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Depósitos na Caixa atingem nível recorde

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Depósitos na Caixa atingem nível recorde

por limpaesgotos » 17/12/2008 14:10

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 92738.html

Depósitos na Caixa atingem nível recorde

Os portugueses depositaram 1,2 mil milhões de euros no banco estatal em Outubro, no pico da crise. Quase cinco vezes mais do que o normal.

Lígia Simões

Um valor equivalente a 1% da riqueza produzida anualmente em Portugal. Foi este o acréscimo dos depósitos da Caixa Geral de Depósitos (CGD), verificado em Outubro, num montante superior a 1,2 mil milhões de euros. Este dinheiro foi depositado no banco estatal, num fenómeno que tem na base a transferência de dinheiro de outros bancos e canalização de recursos de aplicações de maior risco. Tudo devido às incertezas do mercado financeiro e aos receios de contágio à banca nacional.

As crescentes dificuldades da banca europeia, em Outubro, com vários Estados a impedirem a falência de bancos, e os rumores de existência de pequenos bancos portugueses em dificuldades, estão na base da transferência de recursos para o banco estatal. Em Outubro, os depósitos da CGD totalizaram cerca de 55 mil milhões de euros, segundo dados a que o Diário Económico teve acesso.

Face a Setembro, o volume de depósitos da CGD aumentou em 1,2 mil milhões de euros, mais 352% do que a média mensal de aumento de depósitos, registada desde Junho deste ano. Um aumento exponencial que, segundo fontes do sector, é em grande medida explicado pelo resgate de fundos de investimentos para canalização de recursos para aplicações de menor risco, como é o caso dos depósitos a prazo.

Um dado é certo. Os depósitos da CGD que, entre Junho e Setembro, registam uma média mensal de reforço de 266 milhões de euros, disparou para 1,2 mil milhões em Outubro. Em parte explicado por desvio de depósitos, mas não só. Fonte do grupo financeiro estatal admite que o fenómeno verificado em Outubro se explica pelo facto de a CGD ser considerado um “banco refúgio”, numa altura de incertezas de mercado de vária ordem.

Oficialmente, a CGD não faz comentários sobre o histórico aumento de depósitos de clientes, remetendo para os últimos dados tornados públicos. Até Setembro, os depósitos ascenderam a 53,4 mil milhões de euros. Com base nos dados do terceiro trimestre dos bancos, os montantes de depósitos de clientes da CGD contrastam, a título de exemplo, com os 41,2 mil milhões de euros do BCP e 30,5 mil milhões do BES. Apesar de não se conhecer ainda qual o movimento da evolução dos depósitos dos restantes bancos nacionais, fonte do sector financeiro admite como provável um desvio “significativo”, em alguns casos para a CGD, sobretudo com perda para alguns bancos mais pequenos.

Em causa estão factores como a actual crise dos sistema financeiro, com notícias de falências de bancos nos EUA, a partir de Setembro. Estes sinais levaram, no início de Outubro, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, a apelar à calma, aconselhando os portugueses a não seguirem rumores sobre a existência de bancos à beira da ruptura. Rumores que, nas semanas seguintes, se acentuaram, tendo como alvo o BPN, com Teixeira dos Santos a garantir a 17 de Outubro que não lhe foi comunicado que alguma instituição tivesse problemas de solvabilidade. Já no início de Novembro acabaria por ser anunciada a nacionalização do BPN, tendo o ministro das Finanças justificado a decisão com a situação “muito delicada” e perdas acumuladas de 700 milhões de euros.

No Outubro negro, o Governo português anunciou ainda garantias de 20 mil milhões de euros às operações de financiamento das instituições de crédito, para garantir a sua liquidez. Entretanto, também o BPP acabou por ser alvo de uma intervenção, devido às dificuldades de tesouraria.

Dias da crise

- As primeiras campainhas de alarme soaram no início de Setembro com as autoridades americanas a nacionalizarem a Freddie Mac e da Fannie Mae para evitar a sua falência.

- Mais tarde, o Lehman Brothers (LB), quarto maior banco de investimento americano, constituiu a maior falência de todos os tempos.

- Com a queda do LB, o efeito da crise estendeu-se ao outro lado do Atlântico. A “intervenção” no maior banco de crédito hipotecário do Reino Unido, o HBOS, fez temer um possível efeito dominó no sector.

- Notícias dão conta que governador do Banco de Portugal estava preocupado com dois pequenos bancos. Vítor Constâncio apela à calma e lembra que os portugueses têm as suas poupanças garantidas.

- A 12 de Outubro, o Governo português anuncia 20 mil milhões de garantias às operações de financiamento dos bancos.

- Em Novembro, o BPN é nacionalizado e o BPP é alvo de intervenção por parte de outros bancos.
Cumprimentos.


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