produzir. E com a educação é igual.
E tu a quereres dar a volta à questão.
marath Escreveu:A empresa tem como objectivo único maximizar o lucro (que remunera o factor capital, representando este a minoria da população). Ora deste modo se pretendemos um Estado mínimo, como poderemos alcançar o equilíbrio entre a remuneração do factor capital e do factor trabalho?
Mais uma vez a confundir as coisas. O factor trabalho só existe se o factor capital for remunerado primeiro. Então isto não é óbvio?
marath Escreveu:Para maximizar o lucro ou aumentamos as vendas e consequentemente o mercado (globalização), ou temos de reduzir o custo dos factores de produção, incluindo o do factor trabalho, sendo que depois o lucro é distribuído de forma absurda entre as duas partes humanas em questão. Por exemplo o Eng. Belmiro pode receber como prémio anual 2 milhões de euros e um caixa do modelo receber 500€ por mês, sem que haja nenhuma regulação na distribuição dos lucros da empresa.
Então quem é que foi o tomador de risco? Se as coisas correm bem é com ele que as verdinhas vão falar pois só ele saberá continuar na saga do sucesso. E aqui voltamos ao factor trabalho. Foi ele que o criou e só será ele que criará mais.
marath Escreveu:Há exemplos de cooperativas que funcionam segundo as leis do mercado, em que a diferença máxima de rendimentos entre as diferentes classes de trabalhadores, incluindo os administradores é de 4 vezes. Deixando aos conselhos de administração a hipótese de se auto regularem esta diferença não tem limite.
Esbarramos na questão, maximizamos a eficiência ou maximizamos a integração?
Aí que agora estou confundido!? Às vezes fazes perguntas tão óbvias que até fico atónito. Só existe integração se existir eficiência. Vamos então maximizar a integração a ver se isso é sustentável.
marath Escreveu:Neste campo temos de decidir o que fazer com quem tem menos capacidades ou nenhuma capacidade. Se o Estado não deve ter peso, quem vai tomar conta dos deficientes, dos pobres, dos inadaptados, dos doentes terminais ou daqueles cujo tratamento tem custos elevados, etc.? Que tipo de sociedade pretendemos ter?
Tomar conta?! O deficientes dás esmola e manténs afastados da nossa economia liberal e eficiente. Os pobres colocas a trabalhar. Agora se são pobre a culpa é deles, que trabalhem mais. Os inadaptados que se adaptem. Se não quiserem que desapareçam. Os doentes terminais acabas com o seu sofrimento de uma vez. Se o tratamento tem custo elevado ele que pague ou que tivesse um seguro. Caso contrário pode escolher entre uma injecção e uma cama.
marath Escreveu:Há ainda o problema da globalização neoliberal. A quem serve? O que tem os Angolanos ou os Argentinos a ganhar com a Globalização? Não será esta uma consequencia da imposição capitalista de maximização do lucro, aumentando os mercados de modo a permitir aumentar o consumo?
O que é que eles ganham? Mas estás a brincar com a malta? Desejosos estão eles de consumir mais. De levar com as nossas empresas pois só assim poderão ter uma qualidade de vida boa e ter emprego. Vais-me dizer que eles não querem tem uma TV plasma gigante para poder ver os jogos de fut?
marath Escreveu:Actualmente uma empresa pode produzir na China o mesmo que produz em Portugal com o custo do factor trabalho a 1/10 ou menos. Será que esta globalização nos vai trazer os Chineses para o nosso nível de vida ou vai-nos levar a nós para o nível de vida dos Chineses? A quem convém esta concorrência sem regras se não aos detentores do factor capital?
Sem regras? Então não há regras. Existe a regra de tornar o mundo eficiente e optimizado e assim todos temos crescimento económico. E podemos ter mais televisões em casa (por exemplo os meus cães adoram tv mas não dos mesmos canais que eu. é uma chatice, nem imaginas o meu cão mor zangado comigo. bem, tenho que o deixar ir ver televisão para o quarto. por vezes é um no quarto, outro na sala e eu tenho que ir ver a telenovela para a cuzinha. grrrrr) e mais telemóveis, etc.
Achas que eu vou andar menos de carro ou viajar menos, resumindo, ter menos luxos só porque não parece bem deslocalizar o trabalho? Estamos a optimizar os recursos. O mercado é que sabe e as coisas acabam por assentar na estabilidade e tudo funciona.
marath Escreveu:Volto a dizer que me parece serem as regras do mercado real, de procura e oferta, que devem ditar as suas leis, mas não consigo compreender qual a vantagem destas ideias neoliberais de extensão do mercado, das transacções, dos contratos (e da burocracia e custos que trazem), do horário de trabalho(para o povo e não para os detentores do capital). Fico com a ideia que se está a usar uma teoria económica testada e com frutos dados, em proveito de uma minoria e não da maioria.
Olha que alguns chineses estão muito melhor agora do que antes. Exploração por exploração sempre é melhor que pague mais, não? Então e as pessoas não vivem mais tempo? E não têm mais conforto? Estou a falar da classe média, que é cada vez mais, etc...
Ai, ai, ai que o pessoal não olha para a história.
marath Escreveu:Se não houver um Estado forte, que aliás em minha opinião já não existe, a burguesia esmagará o povo e teremos de dar razão à análise (que não às soluções) do Marx.
Esmaga nada. O pessoal não pode trabalhar esmagado pois não?
marath Escreveu:E voltando ao nosso caldeirão. O que produzem os produtos derivados que não seja o lucro certo das financeiras que cobram o serviço? Para que serve esse serviço? Enfim um futuro típico que antecipa a venda de uma produção agrícola para reduzir o risco de exploração tem significado económico. Mas os actuais negócios de derivados produzem o quê? Favorecem a quem? O quem tem a maioria da população mundial a ganhar com eles?
Produzem fluxo de dinheiro. É pá, é isto que move o mundo. É o fluxo!
marath Escreveu:Como no inicio tenho mais duvidas que respostas.
Eu bem me parecia que tinhas muitas dúvidas. É pá, eu sou como o Cavaco. Eu raramente tenho dúvidas e nunca me engano.
Abraço e deixa-te de pensar, ok?
(foi pra trazer este texto mais para cima para ver se o pessoal lê isto. as dúvidas nunca fizeram mal a ninguém. o mesmo já não se pode dizer das certezas, que é coisas que eu vejo aos montes aqui no caldeirão.)